Casa de 180 m² com vista para serra do mar é como “grande varanda”
O projeto é assinado Studio Carlito e Renata Pascucci, que definiram uma linguagem para o imóvel com muita amplitude e sensação de continuidade
Assinado pelo Studio Carlito e Renata Pascucci, o projeto desta casa de 180 m², localizado na praia de Camburi (SP), deveria ser bem despojado, com estilo de praia, com total abertura concedida aos profissionais para serem criativos.
“Pudemos fazer várias experiências que não conseguimos no passado. A grande sacada deste projeto é que, uma vez que ele está inserido dentro de um condomínio novo e padrão, com casas iguais, nós tivemos a oportunidade de ‘rasgar’ o projeto inteiro e fazer dele um trabalho tão original e diferente das outras unidades”, contam os arquitetos.
A escolha do morador quanto à unidade da casa ajudou os profissionais na concepção do projeto, além de garantir a melhor posição no condomínio com relação à privacidade e, também, a vista para a serra do mar.
A ideia original foi abrir as paredes internas para o exterior, fazendo com que tivesse convívio com a parte externa, além da criação do jardim.
“Por ser uma casa geminada, gostaríamos que tivesse outra entrada de luz. Abrimos o teto, na parte do telhado e trouxemos dois domos para entrada de luz e circulação de ar. Para esse acesso, criamos uma escada de metal, toda vazada – ficando diferente da escada de baixo, a qual quebramos, derrubamos por completo e refizemos do início”, dizem os arquitetos.
Outra escolha dos profissionais foi fazer uma escada de concreto aparente, aberta e sem corrimão. Já na outra escada, que dá acesso à quarta suíte na parte do mezanino, optou-se por um modelo de metal, toda tramada, que auxilia na incidência de luz.
Assim, todo o corredor ficou claro e a impressão de casa geminada diminuiu. “Na quarta suíte fomos mais ousados, conseguimos fazer um solário. A ideia foi manter a pessoa mais próxima da copa das árvores, obter uma vista ainda mais ampliada e alta”, contam.
Outro ganho foi no quarto do casal. Inicialmente, no projeto do condomínio, eram quatro suítes concentradas em um único pavimento. Os arquitetos propuseram tirar uma das suítes do segundo pavimento e inserir uma sala, ambientando e ampliando o dormitório do morador. Para não ter perda de dormitórios, a outra suíte foi colocada no mezanino.
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“Essa casa não precisaria estar necessariamente em uma região praiana, poderia estar em qualquer lugar. Claro que ela tem suas características: materiais, que trazem conforto térmico, como a madeira na casa toda em que uniformizamos o piso inteiro e conecta o interno com o externo”, explicam.
Os ambientes são amplos e sem interrupções, sensação garantida também pelas portas de correr – que, por serem de vidro, permitem a visão contínua.
Um dos detalhes do projeto, a tubulação aparente, foi um conceito que surgiu durante a obra. No meio do caminho, os arquitetos descobriram que a tubulação da laje estava sem caída e resolveram quebrar todo o gesso, observando que cabia ali nascer o projeto hidráulico aparente.
Com isso, a iluminação também foi alterada. Eles assumiram as vigas com o concreto aparente, descascaram e o estilo industrial ficou um pouco mais presente na arquitetura.
“Nos fundos, tínhamos pronto o jardim vertical, havíamos definido a lateral da casa e oferecemos o grafite no muro – desenhado por Carlito – para acender e causar efeito de contraste com o jardim. Ficou bacana porque incorporou a casa como um todo”, contam.
A área gourmet, por ser um espaço pequeno, não comportava uma mesa convencional com cadeiras porque a piscina estava muito próxima. Por isso, eles inseriram uma mesa que brinca com os bancos, sendo possível guardá-los quando quiser.
Semelhante a mesas de boteco, o visual ficou bem divertido e se alinha com a energia do morador, que gosta de curtir, receber os amigos, voltar da praia e tomar um drink.
“O que mais me orgulha no projeto é a relação do dentro e o fora do jardim vertical, bem como a história da casa ser uma grande varanda. O piso de madeira de fora a fora, de cima até embaixo… é uma residência para ficar e estar à vontade. É uma casa sem frescura, para entrar de chinelo, ficar descalço, sair da praia e entrar na piscina. Queríamos passar essa tranquilidade para o morador, liberdade total de usufruir os ambientes”, diz Carlito.
“Além dessa característica de ser muito descontraída e de permitir essa liberdade, o que mais me marcou na casa foi o fato de nós conseguirmos colocar em prática neste projeto muitas ideias que nem sempre são tão usuais”, comenta Renata.
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