Madeira, tijolinhos e cimento queimado: confira o projeto deste apê
O projeto é do escritório Cores Arquitetura em parceria com Carolina Brandes, que reformularam o imóvel para acolher as duas filhas do casal
O casal de moradores deste apartamento de 100 m² localizado em Botafogo, no Rio de Janeiro, já havia morado nele há alguns anos, antes de se mudarem para Natal (RN). O retorno ao endereço, motivado por uma transferência do trabalho, agora precisava de um maior planejamento para incluir suas duas filhas de apenas um ano de idade.
O imóvel, da família do marido, passou então por uma grande transformação nas mãos da arquiteta Fernanda de la Peña, do escritório Cores Arquitetura, em parceria com a arquiteta Carolina Brandes.
As arquitetas só conheceram os moradores quando eles se mudaram para o apê, em janeiro deste ano: todo o projeto foi desenvolvido e acompanhado online, com a família ainda morando em Natal.
Foi tudo totalmente reformulado para se adequar às novas demandas da família. “Antes o apartamento contava com cozinha, área de serviço, sala e varanda separados. Integramos a sala à cozinha e à varanda, nivelando o piso e tirando a esquadria existente”, descreve Fernanda.
O home office foi construído todo do zero na entrada do imóvel e separado da área íntima, para dar privacidade aos moradores caso seja necessário receber alguém ali.
“Transformamos ainda o banheiro de serviço em um banheiro social, para atender as visitas, e o quarto de serviço em quarto de hóspedes”, diz a arquiteta.
Logo na entrada, destaca-se o painel em madeira, que camufla o acesso ao escritório, e o interior da porta principal na cor vermelha – um pedido da moradora inspirado nas cabines telefônicas de Londres.
Outros desejos atendidos foram a bancada gourmet e a área infantil na varanda. “Trata-se de um apartamento para um casal jovem com duas filhas pequenas, com uma ideia clara de praticidade e aproveitamento do espaço, sempre pensando na segurança das crianças”, diz.
A decoração é bem moderna e atual, com vigas aparentes e pintura em cimento queimado, tijolinhos brancos e marcenaria na área social, além da cozinha aberta para sala com armários verde-menta.
Os tijolinhos rústicos na cor branca, também solicitados pela moradora, fazem referência à sua casa de infância, onde morou até os 12 anos.
Já no quarto das filhas, o projeto aproveitou ao máximo o espaço para comportar duas crianças, seus brinquedos e roupas, além de atender às necessidades de cada idade. A marcenaria é o destaque do quarto, com elementos verde-menta e lilás.
“O corrimão da escada, em formato de nuvem, curvo e sem ponta, foi pensado para não machucar as meninas. Já os degraus da escada são gavetas e na parede da cama foram colocadas pequenas prateleiras para livrinhos de leitura. Nas paredes, foram usados adesivos, que colamos um a um. Tudo lúdico, acessível e pensado para as elas”, revela Fernanda.
A cama de baixo do beliche, em tamanho de casal, serve tanto para receber os avós, quando vierem visitar, quanto para os pais se deitarem junto com as meninas ao colocá-las para dormir. Futuramente, a cômoda e o berço serão trocados por uma bancada, já projetada, com espaço para duas cadeiras, prevendo toda a infraestrutura de rede e elétrica necessárias.
Na suíte dos pais, toda a marcenaria também foi feita sob medida, com armários ao redor da cabeceira da cama e um móvel, na parede oposta, com mais espaço de armazenamento e uma mesa de apoio para o home office, caso os dois estejam trabalhando em casa ao mesmo tempo.
Por ser uma área de passagem, todo esse móvel da TV foi feito com quinas arredondadas, para as crianças não se machucarem.
Para Fernanda, o maior desafio deste projeto foi incluir novos cômodos no layout do apartamento, sem torná-lo muito recortado e apertado:
“Os moradores queriam mais um cômodo para o escritório e um banheiro extra, o que deixaria a sala muito pequena e impossibilitaria a abertura dos espaços, pois estaríamos fechando mais ambientes. A moradora adorou nossa proposta de transformar o banheiro de serviço em banheiro social, alterando o seu layout e abrindo para a sala, além de criar o escritório separado da área íntima da casa. Foi algo que eles não haviam pensado antes”, comemora a arquiteta.
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