Como criar uma decoração atemporal
Você ainda pode exibir sua personalidade e não ter um espaço datado
Novas tendências, décadas passadas sendo revisitadas e uma enxurrada de itens e produtos são lançados todos os dias. O período em que estamos vivendo é marcado por um tsunami de informações e tudo isso, é claro, faz uma referência direta com a arquitetura e decoração.
Mas, será que mesmo com essas mudanças constantes é possível decorar a casa de maneira longeva e com escolhas que não se caracterizem como ‘datadas’ com o passar do tempo? Spoiler: Sim!
As arquitetas Claudia Yamada e Monike Lafuente, do Studio Tan-gram, trazem como exemplo os projetos executados pelo escritório para mostrar como criar uma decoração atemporal com personalidade:
Tons neutros como elemento-chave
Um dos grandes mecanismos para garantir que um ambiente se mantenha atemporal é apostar em uma predominância dos tons claros.
“Normalmente, buscamos trabalhar com uma base o mais neutra possível. Claro que, dependendo do conceito do projeto, as cores se fazem presente e isso é perfeito! Entretanto, esse efeito é realizado comumente por meio da aplicação em itens complementares – como almofadas, mantas, mesa lateral e outros elementos que podem ser substituídos facilmente ao longo do tempo”, explicam as profissionais.
Até mesmo essa ideia de predominância pode ser alterada caso o morador expresse o desejo de viver mais perto das cores e fugir de uma paleta mais tradicional, assim como pode utilizar tons mais fechados, como o azul-marinho ou o amadeirado. O sofá ou uma marcenaria planejada também podem receber tons mais intensos, se esse for o desejo do morador.
Afinal, hoje em dia é muito mais fácil realizar a troca dos acabamentos e promover uma mudança no ambiente sem que seja necessária a troca de todo o mobiliário.
“Antigamente, o atemporal era automaticamente relacionado com o emprego de tons claros. Mas tudo segue de acordo com o momento que estamos vivendo. Pensando na harmonia, a utilização de cores complementares ou análogas também pode resultar em um projeto não “datado”. Tudo depende do olhar meticuloso dos profissionais à frente do projeto”, analisa Monike.
Para ela, hoje em dia o cinza é um dos tons empregado com o intuito de atribuir beleza e, ao mesmo tempo, ser a sustentação para aplicar outras tonalidades expressivas.
Investir no durável e inovar no básico
Outro ponto inevitável para se refletir, quando o assunto é um décor que não perde a validade, é exatamente sobre a durabilidade dos elementos que integram o espaço.
“Tudo o que é sintético acaba durando mais”, afirmam as arquitetas que sugerem, por exemplo, a utilização de amadeirado ao invés de folha de madeira, ou palha sintética ao contrário da palha indiana, evitando a manutenção frequente do décor. Se você gosta do piso de madeira, mas sabe que ele dá mais trabalho, saiba que existem outras alternativas, como porcelanato e vinílico, que tem o aspecto estético muito similar e vão durar mais.
O que vem pela frente?
Mesmo com o passar dos anos, alguns mobiliários e itens decorativos permanecem no gosto popular, sendo impossível rotulá-los como tendências do passado.
“Algumas peças acabam ficando batidas em função da criação de réplicas, como as poltronas Charles Eames. Ainda assim, acredito que ela segue como duradoura, pois é super ergonômica e confortável! Contudo, quem quer eliminar essa sensação de algo ‘batido’, precisa implementar um sentido para ela. É nosso papel envolvê-la no décor em um alinhamento mais contemporâneo”, declara Claudia.
Partindo para as tendências atuais, elas são enfáticas no desejo de trazer o natural para dentro de casa. Hoje, paletas com tons terrosos e verdes, materiais rústicos e plantas podem ser vistos com frequência nos interiores.
A explicação para isso está nos próprios movimentos da sociedade atual e nas soluções que procuramos, enquanto indivíduos, para manter o bem-estar nesse cotidiano cada vez mais acelerado. “A natureza, de uma maneira geral, te traz para o momento presente. Eu acredito que isso veio para ficar”, finaliza Claudia.