Arquiteto ensina como economizar água e energia elétrica
Glauco Vitor Dias dá dicas que são úteis para enfrentar a crise hídrica e energética pelo qual o país está passando
Além do possível racionamento de água, a crise hídrica impacta também na produção de energia elétrica e, consequentemente, no bolso dos consumidores – o que, sem dúvidas, todos estão sentindo.
As empresas responsáveis pelo abastecimento de água em vários Estados já anunciaram sobrepreço na conta para quem gastar acima da média estipulada, assim como darão descontos a quem economizar. No caso da energia, o governo já autorizou as distribuidoras a operarem na Bandeira Vermelha 2, que eleva bastante os custos para os consumidores.
E realmente não tem outro jeito de pagar menos água e luz se não for economizando. Mas como fazer isso? O arquiteto Glauco Vitor Dias explica que é possível reduzir muito o consumo com a ajuda da tecnologia e um pouco de imaginação.
“Quem mora em uma casa tem mais autonomia para fazer modificações. Mas há boas soluções para quem vive em apartamento, tanto para economizar água quanto luz”, comenta Dias.
Energia elétrica
No caso da eletricidade, a primeira dica é instalar lâmpadas de LED em todos os ambientes. “Uma lâmpada LED de 5W oferece a mesma luminosidade de uma lâmpada dicroica de 50W. Além de ser muito econômica, a LED substitui qualquer tipo de facho de iluminação. O mercado oferece os mais variados modelos”, explica, lembrando que mesmo as lâmpadas fluorescentes são bem menos eficientes que as LEDs.
Outra dica é trocar eletrodomésticos antigos por novos, principalmente geladeiras e freezers, por duas razões. Primeiro, os aparelhos elétricos em geral perdem eficiência ao longo dos anos. A segunda razão é que, de tempos em tempos, a indústria desenvolve produtos mais econômicos do que os modelos anteriores.
“Tudo bem que certos eletrodomésticos são caros, mas o custo é recuperado na conta de luz, que fica menor”.
Também é possível instalar dimers nos ambientes internos. São mecanismos que controlam a intensidade da luz. Quanto menos luminosidade, menos consumo. Nas áreas comuns dos edifícios vale a pena usar sensores que acendem as lâmpadas sempre que há movimento no ambiente. Eles podem ser programados para ligarem e desligarem em horários específicos.
Quem reside em casa, além de poder fazer uso das ideias já citadas, tem como opção a realização de interferências maiores. Um exemplo é a instalação de placas fotovoltaicas que geram energia com a luz solar.
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“São caras. Mas há uma política de financiamento a longo prazo que faz valer a pena. Os especialistas afirmam que o investimento é recuperado entre 5 e 8 anos”, afirma, lembrando que também existe um sistema de aquecimento de água, não fotovoltaico, para chuveiros e torneiras. Uma revisão é muito importante e, se necessário, troca da fiação elétrica, e manter a luz apagada sempre que deixar o ambiente são práticas que contribuem muito para economizar energia elétrica.
Soluções para a água
Quanto à economia de água, tanto para apartamento quanto para casa vale verificar se não há vazamentos e também trocar máquinas de lavar louça ou roupa por outras mais modernas e eficientes.
Se o vaso sanitário for daqueles antigos, cuja descarga se dá por meio de válvula instalada na parede, o ideal é trocar por um modelo novo, que vem com uma caixa acoplada de 6 litros com dois botões de acionamento da descarga. Um dos botões só libera 3 litros e o outro libera o total.
“Nas casas também dá para instalar cisternas para captação da água da chuva que cai no telhado. É possível comprá-las prontas em depósitos de materiais para construção. Elas contam com um sistema de filtragem. A água pode ser usada para regar plantas, lavar o quintal ou o carro e também para usar nos banheiros em dias de racionamento. É o principal item de economia”.
Casa nova
Por fim, quem vai construir uma casa, já pode planejá-la para contar com todas essas inovações, além de valorizar uma arquitetura que possibilite aproveitar a luz solar e o vento de forma vantajosa.
Em uma casa de dois andares, por exemplo, a indicação é fazer o andar térreo com bastante vidro, mas com um recuo em relação ao andar superior, para se beneficiar da sombra. “Assim, aproveita-se a claridade do dia, sem que a luz do sol esquente muito o ambiente interno, o que evita a necessidade de ligar o ar-condicionado”, explica o arquiteto.
O sombreamento também pode ser feito com o uso de brises. Outra opção para manter a casa arejada é posicionar as janelas dos ambientes para se aproveitar do que os arquitetos chamam de ventilação cruzada. “Cria-se uma corrente de ar, que refresca o ambiente sem a necessidade do uso de equipamentos elétricos”, conclui.