9 ideias para decorar apês com menos de 75 m²
As arquitetas Eduarda Negretti e Nathalia Lena, do Lene Arquitetos, dão algumas soluções para amenizar o problema da metragem curta
Facilidade de locomoção, boa localização, ideais para moradores solteiros ou jovens casais, pensados para o dia a dia e uma possibilidade mais viável quando o sonho é adquirir o imóvel próprio: esses são alguns dos tantos atributos que fazem dos apartamentos pequenos uma grande tendência no mercado imobiliário brasileiro.
Segundo dados registrados pelo Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi-SP), as vendas de unidades com dois dormitórios – com metragens entre 30 e 45 m² –, despontam no ranking de vendas –, só em janeiro deste ano foram lançados 554 novos apartamentos e 2.280 foram comercializados em São Paulo.
A organização e aproveitamento dos espaços é primordial em todos os perfis de imóveis. Entretanto, em se falando de espaços reduzidos, o mal aproveitamento dos ambientes pode fazer muita falta e deixar a vida dos moradores desconfortável.
Por isso, o planejamento, com o suporte de um arquiteto, é um grande aliado em prol de uma vida prática, sem a sensação de estar sempre em uma condição de lugares apertados e limitantes.
De acordo com a dupla de arquitetas Eduarda Negretti e Nathalia Lena, à frente do escritório Lene Arquitetos, o estudo bem equacionado da arquitetura de interiores é capaz de prover espaços muito mais adequados.
“Quando o espaço é restrito e nele acontecem muitas tarefas diferentes, como o morar, socializar e trabalhar, é interessante que haja uma setorização das atividades. Isso dá a impressão de distribuição, principalmente em espaços pequenos e integrados. E essa divisão não precisa ser, necessariamente, através de paredes ou divisórias. É possível consegui-la por meio de cores, que podem delimitar a funcionalidade de cada cômodo, explica Nathalia.
Na sequência, as profissionais compartilham um olhar sobre o que pode ser trabalhado em aptos com essas características. Confira:
1. Soluções para dormitórios
Todo espaço de armazenamento é precioso. Segundo Eduarda, em um quarto de casal, o baú da cama box é uma área valiosa para guardar itens que não são utilizados com frequência e a marcenaria é um recurso que não se pode abrir mão para “desenhar” o projeto e prover locais para armazenamento – tanto de roupas, como de itens pessoais.
Em um dormitório para crianças, o layout pode acomodar uma beliche com bicama pronta para ser acionada em ocasiões quando os pequenos recebem seus amigos em casa. “Acreditamos sim que é possível desfrutar da casa pequena sem a frustração de não poder realizar desejos ou prazeres, atrelando que só seria possível em um imóvel maior”, enfatiza.
2. Marcenaria planejada
Em apartamentos com metragem restrita, investir em um projeto de marcenaria personalizada, na maioria das vezes, é a solução.
“As salas de jantar, TV e living, juntamente com a cozinha e terraço é o espaço social da casa e a integração vale muito a pena! Então, se pensarmos em um projeto de rack para apoio da TV no dia a dia, mas que em uma ocasião social ele possa se transformar em um banco, isso otimiza o espaço disponível”, pontua Nathalia.
A mesa de jantar redonda e configura como uma opção interessante, uma vez que funciona muito bem com quatro cadeiras, podendo comportar até seis pessoas com a inclusão de banquetas dobráveis que ficam guardadas (ou penduradas na parede, como alguns modelos permitem) quando não estão em uso, não ocupando espaço de circulação.
3. Ideias criativas
As arquitetas Eduarda e Nathalia relatam que apartamentos menores com sala integrada e cozinha americana reúnem um conceito propício para não incluir uma mesa de jantar.
“Usar o balcão ou criar um outro nível nele com altura padrão de 75 cm pode ser uma maneira criativa para formar um local conveniente para as refeições, mesmo sem a mesa em si. Assim, eliminamos um móvel que ocuparia uma área significativa no cômodo”, relativiza Nathalia.
4. Verticalizar
O ideal é que nesses pontos o fluxo de passagem não seja bloqueado. Quanto menos objetos no chão, maior será a sensação de amplitude e continuidade do espaço.
“Ao invés de posicionar uma luminária de piso, uma arandela presa na parede fará o mesmo efeito luminoso e trará uma sensação mais harmônica”, exemplifica Eduarda;
5. Aposte em um mobiliário “slim”
Ambientes pequenos não combinam com móveis robustos. Para uma sala pequena, o modelo de sofá que mais se adequa é aquele que não tenha braços. “E se os tiver, a recomendação é que sejam estreitos e que o encosto da peça não seja muito alto”, determina Nathalia;
6. Prateleiras
O uso de prateleiras (não tão profundas) na altura das portas e instaladas no perímetro dos cômodos, otimiza o armazenamento e agrega uma atmosfera agradável;
7. Cores claras
Escolher uma paleta neutra e leve para ser predominante nos ambientes pequenos favorece a sensação de abrangência. E isso não significa que o décor será sem graça! “Muito pelo contrário! Com a imaginação e algumas referências, podemos elaborar elementos legais na parede empregando apenas tinta colorida”, sugere Eduarda;
8. Espelho
O uso de espelhos em ambientes com metragens limitadas já é um bom e velho conhecido no décor de interiores. “Uma dica valiosa aqui: se a intenção for instalar em algum ponto que venha a refletir a mesa de jantar, sempre vale certificar-se que a altura será pareada com a mesa ou dos assentos da cadeira.
Esse cuidado se justifica pois, se o espelho seguir até o chão, refletirá os pés da cadeira, provocando uma poluição visual e o efeito contrário ao esperado”, comenta Nathalia;
9. Cama retrátil
Muito comum no exterior, esse modelo de cama pode ser a solução para apartamentos estúdios, visto que o móvel pode ser aberto ou recolhido, mudando assim a função que o ambiente proporciona.