Coletivo Viva Voz lança primeiro banco de imagens LGBT+ do Brasil
A plataforma busca contrapor a publicidade tradicional, quebrar esteriótipos e refletir sobre diversidade, inclusão e representatividade
Para transformar a maneira como a população LGBTI+ é representada na publicidade brasileira, reforçar a visibilidade da existência de corpos e sujeitos diversos e quebrar estereótipos, o Coletivo Viva Voz lançou a plataforma Tem que Ter.
Trata-se do primeiro banco de imagens brasileiro focado na representatividade LGBTI+, que questiona o mercado e funciona de forma colaborativa.
O projeto já está disponível em versão beta e, através deste link, traz fotografias das pessoas em situações cotidianas. Assim, evita-se o uso de imagens desta comunidade de forma estereotipada.
Acessíveis desde o dia 25 de julho, as imagens podem ser baixadas gratuitamente.
O Tem que Ter é apenas um dos 14 trabalhos contemplados com bolsas no SaferLab, iniciativa da SaferNet Brasil em parceria com o Google.org e a UNICEF Brasil a fim de estimular projetos contra o discurso de ódio na internet.
Através do banco de imagens, o grupo de jovens publicitárias e comunicadoras de Porto Alegre propõe uma reflexão sobre representatividade, diversidade e comunicação inclusiva.
“A presença LGBTQI+ na propaganda brasileira é quase nula, e as poucas manifestações que fogem do padrão heteronormativo acabam, muitas vezes, reforçando estereótipos”, explica Fernanda Sanchis, uma das criadoras do projeto e aluna de publicidade da ESPM Porto Alegre.
“A gente entende que as mensagens criadas por marcas, negócios e agências de publicidade possuem impacto social, e podem ser utilizadas como ferramentas de promoção da diversidade”, diz ela.
Além de Fernanda, as estudantes Ana Maria Antunes, Betina Aymone, Nanda Sanchis, Manoela Haase e Patricia Richter também participaram da criação do Tem Que Ter.
Nesta etapa, seu acervo da plataforma conta com mais de 150 fotos assinadas por cinco fotógrafos diferentes. Os cliques foram feitos em locais diversos em Porto Alegre e São Paulo e protagonizados por pessoas LGBT+ comuns – ou seja, nada de modelos. Assim, a diversidade também foi garantida na escolha do casting.