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As cores it dos últimos 50 anos

Você sabia que a década um tom se torna muito popular e acaba entrando para a história? Venha conferir!

Por Luiza Cesar
Atualizado em 21 set 2024, 20h15 - Publicado em 3 ago 2021, 13h00

Assim como as tendências de moda vão e voltam, as de decoração também! Principalmente quando o assunto é tons. Você mesmo já deve ter vivido momentos em que optar por peças coloridas era visto como “brega” e não era indicado pelos designers de interiores.

Varanda de apartamento de 236 m² virou urban jungle. Projeto de Vivi Cirello. Na foto, sala de estar, sofá vermelho.
(Renato Navarro/Divulgação)

Porém, diversas tonalidades tiveram o seu momento e, com muita popularidade, elas acabaram marcando uma época, congelando um momento cultural. Ao longo desta matéria, você poderá ter alguns flashbacks de anos que viveu apenas olhando as cores desses espaços. Nostalgia que chama?

Aperte o cinto e se prepare, pois vamos fazer um passeio pela estrada da memória com os tons mais famosos dos últimos 50 anos. Preparados?

1970: Verde abacate

Porta de serralheria vira luminária pendente em cobertura com parrilheira. Projeto de Hugo Rapizo Arquitetura. Na foto, piso de madeira, parede verde e branca, sofá ilha.
(Paula Chaffin/Divulgação)

Esse é um grande exemplo de tendências antigas que voltaram para os dias de hoje. Com o pouso na lua de 1969, o evento que marcou o fim da década, os anos 70 trouxeram o meio ambiente e a mãe natureza como temas para inspirar tudo da época.

Com circulação otimizada, apê de 49 m² tem tons de verde e madeira. Projeto de Natalia Salla. Na foto, cozinha integrada, bancada branca, armários verdes.
(Flavio Dias/Divulgação)
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Foi assim que o verde abacate se tornou tão influente na decoração, produzindo uma sensação de mundo exterior dentro de casa, uma conexão com a natureza. Mesmo não estando longe do verde grama, acaba produzindo uma sensação mais leve e habitável. Entusiastas do design até compraram eletrodomésticos com a matiz!

Outro motivo que o tornou uma febre foi combinar com a paleta groovy, famosa no final dos anos 60. Apesar de laranjas, marrons e amarelos também serem bastante comuns, nada foi igual o abacate.

1980: Malva

Sintonia com natureza: casa de campo com lareira tem sofá e cozinhas roxos. Projeto de Camila Medrado. Na foto, sala de estar, lareira, cortina.
(@estudiony18/Divulgação)

Chegando nos anos 80, o mundo abraçou uma abordagem em direção ao excesso e a extravagância. Os interiores incluíam tons pastel chamativos e que combinavam muito bem com metais e neons marcantes.

Deixando de lado a monotonia dos terrosos dos anos 70, agora o lugar de destaque é das paletas claras, arejadas e muito luxuosas. Turquesa, rosa choque e pastel, pêssego, roxo e, principalmente, malva foram as cores adotadas nesse período.

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Sintonia com natureza: casa de campo com lareira tem sofá e cozinhas roxos. Projeto de Camila Medrado. Na foto, cozinha com cadeira, mesa de madeira, jardim vertical, bancada preta.
(@estudiony18/Divulgação)

Batizada com o nome da flor silvestre, malva possui uma tonalidade rosa-púrpura e aparecia em todos os lugares – banheiros, quartos, acabamento de janelas, pinturas, carpetes e móveis. Ousada, mas moderada, ela apresenta uma versatilidade que conquistou corações. Mesmo atrevida, ao ser combinada com tons cremes, cinza e marrons – ou até neon – exibe uma aparência neutra.

1990: Verde floresta

Tijolinhos e serralheria dão toque pop e industrial à apê de 163 m². Projeto de Studio Elã. Na foto, sala de estar, jardim vertical, sofá verde.
(Mariana Orsi/Divulgação)

 

Se você achava que, depois do auge do abacate, o verde estaria de fora por um tempo, você está enganado! Ele retornou duas décadas depois com um toque mais sombrio, o chamado verde floresta.

Muito provavelmente, sua fama se originou nos anos 90 por causa de uma busca por estabilidade e longevidade, grande parte pelo caos econômico de 1980. Sendo assim, a nova moda se alinhava culturalmente com os tons clássicos, na esperança de que a prosperidade tão desejada durasse.

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Apê de 102 m² integra acervo de antiguidades dos moradores. Projeto do escritório Maia Romeiro Arquitetura. Na foto, quarto com parede verde e decorações
(Lília Mendel/Divulgação)

A fase também contou com roxos e as paletas que fizeram parte dos programas Friends e Sabrina, Aprendiz de Feiticeira. Mesmo não complementando o verde floresta, as tonalidades compartilham uma saturação semelhante.

 

Podemos concluir que essa década foi mais sombria e temperamental. Beges, terracotas e vermelhos toscanos também estavam presentes, mas não com tanta força.

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2000: Cerúleo

Madeira clara e áreas de lazer para crianças norteiam projeto deste apê. Projeto de Due Arquitetos. Na foto, home office, parede azul.
(Monica Assan/Divulgação)
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Uma grande explosão de cor deu início ao novo século e quem assumiu a liderança foi o suave, mas marcante, cerúleo. Uma coisa nós sabemos, Miranda Priestly e sua equipe, em O Diabo Veste Prada, não concordam com essa cor it. Porém, a Pantone a selecionou em sua primeira Cor do Ano, em 2000.

Apartamento de arquiteta tem paleta sóbria com toques de azul e verde e academia. Projeto de Natalia Salla. Na foto, sala de jantar, móvel azul.
(Gisele Rampazzo/Divulgação)

Depois que a inquietação causada pelo Y2K acabou, uma estética mais minimalista foi adotada pelos designers. Enquanto tonalidades brancas, pretas e beges combinavam com o estilo, o cinza acabou se sobressaindo – se tornando uma opção para as paredes, ao invés do bege.

Devido a sua neutralidade, essa tendência está presente até hoje. O que significa que o tom mostra um grande poder de permanência.

2010: Rosa Millennial

Varanda de apartamento de 236 m² virou urban jungle. Projeto de Vivi Cirello. Na foto, aparador rosa.
(Renato Navarro/Divulgação)
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Temos que concordar, o rosa sempre marca presença quando o assunto é decoração. Até bem recentemente, o rosa salmão estava por toda parte.

Piso de granilite e revestimentos claros são pano de fundo para arte neste apê. Projeto de Projeto Rawi Arquitetura + Design. Na foto, quarto, parede rosa, espelho de piso.
(Juliana Deeke/Divulgação)

O rosa ainda é fortemente marcado como feminino – quando o assunto é bebê e crianças a distinção entre rosa e azul, como menina e menino, é evidente – e a onda de empoderamento feminino tornou a cor um dos maiores interesses da época. Ao chegarmos em 2010, o rosa millennial desafiou essa ideia e se transformou em um tom universal.

 

Olhando para os anos anteriores, nota-se diversas mudanças culturais e a sociedade passou a falar e repensar conceitos de gênero e sexualidade. E é assim que a matiz, hoje, sugere uma mentalidade mais progressista, introduzida nessa década. Afinal, quem não ama rosa? Mesmo tendo millennial no nome, ninguém resiste ao charme.

Deseja incluir uma dessas cores na sua casa, mas não sabe como? Vamos te ajudar!

Mini apê japandi de 24 m² tem sofá-cama, lavanderia e formas arredondadas. Projeto de MBV Arquitetura. Na foto, hall, parede verde, máscaras de animais penduradas.
(Fotos: Lilia Mendel/Produção visual: @puadigiorgio/Divulgação)

 

Como vimos, os tons it possuem um lugar na história do design, mas costumam não ter poder para permanecerem no mundo das tintas. Atualmente, o objetivo é desenvolver tonalidades que sejam universalmente amáveis, atendendo à demanda por cores que resistam ao teste do tempo.

Hall de entrada com meia parede amarela e gallery wall.
(Guilherme Pucci/Casa.com.br)

Ao pintar suas paredes, foque na pigmentação que te agrada – seja uma tendência ou não. Há muitas maneiras de adicionar história à sua casa, como utilizando detalhes e acessórios menores com as cores it. Seja uma almofada, cobertor, obra de arte ou objetos que enfeitam a mesa de centro e garantem a praticidade – permitindo a atualização das peças de acordo com o momento.

Paleta de cor de apê de 129 m² foi escolhida com base na psicologia das cores. Projeto de Luciana Patriarcha. Na foto, sala de estar bege, poltrona vermelha.
(Robson Figueiredo/Divulgação)

Atenção, para a ideia conseguir ser exercida e atingir seu potencial máximo, as paredes e os móveis devem ser razoavelmente neutros.

*Via Apartment Therapy

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