Mergulhamos na piscina que não molha da exposição de Leandro Erlich
O Centro Cultural Banco do Brasil recebe a exposição que acaba de chegar em São Paulo. Confira como foi a experiência:
A “piscina que não molha” ficou muito famosa nas redes sociais – fotos mostram pessoas como se estivessem mergulhando, mas na verdade é tudo um jogo de ilusão de ótica -, e faz parte da mostra de Leandro Erlich, com curadoria de Marcello Dantas, que apresenta 16 obras.
Depois de ter passado por Belo Horizonte e Rio de Janeiro, a exposição finalmente chegou ao centro de São Paulo, ocupando o Centro Cultural Banco do Brasil, com abertura para o público geral dia 13/04.
Chamada “A tensão”, o artista argentino traz uma nova visão aos “lugares-comuns” e presentes em nossas rotinas – representados de uma maneira que faz você questionar a condição de normalidade. “A obra de Leandro Erlich é estruturada no mecanismo da dúvida. O que nossos olhos veem está em desacordo com o que nossa mente conhece”, afirma Marcello.
A configuração da mostra se encaixou direitinho no prédio histórico, sendo dividida entre os 4 andares e a piscina no térreo, podendo ser vista de todos os andares e recebendo uma atenção privilegiada.
As 16 obras incluem: duas caixas de nuvens – que mais uma vez coloca em questionamento o que você está olhando e o significado daquilo -; uma sala de aula – que traz a tona debates sobre a educação, principalmente com a pandemia -; a janela de um vagão de metrô – que passeia por Paris, Nova York e Tóquio -; uma janela que dá para vários vizinhos e acontecimentos; janelas de dois aviões – um em uma viagem diurna e outro em uma noturna; uma janela que exibe um jardim, mas que seu reflexo não aparece como você espera; e um elevador que te convida a colocar a cabeça entre as portas e se surpreender.
“Estou interessado principalmente em transformar elementos que as pessoas acreditam que não podem ser transformados, que não podem ser diferentes. Trata-se de uma utopia de apresentar a possibilidade de transformar o que existe em uma outra coisa, e essa ação nos convida a imaginar a realidade de uma maneira diferente”, explica Leandro ao jornal argentino Clarín.
Ele, assim, rompe as barreiras que acreditamos existir entre a realidade e a ilusão, nos trazendo resultados surpreendentes e que nos fazem levantar muitas questões. A cada passo pelo CCBB, o espectador nota o quão atemporal cada instalação é – uma vez que pode se encaixar em diferentes contextos e realidades – e também abre portas para entendermos as “normas” inseridas na nossa sociedade.
“Cada situação só se materializa com a presença do público, em que a obra abre um espaço de acontecimento. O título da exposição já conclama essa dúvida: pede-se atenção ao mesmo tempo em que carrega em si o mistério provocado pela tensão que existe no espaço vazio antes da participação”, completa Dantas.
Apenas participando de cada obra que você consegue desvendá-la. Além disso, cada uma também convida, automaticamente, uma interação nas redes sociais, tornando todo o trabalho do artista muito famoso em plataformas como o Instagram.
Não à toa, a Redação do Casa.com.br ficou super curiosa para conhecer a exposição e ter a sensação de entrar em uma piscina que parece normal até você sair dela seca! No começo, pode ser meio claustrofóbico – afinal, é como se fosse uma caixa com apenas uma portinha -, mas a experiência de ver o CCBB através da água é realmente única. E, vamos combinar, só assim para realmente conseguir tirar uma foto descente debaixo da água.
As obras também trazem uma saudade da vida antes da pandemia, onde podíamos viajar, passear de metro e ver a cidade agitada pela janela de casa. Nossa dica para você é: interaja, toque, tire fotos e analise cada instalação para imergir nas ideias de Leandro e aproveitar a visita.
@casacombr Quem aí viu pelas redes a famosa ‘piscina que não molha’ do Leandro Erlich? A mostra do artista argentino chegou em São Paulo e fomos conferir todas as obras! #arte #leandroerlich #ccbbsp #saopaulo #piscina