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As 10 piores coisas que você pode fazer em projetos de apês pequenos

A arquiteta Júlia Guadix analisa 10 erros comuns nos projetos de apartamentos pequenos

Por Redação
Atualizado em 15 Maio 2023, 19h45 - Publicado em 27 mar 2023, 19h00

Cada vez mais morar em apartamentos com metragens reduzidas é uma realidade, principalmente nos grandes centros urbanos. Por serem compactos, esses projetos precisam de uma atenção redobrada com o objetivo de maximizar os espaços, criando sensação de amplitude. Afinal, sempre existe uma solução, sobretudo nos imóveis que transitam entre 30 a 50m².

Sala de tv; sala de tv pequena; sala de estar pequena; estante branca; tapete; cozinha integrada
Projeto de 41m² de Estúdio Auna e Studio Monfre. (Produção visual: Club Design Decor/ Fotos: Mônica Assan/Casa.com.br)

O desafio do profissional de arquitetura contratado pelo proprietário é conceber, em uma planta menor, uma estrutura semelhante àquela existente em um apartamento mais amplo. Em paralelo, ele também precisa conhecer bem a rotina do morador, seu estilo de vida e as demandas que o imóvel precisa atender.

Sala de jantar em varanda integrada com canto alemão estofado.
Projeto de 72m² do Studio Guadix. (Guilherme Pucci/Casa.com.br)

Quem realiza a afirmação é a arquiteta Júlia Guadix, à frente do Studio Guadix. “Essa relação nos dá base para executar o projeto, tornando-o sob medida e com tudo que ele precisa”, declara.

Para cooperar nessa missão, Júlia enumerou os 10 erros mais comuns cometidos em imóveis pequenos. Confira a seguir:

1. Não ter um projeto

Apartamento pequeno; apartamento compacto; cozinha integrada; bancada; banqueta
Projeto de 32m² de Rodolfo Consoli. (Denilson Machado, do MCA Estúdio/Casa.com.br)

O sonho de ter um apto pequeno muito bem produzido é proporcional à necessidade de contar com um arquiteto para realizar o projeto. Em um imóvel pequeno, o olhar apurado garante que cada centímetro seja aproveitado e o estudo elucida questões como a falta de espaço, deixando os ambientes funcionais e convidativos.

“Desconsiderar a contratação de um profissional especializado para ter um planejamento pode implicar em um valor mais caro lá na frente em função de dores de cabeças e reformas que precisarão ser feitas”, explica Júlia.

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2. Economizar na marcenaria planejada

Cozinha com revestimento de madeira clara.
Nessa cozinha, o forno e o micro-ondas foram embutidos na marcenaria, deixando mais espaço na cozinha corredor. Projeto de 72m² do Studio Guadix. (Guilherme Pucci/Casa.com.br)

Em um imóvel com esse porte, a marcenaria planejada atua com soluções milagrosas. Nesse sentido, planejar cada centímetro maximizará o uso dos ambientes, oferecendo a sensação de amplitude. “É possível fazer um armário do quarto ou da cozinha até o teto, criando pequenos nichos. Se atrás da porta tiver espaço, podemos projetar uma sapateira”, sugere Júlia Guadix.

Quarto; cama retrátil; painel de madeira ripada
Projeto de Maia Romeiro Arquitetura com cama que “se esconde” na parede. (Denilson Machado, do MCA Estúdio/Casa.com.br)

Os móveis multiuso também são ótimas saídas para os cômodos menores. As opções são variadas e tudo dependerá da necessidade de cada morador.

Quarto; poltrona; cortina branca; painel de madeira ripada
(Denilson Machado, do MCA Estúdio/Casa.com.br)

Uma mesa pode ser considerada para servir para as refeições diárias, prover apoio na cozinha e, até mesmo para trabalhar. Sofá-cama e cama que desce da estrutura vertical de marcenaria se configuram como meios eficazes para o dormir e banquinhos e pufes extras dispostos ao redor da mesa criam mais lugares para recepcionar convidados em casa.

3. Muitas paredes

Apê 85 m²piloto de avião tecnologia Nossa Casa Arquitetura sala integrada cozinha painel de madeira ripado quadro sofa
Projeto com 85m² de Nossa Casa Arquitetura. (Cris Farhat/Casa.com.br)

Quanto mais paredes, menos amplitude. Assim, a integração dos ambientes é uma excelente solução, desde que funcione no dia a dia dos moradores. A sala de jantar e a cozinha, por exemplo, podem estar conectadas, facilitando, inclusive, as refeições. Além de derrubar as paredes, usar o mesmo piso é um recurso que ajuda nessa conexão.

4. Não priorizar a circulação

Apartamento 70 m² Estúdio Maré cozinha ilha bancada luminaria integrada
Projeto de 70m² do Estúdio Maré. (Fotos: Felco / Produção: Bendita Bossa (Luciana Castiglione)/Casa.com.br)

Seguindo nessa linha, a circulação em um apartamento compacto não pode ser negligenciada em nenhuma hipótese. Para evitar espaços com aspecto amontoado, fuja de móveis e objetos desproporcionais em relação ao tamanho do lugar.

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“Mais uma vez, ressalto a importância de um projeto. Só assim você escapará de montar um espaço com elementos grandes demais”, enfatiza a profissional.

5. Escolher móveis muito altos

Sala de estar pequena com sofá em L.
Aqui, o sofá se encaixou perfeitamente abaixo da janela, possibilitando a livre circulação da luz natural e da ventilação. Projeto: Studio Guadix (Guilherme Pucci/Casa.com.br)

Proporcionar uma linha de visão mais livre auxilia muito na percepção de amplitude. Dessa forma, a arquiteta recomenda deixar o espaço entre 50 a 60 cm, até 2 m, com o mínimo de ocupação possível. Além disso, o mobiliário não deve ser posicionado na frente das janelas – uma ação que impede a entrada de luz natural e que abafa o apto por conta da ausência de circulação de ar.

6. Acumular coisas

Quarto; quarto branco; home office; bancada branca
Projeto de 80m² de Janaina Sthel. (Juliano Colodeti, do MCA Estúdio/Casa.com.br)

Ambientes desorganizados e lotados de itens não transmitem bem-estar e comodidade, sobretudo em imóveis com medidas reduzidas. “Sempre aconselho que as pessoas guardem apenas o essencial, evitando acumular coisas que ocuparão espaços preciosos com alguma utilidade ou simplesmente para o respiro do local”, conta a arquiteta. O ditado ‘menos é mais’ nunca foi tão apropriado.

7. Exagerar nos tons escuros

Varanda integrada com mesa redonda branca e lavandeira na marcenaria
O backsplash preto complementa a paleta mais clara, composta por tons em madeira. Projeto: Studio Guadix (Guilherme Pucci/Casa.com.br)

Aplicar cores escuras não é considerado um erro, porém é recomendada a moderação, haja vista a aplicação de uma paleta majoritariamente carregada implica em uma diminuição visual. Mas isso não quer dizer que elas devem ser evitadas. “Mesclar o preto ou tons mais vibrantes com um conjunto de tons mais neutros traz um contraste interessante e leve”, sugere Júlia.

8. Revestimentos sem textura

Sala de estar com parede de tijolinhos e sofá em L cinza
Nesse living, a parede com revestimento de tijolinhos ofereceu amplitude ao brincar com as texturas. Projeto de 72m² do Studio Guadix. (Guilherme Pucci/Casa.com.br)

Ainda falando sobre as paredes, o revestimento é outro elemento que colabora no propósito de ampliar os cômodos. Tijolinho, cimento queimado, concreto aparente, ou seja, modelos que tenham uma variação de tonalidade e textura, produzem maior profundidade visual se comparados ao efeito de plano chapado.

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9. Cortina e tapete em tamanhos errados

Quarto de csal com cama de casal e cabeceira acolchoada.
Além de oferecer mais conforto térmico e visual, a cortina ajudou a ampliar o quarto. Projeto: Studio Guadix (Guilherme Pucci/Casa.com.br)

Assim como a tonalidade e o revestimento das superfícies, os elementos móveis também merecem atenção. Sobre as cortinas, independentemente do local, o ideal é sejam instaladas do teto até o chão, não apenas cobrindo as janelas.

10. Iluminação apenas no centro do ambiente

Banheiro pequeno com parede de cimento queimado.
Nesse banheiro, iluminação distribuída melhorou as dimensões. Projeto: Studio Guadix (Guilherme Pucci/Casa.com.br)

Para que o local fique amplo e agradável, não se pode negligenciar o perfeito posicionamento das luzes. Colocar um lustre apenas no centro do ambiente provocará o efeito de penumbra nas paredes, resultando em uma sensação de fechamento. “A dica é distribuir essa iluminação pelas superfícies por meio da instalação de arandelas, abajures ou spots direcionáveis”, finaliza.

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