BIG vem ao Brasil para discutir turismo sustentável com o Governo
O prestigiado escritório dinamarquês, famoso pelo uso da tecnologia e projetos sustentáveis, fez uma reunião para um possível investimento e parceria
Na terça-feira, (14) o presidente Jair Bolsonaro se encontrou com o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, com o grupo de investimentos, Be-Nômad e Bjarke Ingels, arquiteto dinamarquês e fundador do prestigiado escritório BIG para discutir “turismo sustentável”.
O escritório BIG é conhecido e premiado por seus projetos ecológicos, tecnológicos e já ganhou até mesmo uma série na Netflix, chamada Abstract: The Art of Design.
A comitiva fez a chamada Rota das Emoções, que corresponde aos Estados do Maranhão, Piauí e Ceará, passando por pontos turísticos importantes, como os Lençóis Maranhenses e Jericoacoara.
Durante os quatro dias, o grupo estrangeiro visitou os locais para bolar estratégias que fizesse do Brasil um destino sustentável. “Retornamos incrivelmente encorajados com a conscientização e a disponibilidade que encontramos em todos os níveis de Governo em todo o espectro político, além das fronteiras estaduais e dos limites das cidades, para colaborar na criação de um plano diretor regional para comunidades social e ambientalmente sustentáveis”, explicou Ingels.
Porém, vale dar uma recapitulada na abordagem em desacordo que foi tomada em 2019 em relação à sustentabilidade no País:
- O Presidente chegou a cogitar acabar com o Ministério do Meio Ambiente, assim como acabou com o do Trabalho. O Serviço Florestal Brasileiro passou a ser do Ministério da Agricultura e é atualmente comandado por um ruralista. Os fazendeiros vivem situações de atrito com os indígenas e órgãos de proteção ambiental em relação a demarcação áreas de proteção e reservas;
- Um projeto de Lei do Senador Flávio Bolsonaro, (PSL-RJ) defende que as Reservas Legais – áreas protegidas dentro das propriedades, que não podem ser desmatadas – deveriam acabar;
- O Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, chamou a pauta da mudança climática de não prioritária;
- O próprio Salles chegou a cancelar a Semana do Clima da América Latina e Caribe da ONU. Ele declarou que era oportunidade para se “fazer turismo em Salvador” e “comer acarajé”;
- Bolsonaro fez um discurso quase beligerante na abertura da Assembleia das Nações Unidas, no qual mencionava que a presença internacional na Amazônia era um ataque à soberania nacional.
- O Governo ainda quer converter a Estação Ecológica Tamoios, um refúgio para espécies marinhas, polo de conservação e pesquisa, naquilo que chama de “Cancún brasileira”.
Ainda não foi tomada nenhuma decisão oficial sobre o resultado da visita do BIG e do Be-Nômade.