Com um mix carioca e paulista, lavanderia vira varanda neste apê de 120 m²
Projeto do escritório COTA760 Arquitetura também utiliza sumaúma nos móveis e tem portinha para os gatos
O casal do Rio de Janeiro escolheu um apartamento de 120 m² no bairro do Paraíso para ser seu novo endereço em São Paulo. Apesar de espaçoso, o imóvel possuía um layout antigo, com lavanderia, cozinha, sala e hall separados em ambientes fechados.
“Uma das coisas que eles mais queriam era poder entrar no apartamento através de um ambiente amplo e iluminado. Desde o princípio, eles tinham a vontade de integrar a sala e a cozinha e criar um único espaço onde pudessem conviver no dia-a-dia e também receber os amigos de forma livre”, explica o escritório COTA760 Arquitetura, responsável pela repaginação.
Outro pedido foi por trazer um pouco do espírito carioca para a capital paulista, mesclando a estética mais brutalista com um ar colorido e descontraído.
O primeiro passo foi integrar sala, cozinha e hall, criando um espaço totalmente unido e organizado em torno de uma grande ilha central com mesa de jantar e uma bancada de apoio para a cozinha.
“Além disso, notamos que a lavanderia era muito grande e que se aproveitássemos sua janela – a maior do apartamento – ela poderia cumprir a função da varanda que o imóvel não tinha. Então sugerimos incorporá-la a essa área de convivência como um espaço mais descontraído. Assim, poderiam ser colocadas plantas, rede e alguns banquinhos próximos à cozinha para tomar drinks enquanto se espera a comida ficar pronta”, dizem os profissionais.
Para isso, a área técnica da lavanderia foi organizada dentro de um nicho recuado – fora da vista da cozinha – para o resto ficar livre. A cor vibrante dessa nova varanda indica o espírito mais despojado do espaço e, ao mesmo tempo, aproxima o cômodo da cozinha ao trazer o mesmo tom usado no desenho do ladrilho hidráulico do frontão da pia.
Uma porta camarão foi colocada para permitir a abertura completa da varanda, mas também possibilitar o fechamento num dia em que se queira estender roupas. Para isso, uma portinha de gatos foi deixada na base da porta para que os pets felinos pudessem ter liberdade de circulação entre os ambientes.
“Com a cozinha integrada, o frontão da pia se tornou um grande painel visível da sala. Por isso, propusemos o uso de um ladrilho hidráulico decorado com um desenho simples e marcante, que se contrapõe às linhas retas do apartamento. Como o quadro de luz ficava nessa parede, fizemos uma porta camuflada para ele em meio ao painel. Uma prateleira metálica foi embutida nessa parede para dar suporte extra à cozinha de maneira quase invisível, sem atrapalhar na leitura do painel”, dizem.
Toda a marcenaria do apartamento foi desenhada em compensado de sumaúma, uma árvore brasileira que tem uma coloração de madeira caramelada. Assim, não foi necessário usar folhas de madeira para recobrir as marcenarias, usando o próprio acabamento das placas de compensado como acabamento final. Esse tom da madeira de sumaúma se espalhou por todos os ambientes, compondo com outros elementos brancos como as pedras de quartzo e os trechos de marcenaria revestida.
Alguns armários como o do quarto e do hall de acesso foram repaginados, aproveitando essas marcenarias embutidas pré-existentes, mas dando uma nova cara com o uso de cores e a mudança de puxadores para elementos de madeira personalizados.
Na sala, as vigas e pilares que ficavam embutidos nas paredes demolidas foram mantidos no concreto aparente, remetendo à estética brutalista e marcando a alteração de layout que foi feita no espaço.
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