Mini loft de 30m² é reformado para moradora descolada de 80 anos
Richard de Mattos, da Casa Cururu Arquitetura, criou um mini loft com bancada de cozinha, bar com poltronas e marcenarias com armazenamento
Este loft tem uma moradora mais do que especial. A administradora Dolores Oliver (na faixa dos 80 anos) viveu em uma ampla cobertura duplex com piscina, em Ipanema, que foi se tornando grande demais para ela, até que passou a morar sozinha. Descolada e moderna, decidiu então se mudar para um apartamento de quarto-e-sala, com apenas 30m², praticamente em frente ao imóvel antigo, mas, de imediato, não se aventurou em uma grande reforma.
Até que o filho Rubens, que também morava em um apartamento grande e fez o mesmo movimento da mãe, comprou um quarto-e-sala no mesmo prédio e encomendou um projeto de reforma geral ao arquiteto Richard de Mattos, da Casa Cururu Arquitetura, que o transformou em mini loft.
“Com o andamento da obra do filho, acredito que Dolores se animou e resolveu reformar o dela também, me chamando para uma conversa. Sempre bem humorada, já foi logo avisando que era uma pessoa chique e me cancelaria se eu sugerisse alguna cafonice. Obviamente, adorei essa espontaneidade e dali surgiu uma grande amizade”, conta Richard. “Durante a obra, a cliente alugou outro imóvel, no mesmo edificio, por quatro meses”, ressalta ele.
Dolores fez alguns pedidos no projeto de seu novo mini lar, entre os quais o arquiteto destaca: um bar de uísque com duas poltronas confortáveis para ela beber e papear com a amiga; uma bancada na cozinha no lugar da mesa de jantar; espaço para trabalhar; muita marcenaria sob medida, com espaços de armazenamento para guardar os pertences que Dolores fez questão de manter.
Como a principal motivação da cliente foi o resultado da reforma do apartamento do filho, Richard aplicou o mesmo conceito de loft no dela, mudando apenas a decoração, ou seja, revestimentos de piso e parede, acabamentos das marcenarias, móveis, adornos e paleta de cores.
Originalmente, o imóvel era bem compartimentado, com cômodos minúsculos, mal distribuídos e sem iluminação natural. O arquiteto derrubou praticamente todas as paredes para criar uma planta livre e mais ampla.
A cozinha, antes enclausurada, mudou de local e foi incorporada à área social. Já o layout do banheiro foi alterado para oferecer mais conforto, tanto na área da bancada como do banho. Projetadas pelo escritório e executadas pela Lacca, as marcenarias ganharam acabamentos em tons neutros – do off white ao freijó natural e melamínico, passando pelo azul acinzentado – para não pesar visualmente nos espaços.
Com exceção das esquadrias, que o condomínio não permitiu trocar, toda a decoração é nova e segue um estilo contemporâneo-aconchegante, com base neutra e sem exageros. As cores vivas aparecem de forma pontual, como o tapete em tons pastel de origem paquestanesa (da Galeria Hathi), as almofadas terracota das poltronas, a tela em tons de verde do artista João Fasolino, as cerâmicas decorativas das irmãs D´Tuani e a ropa de cama ocre e terracota (do Espaço Multi).
“Nosso maior desafio neste projeto foi atender todas as necessidades da cliente em uma cozinha tão pequena, incluido frigobar, freezer, cooktop, microondas e um bar iluminado”, conclui o arquiteto Richard de Mattos, da Casa Cururu Arquitetura.
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