Casa de pedra na Serra Gaúcha é o refúgio do escultor Bez Batti
Encantador de pedras: a casa de mais de 120 anos foi levantada pelas mãos de imigrantes italianos na região de vinhedos e serve também de ateliê ao artista.
Por Reportagem Visual: Zizi Carderari Texto: Liane Alves Foto: Letícia Remião
Atualizado em 17 fev 2020, 16h16 - Publicado em 6 ago 2009, 11h18
(Reprodução/Casa.com.br)
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Numa casa feita de pedaços de rocha basáltica, vive o gaúcho Bez Batti, um dos maiores escultores brasileiros vivos. A construção de mais de 120 anos foi levantada pelas mãos de imigrantes italianos e plantada na Serra Gaúcha, região de vinhedos, rios transparentes e uma gélida neblina matinal. É também aqui que ele trabalha. Com a força e tenacidade de um gigante, doma o basalto, uma das pedras mais duras da natureza. E nascem rostos esverdeados, negros e brancos, pássaros cinza, frutas avermelhadas, imagens de um amarelo-queimado, todas as peças naturalmente coloridas pelas rochas das quais se originam. Hoje sei que minha primeira emoção estética ocorreu diante da forma arredondada dos seixos, afirma ele. Parte da história da casa brasileira também é retratada neste casarão colonial em Salvador, restaurado com respeito e cuidado.
1/7 O escultor gaúcho Bez Batti vive nesta casa feita de pedaços de rocha basáltica, construída há mais de 120 anos por imigrantes italianos. (Reprodução/Casa.com.br)
2/7 Na Serra Gaúcha, o escultor Bez Batti vive cercado de pedras. Algumas em estado bruto, catadas na margem do rio das Antas, e outras já esculpidas por suas mãos firmes e ao mesmo tempo delicadas. (Reprodução/Casa.com.br)
3/7 Descoberto internacionalmente não há muito tempo, o escultor gaúcho Bez Batti agora é tema de luxuosos álbuns de arte e exposições individuais de prestígio mas se crê numa época medíocre, em fim de ciclo da humanidade. Hoje só tenho admiração e respeito pelos mortos: escultores como Victor Brecheret, Vasco Prado, Brancuzzi, diz. Mesmo assim, em sua vida ainda há muito espaço para o encantamento: quase todas as manhãs, ele vai para a beira do rio das Antas procurar seixos para sua infinita coleção, que se espalha pelo jardim da casa. (Reprodução/Casa.com.br)
4/7 O escultor gaúcho Bez Batti trabalha em seu pequeno ateliê, na casa de pedra centenária cravada na Serra Gaúcha. (Reprodução/Casa.com.br)
5/7 É durante a noite, pois dorme apenas quatro horas, que o escultor gaúcho Bez Batti imagina as formas definitivas de suas esculturas. Faz desenhos, cria moldes. E sonha sonhos de alguém que, certamente, se não fosse homem, seria pedra. E esta é uma de suas esculturas dos rostos de linhas essenciais. (Reprodução/Casa.com.br)
6/7 Na casa de pedra em que vive o escultor gaúcho Bez Batti, delicados utensílios antigos de cozinha dão graça à mesa e às prateleiras. (Reprodução/Casa.com.br)
7/7 Na casa, evidencia-se o cuidado de Maria Schirley, companheira de toda uma vida do escultor gaúcho Bez Batti. Compoteiras, porcelanas e vidros foram garimpados em visitas a antiquários, um dos passatempos preferidos do casal. (Reprodução/Casa.com.br)