Observatório do Futuro: como os designers reabrirão os escritórios nos EUA
Profissionais e seus escritórios, dos Estados Unidos, compartilham os desafios da volta ao trabalho durante a pandemia
Para quem está “preso” dentro de casa há alguns dias, já deve ter tido diversas ideias para mudar os móveis de lugar; pintar as paredes e, até mesmo, quebrar a divisora de cômodos (alô, alô conceito aberto, porém com segurança!). No geral, os clientes estão mais do que prontos para que os designers retornem ao trabalho e as mudanças possam ser feitas com a assinatura de um profissional e, acima de tudo, com segurança.
Pensando na retomada do mercado, a revista Architectural Digest, conversou com alguns profissionais para entender como está sendo o processo de reaproximação com clientes e a volta física dos atendimentos e prestações de serviço.
A profissional Leslie Jenkins, do escritório Jenkins Interiors, de Dallas, já atendeu 10 clientes desde a reabertura e disse que “as pessoas querem gastar dinheiro, mas respeitam as limitações”.
Alex Alonso também está ocupado com o seu escritório de design, em Miami, o Mr. Alex Tate. “Os clientes estão realmente valorizando o tempo que temos junto com a abertura da cidade. Estamos a 1,80 m de distância um do outro, com máscaras e todas as medidas necessárias, mas a apresentação virtual não é algo que as pessoas estão adorando”, disse Alonso sobre as tecnologias que vieram para somar em decorrência da pandemia.
Os escritórios com maior metragem saem na vantagem neste aspecto, uma vez que o distanciamento entre um funcionário e outro faz parte das normas ditada pela Organização Mundial de Saúde. Young Huh, que mantém um escritório em Nova Iorque, o centro de design dos EUA – e nos últimos meses, o epicentro da pandemia de Coronavírus no País –, ainda não tem perspectiva de volta e relata um dos desafios do trabalho remoto. “Pode haver vários fornecedores para apenas uma peça – a guarnição, o tecido, os estofados, a moldura – e agora estamos realmente lutando com os tempos de resposta”.
Jenkins se vê no mesmo barco. “Você não pode simplesmente correr para o centro de design e pegar mais amostras. Costumava levar duas horas para preparar uma reunião, agora leva 14”.
Na maioria das cidades, empresas menores estão aprendendo a operar de maneiras que as maiores não conseguem. Isso é algo que Peter Dunham, em Los Angeles, sabe bem. Ele se esforçou muito para manter sua empresa de design, de linha têxtil e showroom, a Hollywood at Home, funcionando durante a crise. “Eu era nosso gerente de expedição interino, classificando tecidos para pedidos de emergência”, diz ele. “Eu não poderia colocar outra pessoa nessa posição”.
O empresário também pensa nas logísticas necessárias para a volta, mas também conta com a compreensão dos clientes, que não vão exigir perfeição imediata. “Não é uma desculpa para ficar desleixado. Só precisamos planejar o tempo para fazer tudo corretamente. Eles são muito gratos por qualquer coisa que possamos fazer por eles agora”, finaliza.