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Escola cambojana tem fachada quadriculada que funciona como trepa-trepa

Localizada em uma vila devastada pelo partido Khmer Vermelho, a escola simboliza abertura – tanto estrutural quanto social

Por Yara Guerra
Atualizado em 17 fev 2020, 15h45 - Publicado em 24 out 2019, 14h03
(Magic Kwan e Kenrick Wong/Divulgação)

Isso é o que se pode chamar de fachada funcional! A grade de aço intercambiável de janelas, prateleiras e armários de uma escola em Sneung (Camboja), projetada pelo Orient Occident Atelier, também pode ser usada como uma estrutura de escalada – o famoso “trepa-trepa”.

Construída para a ONG Adventurous Global School, a estrutura fornece um conjunto de espaços de salas de aula, que podem ser usados por toda a vila.

(Magic Kwan e Kenrick Wong/Divulgação)

Selecionado para o Dezeen Award de 2019, o projeto fez da escola uma oportunidade de aprendizado, envolvendo as crianças locais no processo.

O prédio está localizado em um pedestal elevado para mitigar as inundações e possui duas alas que abrigam salas de aula no primeiro andar.

(Magic Kwan e Kenrick Wong/Divulgação)

Este piso também abriga as salas de aula ao ar livre que vêm abaixo, enquanto um anfiteatro – também ao ar livre – corta o centro da estrutura, encimado por um teto gullwing (em formato de asas de gaivota).

Carinhosamente chamado “Griddy“, o envelope que abraça grande parte da estrutura é formado por uma capa dupla de grades de aço. Painéis de madeira e de acrílico foram inseridos para criar aberturas e prateleiras translúcidas.

(Magic Kwan e Kenrick Wong/Divulgação)

“As crianças locais exploram os usos dos novos usos do espaço por ação – elas escalam o Griddy como se fosse um trepa-trepa“, diz o estúdio.

Uma estrutura de concreto suporta o restante da estrutura, preenchida com paredes de tijolo perfuradas para ajudar a ventilar naturalmente as salas de aula superiores.

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Mas a abertura da escola é também social: as salas de aula no térreo foram propositadamente deixadas livres para a vila circundante, permitindo que outros moradores e alunos ouçam ou participem das aulas.

(Magic Kwan e Kenrick Wong/Divulgação)

Os materiais da composição foram escolhidos por serem comuns à área, permitindo que os trabalhadores locais também pudessem se envolver no processo de construção.

Em uma vila devastada pelo regime do partido Khmer Vermelho de Camboja, os arquitetos do projeto esperam que a Global Adventurous School seja o início de uma regeneração mais ampla. Eles também estão trabalhando em esquemas para melhorar o acesso à água limpa.

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