Em prédio de Niemeyer, um apê assume nos interiores o cobogó da fachada
O cobogó, que emoldura a fachada do prédio projetado por Niemeyer, invade os interiores deste apê e promove iluminação e ventilação natural perfeita!
Falar da arquitetura de Brasília e não cita Niemeyer é quase um crime. Até porque, a maioria de tudo o que há na capital do Brasil foi projetado e assinado pelo arquiteto. Assim como esse apartamento, original de um prédio edificado pelo mestre.
As novas moradoras do imóvel queriam respeitar a história da construção, mas modernizá-la, a fim de fazer uma linha do tempo entre o passado e o presente. Para isso, contaram o escritório de arquitetura e de design Lelalo, comandado por Letícia França, que teve como principal desafio criar duas generosas suítes e abrir a cozinha para a sala.
Originalmente contendo apenas uma suíte, os cômodos de serviço e cozinha do apartamento foram ressignificados para que fosse possível a criação da segunda suíte. O cobogó, elemento da fachada do prédio e que aparecia exclusivamente na área de serviço, passou a ser protagonista na nova suíte, que a tornou a principal do apê.
Assumir o cobogó, que era parcialmente coberto, foi fundamental para a viabilização da ventilação cruzada na sala e cozinha, e o tornou destaque em todo o projeto. No banheiro da suíte principal, o revestimento ficou exposto do piso ao teto, proporcionando uma generosa ventilação natural, sem prejuízo da privacidade.
Assim como cobogó é um elemento onipresente na arquitetura de Brasília, ele se tornou igualmente neste apartamento, uma vez que aparece em cinco dos oito cômodos. A iluminação e ventilação natural dos ambientes foram garantidos e o resultado é um apartamento arejado, aconchegante e harmônico.
A transição entre sala e cozinha ocorre de forma gradual, sendo percebida principalmente devido ao piso, já que na cozinha foi usado um granito no mesmo formato do piso de taco de madeira do restante da casa. A ideia era que os ambientes se mesclassem, mudando o conceito de cozinha tradicional, mas mantendo o aspecto aconchegante de uma sala.
“Assim, criamos uma caixa preta ripada, que traz a sala pra dentro da cozinha ao mesmo tempo que esconde os eletrodomésticos, despensa e a porta de serviço, mantendo a harmonia entre os dois ambientes e dando um aspecto social para todo o espaço”, explica Letícia.
A cozinha foi posicionada de forma a proporcionar uma vista interessante da quadra – uma frondosa árvore típica do bairro se encontra logo atrás dos cobogós – e também uma interação maior com a família que estaria na sala.
A base neutra composta de madeira natural, branco, madeira ebanizada e preto iam ao encontro das peças da moradora – colecionadora de objetos de arte e de móveis, que pautou a escolha dos materiais usados no projeto.
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