Como realizar um orçamento de obra eficiente

Taíse Arioli, arquiteta e Líder de Comunidade e Parcerias na plataforma Vobi, explica a importância dessa etapa e como ter o modelo ideal para sua reforma

Por Redação Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
14 jun 2022, 19h00
Foto mostra agenda aberta sobre tampo de mesa de madeira, com lápis, caneta, pendrive, calculadora ao lado e post its na cor laranja. E tem uma fruta ao lado também.
(Iryna Tysiak/Unsplash)

Você pensa em reformar a casa e logo vem a pergunta: como saber quanto vou gastar? Seja qual for o seu teto para investir, a primeira coisa a fazer é contar com a ajuda de um profissional de arquitetura e construção, que poderá cuidar do orçamento de obras. Ele é uma etapa fundamental para ajudar você a visualizar todos os investimentos que serão necessários para a execução do projeto.

Nessa conta entram o custo mão de obra para os serviços, valores de itens e custos da obra. Sem este passo, a reforma fica muito suscetível a imprevistos que podem encarecer e prolongar o processo.

Por isso, é essencial que o profissional responsável pela obra esteja atento em alguns pontos que podem facilitar e economizar tempo na produção do orçamento e, consequentemente, no projeto.

A seguir, a arquiteta Taíse Arioli, arquiteta e Líder de Comunidade e Parcerias na plataforma de gestão de projetos Vobi, lista alguns pontos importantes para ficar de olho. A plataforma é voltada para pequenas e médias empresas de arquitetura, design de interiores e escritórios. Confira!

Existem cerca de três tipos de orçamentos que podem ser feitos, mas cada um é como se fosse a sequência aprimorada do outro:

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    • estimativa de custos
    • orçamento de obra preliminar
    • orçamento de obra completo.

A escolha deles é muito pessoal e pode ser debatida com o arquiteto que estiver acompanhando a reforma.

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1. Comece pela estimativa de custos unitários, diretos e indiretos

Foto mostra plantas arquitetônicas em papel sobre mesa de trabalho em que se vê diversas mãos trabalhando, com caneta e calculadora.

O ideal é iniciar o orçamento levantando os preços de cada um dos serviços que serão feitos no projeto. Por isso, é importante mapear todas as ideias das pessoas envolvidas na obra. Também é possível criá-lo sem ter o projeto em mãos, através de uma estimativa de custos.

Mas, para isso, você precisa já ter realizado outras obras semelhantes e ter um orçamento desses projetos anteriores. Assim, conseguirá ter uma média de custos do tipo de escopo e serviços que geralmente costuma ofertar para adaptá-lo.

Por meio desse valor médio, encontra-se o preço aproximado do metro quadrado do projeto já executado. Esse valor poderá ser apresentado ao cliente de um jeito mais informal e prático, mas é importante ressaltar que é um valor aproximado, ou seja, foi baseado em outras experiências anteriores.

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2. Quantidade de mão de obra

Partindo para a outra etapa, é preciso fazer uma estimativa das questões de mão de obra, tais como quantidade, tempo de uso de equipamentos para iniciar os serviços. Também é preciso contabilizar os custos indiretos da obra (água e luz, por exemplo), valores financeiros decorrentes, entre outros. Além disso, é importante calcular impostos sobre cada serviço, levando em consideração burocracias, licenciamento, mão de obra etc.

3. Carga tributária e variáveis

Responsável por englobar todas as taxas para a liberação de execução, impostos e registros de responsabilidade técnica, a carga tributária varia de acordo com o escopo do trabalho a ser realizado. É essencial apresentá-la ao cliente no orçamento, pois pode causar impacto nos lucros e aumento nos custos.

Para um orçamento de obras completo e confiável, deve-se considerar diferentes variáveis, como questões meteorológicas. Por exemplo, realizar construções em períodos chuvosos exige mais tempo para a finalização dos serviços. Dessa forma, é necessário que o orçamento esteja alinhado com essas possíveis mudanças.

4. Preço de venda e Cálculo de Benefícios e Despesas Indiretas

Foto mostra papeis sobre mesa com calculadora por cima e xícara de café logo acima, sobre a mesa.

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Para a definição do preço de venda, é recomendável um estudo do preço de imóveis semelhantes no mercado e na região. Esse preço representará o valor que o cliente conseguirá obter com a venda do projeto concluído.

Para calcular o BDI (Benefícios e Despesas Indiretas), elemento orçamentário que auxilia na composição de todas as despesas, como indicação do lucro da obra, caso esteja à venda, relacionando as composições de custos unitários e diretos aos custos indiretos, aos tributos e ao lucro desejado. Depois, é necessário aplicar os cálculos no orçamento utilizando uma fórmula simples: Custo direto x (1+BDI/100).

5. Finalização do orçamento

A última etapa é a conclusão do orçamento com os preços totais de cada um dos serviços, a mão de obra, valores estimados de venda e insumo. O somatório desses detalhes fará com que a obra tenha menos imprevistos orçamentários, garantindo que o projeto alcance o resultado desejado e minimize os estresses financeiros.

“É importante ressaltar que cada obra é única. Então, é fundamental considerar todos os detalhes e produzir um orçamento com todas as informações necessárias, tendo atenção em cada etapa para chegar ao resultado ideal”, finaliza Taíse.

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