Este é o primeiro avião comercial zero emissão de carbono
Desenhados pela Airbus, os projetos preveem o uso de combustão de hidrogênio e a redução significativa do impacto climático da aviação
Quem é fã raiz de Radiohead sabe que um dos rumores que explicavam a resistência da banda em vir tocar no Brasil era devido aos impactos ambientais.
Os músicos britânicos se preocupavam com a emissão de gás carbônico durante o transporte da banda e também na logística de mobilidade dos fãs, que tendem a ir aos shows em veículos individuais, em detrimento dos transportes públicos – “um desastre ecológico”, nas palavras do vocalista Thom Yorke.
Boa notícia: os pesadelos de Yorke podem acabar em breve. Isso porque a fabricante Airbus revelou três projetos para aeronaves comerciais de emissão zero de carbono, que seriam movidas a hidrogênio e poderiam estar disponíveis para serviço já em 2035.
Batizados de ZEROe, os projetos foram desenhados para mostrar uma maneira diferente da Airbus realizar voos de forma sustentável e para demonstrar como a indústria da aviação poderia reduzir seu impacto ambiental.
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A empresa revelou imagens de três aviões híbridos de hidrogênio, com motores de turbina movidos a hidrogênio complementados por eletricidade gerada por células de combustível.
Um é movido por um turbofan, outro tem um sistema de energia turboélice e um terceiro tem um “corpo de asa mista” com turbofans híbridos de hidrogênio na parte traseira.
“Acredito fortemente que o uso de hidrogênio – tanto em combustíveis sintéticos quanto como fonte de energia primária para aeronaves comerciais – tem o potencial de reduzir significativamente o impacto climático da aviação”, disse Guillaume Faury, CEO da Airbus, à Dezeen.
A aeronave conceito turbofan da Airbus seria capaz de transportar de 120 a 200 passageiros e teria um alcance de mais de 3.200 quilômetros, com capacidade de viajar através dos continentes.
“Esses conceitos nos ajudarão a explorar e amadurecer o projeto e o layout da primeira aeronave comercial do mundo neutra para o clima e com emissão zero, que pretendemos colocar em serviço até 2035”, continuou Faury.
Em vez de usar combustível de jato, a nave seria movida por um motor de turbina a gás modificado, que funcionaria com hidrogênio por meio de combustão. O hidrogênio seria armazenado e distribuído de tanques localizados atrás da antepara de pressão traseira da aeronave.
Com alcance semelhante ao conceito turbofan, o avião com “corpo de asa mista” seria capaz de acomodar até 200 passageiros.
A aeronave, que teria asas fundidas com seu corpo, tem uma fuselagem excepcionalmente larga que cria várias opções para armazenamento e distribuição de hidrogênio e layout de cabine.
O projeto turboélice também é alimentado por combustão de hidrogênio em motores de turbina a gás modificados, mas usa um motor turboélice em vez de um turbofan. Seria capaz de transportar até 100 passageiros por mais de 1.600 quilômetros.
Segundo a fabricante, para fazer a transição para aeronaves de emissão zero, os aeroportos iriam precisar de infraestrutura significativa para o transporte e reabastecimento de hidrogênio. Isso exigiria o apoio dos governos.
No ano passado, o primeiro avião elétrico comercial do mundo completou um voo de teste no Canadá. A aeronave tem capacidade para seis e é movida por um sistema de propulsão elétrica de alta densidade de potência.
A Airbus revelou recentemente um modelo funcional de sua aeronave Maveric, que economiza combustível, e que, como o design de emissão zero acima, tem um design de “corpo de asa mista”.
* Via Dezeen