Resíduos industriais dão vida a novos produtos em exposição na Suécia
Seis estúdios de design produziram diferentes itens de decoração a partir de sobras da indústria
Pedestais feitos com cinzas de fábricas, cachepots produzidos com lodo e bancos de concreto são algumas das obras criadas pela união de seis estúdios de designers suecos para o evento Metabolic Processes for Leftovers.
O evento, que acontece em janeiro, conta com a supervisão do Kiosk Studio, de Copenhague. Cada um dos especialistas foi desafiado a criar um produto sustentável, usando resíduos de processos de produção industrial de uma empresa à escolha dos participantes.
![vaso-design-sustentavel](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/12/vaso-design-sustentavel.jpg?quality=95&strip=info&w=732)
O escritório Henriksson & Lindgren optou pela empresa Kiviks Musteri — famosa na região pela produção de sidra e vinho. “Eles se destacaram dos outros, já que seus resíduos eram todos orgânicos e vimos isso como um desafio emocionante de se trabalhar”, afirmam.
Como resultado, os designers da Henriksson & Lindgren entregaram uma coleção de vasos de flores e clipes de plantas com resíduos de maçã extraídos do lodo das máquinas de suco da empresa. “O grupo de polímeros PHA é feito alimentando a bactéria do lodo, e a bactéria produz o biopolímero”, explicam os profissionais.
![vaso-flor-sustentavel-design](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/12/vaso-flor-sustentavel-design.jpg?quality=95&strip=info&w=709)
O produto criado pelo escritório serve para compostagem e pode ser usado várias vezes e, mesmo se os clipes caírem na planta, não são prejudiciais.
![esculturas-carvao-geopolimero-design](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/12/esculturas-carvao-geopolimero-design.jpg?quality=95&strip=info&w=731)
Outro designer que merece destaque por sua produção é Kajsa Willner, que contou com a colaboração de uma empresa de celulose e papel (Stora Enso) e transformou as cinzas de biocombustíveis em modernos pedestais.
Para conseguir a estrutura que desejava, a especialista precisou estudar bastante, principalmente conceitos relacionados a geopolímero e cinzas de carvão.
“Esses componentes são encontrados em altas concentrações nas cinzas volantes da combustão do carvão, mas também em quantidades menores nos biocombustíveis como o da Stora Enso“, afirma a designer. Para a profissional, é possível que o material seja capaz de substituir o cimento Portland. Como resultado do seu trabalho, ela obteve uma escultura cheia de personalidade.
A representação de design sustentável apareceu em todos os trabalhos de maneiras criativas e diferentes. Exemplo disso são as esculturas super modernas feitas pelo designer Carl-Ludvig Svensson, que se uniu com a empresa Vida e criou um novo material a partir de micélio e serragem.
![pecas-de-serragens-design-interiores](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/12/pecas-de-serragens-design-interiores.jpg?quality=95&strip=info&w=844)
Por fim — e não menos importante — vale ressaltar também o trabalho da designer Louise Hederström, que criou um banco de concreto com função de barreira de tráfego com resíduos da Finja Prefab.
![banco-de-concreto-design-sustentavel](https://casa.abril.com.br/wp-content/uploads/2020/12/banco-de-concreto-design-sustentavel.jpg?quality=95&strip=info&w=778)
O objetivo do projeto era reforçar o papel do design sustentável e mostrar como é possível criar objetos de decoração exclusivos e de bom gosto com peças descartadas em um ambiente tão robusto como é o industrial.