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Plataforma viabiliza reaproveitamento de materiais de construção

A iniciativa, pensada por arquitetas de Sinop, permite o trânsito de materiais entre aqueles que querem descartá-los e os que precisam deles para reforma

Por Yara Guerra
Atualizado em 17 fev 2020, 16h05 - Publicado em 4 jun 2019, 12h12
(Divulgação/Casa.com.br)

Que maravilha é poder reformar a nossa casa, não é mesmo? Mas se você, assim como nós do Casa.com.br, ama sustentabilidade, é normal que fique inquieto com o descarte das sobras de materiais de construção.

Luminárias, pias, tinta, verniz, azulejos, telhas, torneiras e revestimentos de parede, entre tantos outros, infelizmente costumam não ser reaproveitados após as obras. Acabam sendo destinados, assim, a lixões, terrenos baldios e aterros sanitários. 

Carolina, Gislaine e Cândido, junto ao contêiner onde ficam guardadas as sobras de construções e reformas (Divulgação/Casa.com.br)

Foi pensando nisso que as arquitetas Maria Carolina de Souza Barreto e Gislaine Fabri, proprietárias do escritório Personnalité (Sinop — MT), criaram o Obra Solidária. Trata-se de uma plataforma que serve de ponte entre quem quer doar estes materiais a serem descartados e quem precisa deles para construir e reformar.

Funciona assim: as sobras são inscritas por quem quer descartá-las e os que desejam recebê-las se candidatam na plataforma. A data e horário da entrega, que pode ser feita pelo doador ou buscada pelo contemplado, também são combinados no site.

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A iniciativa tem como público-alvo famílias em situação de vulnerabilidade social. Em dois anos, o Obra Solidária arrecadou 644 doações de sobras de construção e reformas. Até o momento, seis famílias foram beneficiadas e puderam melhorar suas moradias.

“Pacientes com câncer e outras doenças, quando saem de hospitais, precisam continuar o tratamento em casa, mas dependem de contar com banheiro adequado”, afirma Carolina. Este público tem recebido apoio da plataforma.  

“A gente passa a repensar muita coisa na vida, no conforto que temos e nas pessoas que não têm banheiro dentro de casa. Estamos dando dignidade a essas pessoas. Temos carinho especial com as crianças”, diz Carolina.

O sucesso da iniciativa está transformando a plataforma em aplicativo, a fim de replicá-la em Minas Gerais, Rondônia e Rio de Janeiro. Enquanto as arquitetas preparam o Código de Ética, entretanto, o Obra Solidária fica aberta apenas para o Mato Grosso. “Queremos ter certeza de que a plataforma será usada honestamente e dentro da lei”, ressalta Barreto.

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Esta história começou em 2015, quando o escritório Personnalité começou a praticar a responsabilidade socioambiental. As arquitetas alugaram um contêiner para guardar os materiais que sobravam das obras de seus clientes e desenvolveram, em parceria com Cândido Alberto, a plataforma para otimizar as entregas.

O Obra Solidária permite, ainda, leilões online de algumas peças, a fim de arrecadar recursos para custear despesas — que vão da mão de obra, contas de telefone até combustível para realização das entregas.

Outros escritórios também podem divulgar seus serviços na plataforma, que se tornou uma vitrine de arquitetos com boas práticas de responsabilidade socioambiental.

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