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Burning Man 2019: pavilhão recria mito grego para o empoderamento feminino

O pavilhão pró-feminista, do artista John marx, contesta o mito de Andrômeda e evoca o céu estrelado para dentro de si

Por Yara Guerra
Atualizado em 17 fev 2020, 15h54 - Publicado em 20 ago 2019, 15h24
(Divulgação/Casa.com.br)

Para homenagear mulheres heroínas no Burning Man 2019, o artista John Marx, do Form4 Architecture, projetou um pavilhão intricado e luminoso apelidado de “Andrômeda Reinventada: Um Santuário na Deep Playa“.

Ao mesmo tempo em que extrai temas filosóficos e poéticos, o projeto proporciona aos visitantes um descanso do calor do deserto de Nevada.

(Divulgação/Casa.com.br)

Impulsionados pela queima do tema do Burning Man deste ano – “metamorfose“–, Marx e o coletivo de arte Playa Muses reimaginaram o mito clássico de Andrômeda, evoluindo a história de uma narrativa de herói masculino para uma história de empoderamento feminino.

A estrutura desafia o conto grego sobre a princesa da Etiópia, que foi salva por Perseus de uma sentença de morte antes de atingir a imortalidade celestial como uma constelação. Na releitura, a Andrômeda – como uma mulher forte e independente – se salva com a ajuda de uma comunidade solidária.

(Divulgação/Casa.com.br)

Com o intuito de estimular a introspecção entre os frequentadores do festival, as superfícies da estrutura piramidal de John Marx expressam padrões ornamentais, que visam evocar os céus estrelados. Do lado de fora, barbatanas alinham os vértices da pirâmide, imitando as trajetórias rodopiantes do cosmos.

(Divulgação/Casa.com.br)

Quando iluminada por dentro, a instalação projeta sua luz extravagante no chão do deserto noturno. A Andrômeda Reinventada atrai, assim, os participantes em direção ao seu luxuoso interior, que homenageia a princesa etíope com quatro pinturas ovais da artista Mary Graham.

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As obras retratam a narrativa reinventada e contam ainda com um quinto painel, que expõe o poema temático da estrutura – “How Brightly” (em português, “o quão brilhante”).

Além delas, o pavilhão tem no centro uma escultura de bronze de Mischell Riley chamada “Freedom and Awaken” (em português, “liberdade e despertar”), de 2,4 metros. Através de marcadores suspensos, os visitantes são levados a proclamar seus próprios heróis femininos ao longo das paredes.

(Divulgação/Casa.com.br)

“A estrutura em si se relaciona com o potencial infinito das estrelas no céu – especificamente a constelação de Andrômeda, mas não de uma maneira literal qualquer”, diz John Marx.

“Os recortes brancos em forma de estrela e os redemoinhos dramáticos representam o arco de planetas e estrelas enquanto se movem pelo céu”, completa o artista.

Ficou curioso para ler o poema “How Brighly”, também de John Marx? Então confere aqui embaixo:

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How brightly

your life

is not measured by

how brightly

you might shine

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for one glorious moment

as the sun

 

but rather

in how beautifully

you add

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your light

to the universe

of stars

in the evening sky

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