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Perguntas e respostas: 11 dúvidas de leitores sobre plantas

Posso usar pedras brancas no jardim de inverno?

Por Edição: Marcel Verrumo
Atualizado em 22 nov 2022, 11h07 - Publicado em 13 nov 2015, 17h10

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Estou fazendo meu jardim de inverno entre a sala e cozinha. Gostaria de saber se posso colocar pedras brancas no chão de concreto? Ou vai dar infiltração?

Andreia Reis, via Facebook do Casa.com.br.

“A mistura das pedras brancas e do concreto é ótimo com efeito moderno, mas, caso sua intenção seja abrir o piso de concreto para colocar as pedras é bem importante fazer uma boa impermeabilização para que a exposição ao tempo e os cuidados com as plantas não afetem o piso inferior da edificação”, explica a arquiteta Antonia Mendes. Para impermeabilizar o piso, há várias técnicas, como aplicar manta asfáltica ou até revestir o piso com azulejos. A escolha depende das condições do terreno e a recomendação é sempre contratar uma mão-de-obra especializada para avaliar e executar o trabalho.

Neste período de frio, com a possibilidade de geadas na região onde moro, devo abrigar meus vasos com bromélias no interior da casa?

Adriana Garcia Mello, Porto Alegre

Segundo a paisagista Ana Trevisan, de Florianópolis, a temperatura ideal para estas plantas é entre 14ºC e 30ºC – ou seja, é melhor, sim, mantê-las dentro de casa, ainda mais no rigoroso inverno do Sul do país. “As bromélias são retentoras de água, então podem congelar e morrer se expostas ao frio intenso”, diz a paisagista Renata Tilli, de São Paulo. Uma alternativa é cobri-las com sombrite, que impede que percam calor durante a noite. “E saiba que, nessa época do ano, a espécie dispensa adubo, pois entra em dormência e deixa de absorver os nutrientes”, avisa a paisagista Chrisitane Roncato, de Campinas, SP.

Quando as flores de minha falenopse morreram, disseram para eu cortar a haste floral no terceiro nó. Deu certo, mas, após a segunda floração, ela nunca mais ergueu a nova haste. O que eu fiz de errado?

Daniela Vinic, Botucatu, SP

O procedimento é esse mesmo, porém há alguns segredinhos de execução e cuidados posteriores à poda. “Espere as flores secarem, corte a haste na diagonal, com tesoura esterilizada, e cubra a área com uma camada de canela em pó, que tem efeito cicatrizante e estimula o crescimento”, ensina Marcelo Vieira Nascimento, presidente da Federação Catarinense de Orquidofilia. Depois, é só fazer a correta manutenção e aguardar – segundo Reinaldo Ilaci, do Orquidário Paulista, a floração acontece de uma a duas vezes por ano. Para o desenvolvimento saudável, é fundamental prover luz natural abundante, mas sem incidência direta dos raios, e regas a cada dez dias. “Coloque bastante água para lavar o substrato e eliminar as toxinas”, indica Marcelo. Ele também recomenda fertilização quinzenal com adubo químico.

Gostaria de cobrir o meu com jasmim-poeta ou jasmim-amarelo, porém temo visitas indesejadas de insetos. Quais espécies são adequadas e quais devo evitar?

Kátia Lopes, Porto Alegre

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“Por exalar um perfume doce, que atrai abelhas, o jasmim não é indicado”, atesta a paisagista Carolina Rocca, de Porto Alegre. A paisagista paulista Ivani Kubo lembra que essa característica também está presente na dama-da-noite, na ipomeia e no maracujá. “Observe ainda o sistema radicular da trepadeira – raízes agressivas comprometem a estrutura da pérgula”, alerta o paisagista Daniel Nunes, de Campinas, SP, vetando a buganvília. Mas fique tranquila, pois a lista de opções recomendadas, que aliam sombra, conforto e beleza, é grande. Anote: lágrima-de-cristo, tumbérgia-azul, glicínia, sete-léguas e sapatinho-de-judia.

O que faço para minha jabuticabeira, que tem mais de 30 anos, voltar a dar frutos?

Alessandra Belini, via e-mail

Deve-se sempre podar alguns ramos após cada período de frutificação. Depois da colheita, para a planta reiniciar bem o ciclo, indica-se também fortificá-la com adubo, que pode ser o fertilizante NPK na proporção 4:14:8. O tratamento ajuda na recuperação da espécie.

Dizem que a hera usada em muros e paredes atrai besouros, aranhas, lagartas e até o temido marandová. Isso é verdade?

Antonio Castanha Filho, via Comunidade CASA CLAUDIA.

No Brasil, há duas espécies de trepadeira que aderem a muros sem que precisem ser tutoradas: a unha-de-gato (Ficus pumila) e a falsa-vinha (Parthenocissus tricuspidata). Parente da videira, esta, também chamada de hera-canadense, não costuma hospedar insetos e perde as folhas no inverno, o que contribui para eliminar qualquer bichinho que tenha se fixado ali. A unha-de-gato tampouco agrada a esses visitantes indesejados, mas deve-se podá-la regularmente, deixando-a rente ao muro para evitar que suas raízes engrossem e formem esconderijos para aranhas. Muitas pessoas confundem essas plantas com a hera (Hedera helix), que, na verdade, funciona mais como forração em floreiras, sob a copa de árvores ou em canteiros. Como qualquer outra vegetação e por estar em áreas externas, a hera pode servir, eventualmente, de abrigo para besouros, lagartas e outros espécimes do tipo. Vale ficar de olho e, se necessário, usar produtos que combatam as pragas.

A cerâmica do quintal está impregnada do cheiro de urina dos cachorros e, por isso, quero trocá-la por grama. Posso montar o jardim sobre o revestimento ou preciso retirá-lo? Como fazer?

Daniela Santos, Pelotas, RS

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Será necessário remover as placas, mas, antes de quebrar o piso, cheque a viabilidade de ter um gramado. Se houver lençol freático alto na região, o plano pode dar errado. “Pergunte a um vizinho que possua quintal com terra se o espaço costuma encharcar. Caso a resposta seja positiva, não insista na forração natural, pois a grama será afogada”, avisa a paisagista Daniela Sedo, de São Paulo. Não existindo problemas, vá em frente. “Quebre a cerâmica e o contrapiso e retire parte do solo, que pode conter entulho da construção”, ensina a paisagista carioca Marisa Lima. O ideal é cavar pelo menos 60 cm, já que as raízes são profundas. Em seguida, deve-se impermeabilizar a alvenaria ao redor da futura área verde e, então, preencher o local com terra nova. “Prefira solo vegetal, mais rico em nutrientes”, sugere José Edson Luiz, proprietário da Gramas Trevo, de Itapetininga, SP. Depois de aplainá-lo, cubra-o com um tapete de grama rasteira e regue diariamente durante duas semanas. Passado esse período, molhe a cada três dias – ao final de um mês, a grama deverá estar crescida. Quanto à espécie, Daniela indica a são-carlos, “mais resistente ao pisoteio e à urina dos animais”.

Tenho uma área iluminada em casa na qual gostaria de fazer um jardim de inverno. Quais os cuidados de instalação e as espécies mais recomendadas?

Luciana Menino, via Comunidade CASA CLAUDIA.

O primeiro passo é resolver que tipo de jardim você deseja: plantado em canteiros ou vasos. Caso decida tomar o primeiro caminho, existem alguns procedimentos a serem adotados. Se o canteiro for de alvenaria, é necessário instalar um sistema de escoamento da água das regas, como um ralo acoplado à tubulação pluvial. Feito isso, é hora de montar as camadas do canteiro, de cima para baixo: argila expandida (com 3 cm de altura), manta de drenagem, cortada com 10 cm de sobra em relação à medida do canteiro, e terra adubada (de 30 a 50 cm de altura). Caso você não queira encarar a obra, invista nos vasos. Mesmo nessa opção, é preciso ter um ralo por perto para escoar o excesso de água das regas. Quando for compor o local, misture as alturas e os modelos dos recipientes. Em qualquer um dos tipos de jardim, as plantas devem ser adequadas à insolação dolocal. Suculentas, dracenas e frutíferas em geral pedem pleno sol – não basta que o espaço seja bem iluminado. Já asplênios, pacovás, murtas, bromélias e lírios adaptam-se à meia-sombra. Aí, é só seguir as recomendações de cada uma quanto a rega, poda e adubação.

“Gostaria de fazer um jardim de vasos em minha sala. Quais são as espécies mais indicadas e que cuidados devo tomar?”

Maria Angélica Pescarin, via Comunidade CASA CLAUDIA.

Em primeiro lugar, toda planta gosta de luminosidade. Por isso, é importante que o local tenha bastante claridade, mesmo que não bata sol diretamente. Observe também se o espaço onde deseja posicionar os vasos recebe boa ventilação, condição essencial para o desenvolvimento do seu jardim. O passo seguinte é escolher plantas para ambientes internos, que preferem luz indireta, em vez de sol pleno. Entre as espécies, há as que exibem folhas grandes e vistosas, como asplênio (Asplenium nidus) e pacová (Philodendron martianum). Ou palmeiras, como a ráfis (Raphis excelsa) e a bambu (Chamaedorea erupens). Outras opções são a pata-de-elefante (Beaucarnea recurvata) e a pleomele (Dracaena reflexa). Mais fáceis de encontrar, a espada-de-são-jorge (Sansevieria trifasciata) e os lírios-da-paz (Spathiphyllum wallisii) também são ótimos para ambientes internos. Por fim, para que se desenvolvam bem, além da rega frequente (mas sem encharcar), as plantas pedem adubação a cada seis meses (de preferência com adubos de liberação lenta). E não se esqueça de limpar semanalmente com pano úmido a poeira acumulada sobre as folhas.

“Gostaria de ter uma jabuticabeira em meu pequeno quintal. Como devo plantar e que cuidados tomar para que a árvore não fique grande demais?”

Ana Carolina Turquetti, por e-mail.

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O primeiro passo é escolher a muda certa. Atualmente, usa-se muito a jabuticabeira híbrida (Myrciaria cauliflora) enxertada. A vantagem dessa espécie é que ela atinge um porte médio e dá frutos rapidamente. Como você diz ter um quintal pequeno, é possível, inclusive, cultivá-la em vaso. Assim o enraizamento será limitado e a copa não ficará tão frondosa, evitando as podas constantes. Se optar por plantá-la no solo, lembre que terá que controlar seu crescimento ao aparar os galhos cerca de 30 dias depois do fim da colheita. De modo geral, é preciso fazer uma cova com diâmetro 20 cm maior que o do torrão. Caso vá plantar a frutífera em vaso, o raciocínio é semelhante: escolha uma muda que tenha um torrão 20 cm menor que o diâmetro do recipiente. Em ambos os casos, cubra o torrão com terra adubada e aerada. Regue logo após o plantio para o solo assentar. Coloque adubo orgânico a cada seis meses. A planta precisa receber muito sol direto e ser regada com frequência para que dê frutos em abundância e se desenvolva bem.

“Qual a melhor forma de regar espécies plantadas em vasos grandes? Como posso evitar que o prato usado para proteger o piso fique cheio de água?”

Ângela Alves, por e-mail.

Se a água da rega chega a vazar para o prato sob o vaso, a ponto de enchê-lo, é um sinal de que você está exagerando na quantidade de líquido. A primeira providência, portanto, é ajustar o volume oferecido à planta em cada rega. Para chegar à quantidade adequada, você terá que fazer alguns testes. Coloque 1 litro de água, por exemplo, e observe se ela escoa para o prato. Em caso positivo, diminua o volume no dia seguinte, e assim por diante, até notar que não existem mais excessos. Quando descobrir a medida certa, defina também a frequência (ou seja, o número de regas durante a semana). Paisagistas costumam usar o truque de espetar o dedo na terra do vaso para verificar se chegou o dia de colocar mais água: regue se o solo estiver ressecado e aguarde mais um pouco se estiver muito úmido. Uma dica importante é molhar as plantas pela manhã. Assim, a espécie terá o dia todo para usar o líquido para manter seu metabolismo funcionando e sua temperatura equilibrada. À noite, a umidade fica retida na terra e pode levar à proliferação de fungos e bactérias e ao apodrecimento das raízes. Outro cuidado essencial para evitar esses problemas é observar a drenagem. Monte o vaso com uma camada de cascalho ou argila expandida no fundo, coberta por um pedaço de manta de drenagem, antes de colocar a terra. Quanto ao prato, apoiá-lo em uma base, com ou sem rodízios, é uma forma de proteger o piso de arranhões e do contato com a água, especialmente se a superfície for de madeira. Por fim, para prevenir a dengue, é recomendável encher o recipiente de areia.

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