Plantas no escuro: jardim de 130 m² utiliza iluminação fotossintética
O projeto "Conexão Natural" de Renata Guastelli, apresentado na CASACOR São Paulo, traz sustentabilidade e uma proposta de refúgio verde.
A falta de luz é um dos fatores que mais desmotivam jardineiros. Porém, a iluminação fotossintética é um grande avanço na horticultura e no design de interiores, permitindo que a beleza e os benefícios das plantas sejam integrados em espaços onde a luz natural é limitada ou inexistente. Esta tecnologia inovadora além de imitar a luz solar, facilita a fotossíntese e abre novas possibilidades para o paisagismo urbano e o bem-estar humano.
O projeto “Conexão Natural” de Renata Guastelli, apresentado na CASACOR São Paulo, é um exemplo notável dessa aplicação. Ocupando uma área de 130 m² dentro do Conjunto Nacional, o espaço é um oásis de tranquilidade e beleza, apesar da ausência de luz natural. As plantas selecionadas por Guastelli, como o Guaimbê compacto e o Cipó-imbé, não só embelezam o ambiente, mas também são escolhidas por sua capacidade de adaptação e contribuição para a biodiversidade local.
A escolha cuidadosa das espécies e a utilização da iluminação fotossintética criam um microclima que não apenas sustenta a vida das plantas, mas também melhora a qualidade do ar e proporciona um refúgio verde. Este projeto é uma prova de que a tecnologia pode ser uma aliada na criação de espaços verdes sustentáveis, mesmo nos corações das cidades.
O jardim busca integrar os visitantes em um cenário tranquilo, rico em plantas vivas e elementos naturais, proporcionando uma experiência de serenidade e conexão. “Desfocamos do materialismo para permitir o foco emocional. O conceito de essencialismo foi uma premissa básica”, expressa Guastelli.
Sustentabilidade é um aspecto central de “Conexão Natural”, manifestado na escolha de materiais e práticas. O piso drenante monolítico, com 99% de permeabilidade, é composto de micro seixos de quartzo rolado, extraído de pedreira com licença ambiental, e aglutinado por uma resina de poliuretano com 70% de base vegetal. “A beleza do piso foi consequência do cuidado do fabricante, que tem grande responsabilidade com a sustentabilidade”, comentou Guastelli. A Lepri foi responsável pelo revestimento cerâmico das jardineiras, usando material reciclado e acabamento sofisticado, reforçando o compromisso com práticas sustentáveis.
A estratégia de sustentabilidade inclui ainda o reaproveitamento de vasos plásticos para novas plantações pós-evento, bem como o planejamento para o uso posterior das plantas em decorações e jardins. Os sistemas de irrigação e iluminação foram projetados para serem sustentáveis e reutilizáveis.