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Empresa italiana produz nylon regenerado a partir de resíduos

A Aquafil resgata redes de pesca perdidas nos oceanos e tapetes antigos para produzir um fio mais sustentável

Por Evelyn Nogueira
Atualizado em 17 fev 2020, 15h54 - Publicado em 22 ago 2019, 15h22

A gente sabe que não existe consumo ético no capitalismo (alô, The Good Place). Mas sabemos também que a aquisição desenfreada é prejudicial para a natureza. Comprar de forma consciente é a moda que deve chegar para ficar nos próximos anos. Os famosos 5 Rs – aqueles mesmos que aprendemos na pré-escola: repensar, reduzir, recusar, reutilizar e reciclar – parecem estar no radar das empresas mais do que nunca.

É justamente pensando em um consumo mais consciente que a Aquafil nasceu. A empresa italiana é a pioneira na produção do Nylon 6, um polímero que reproduz o nylon, sem violar a patente de produção.

(Aquafil/Casa.com.br)

O Econyl, como é chamado, é totalmente produzido a partir de resíduos. Às vezes ele é produzido com redes de pesca descartadas nos oceanos e outras criado com tapetes ou carpetes velhos, descartados em aterros sanitários.

A empresa começou o trabalho em 2011, quando o CEO Giuio Bonazzi percebeu que era importante fazer algo para reduzir a quantidade de lixo gerada pela própria Aquafil. Até 2013, a marca produzia nylon regenerado apenas a partir de tapetes. O cenário mudou quando duas ONGs foram atrás da Aquafil para firmar uma parceria.

(Aquafil/Casa.com.br)

A iniciativa “Healthy Seas” – mares saudáveis, em tradução livre – surgiu a partir de uma parceria entre Aquafil e duas ONGs. Fundada em 2013, a iniciativa atua em três regiões europeias: Mar do Norte, Mar Mediterrâneo e Mar Adriático. Mais de 100 mergulhadores voluntários ocupam seus fins de semana com a ONG e mergulham nos oceanos para recolher todo o lixo encontrado por lá.

(Healthy Seas/Casa.com.br)

Martina Santoni, responsável pela comunicação da marca, explica a importância de produzir novos produtos a partir de algo que já existe: “atualmente, 640.000 toneladas de redes de pesca são deixadas nos oceanos e isso é prejudicial para o meio ambiente. A fauna marinha está morrendo por causa destas redes fantasmas. A produção do nylon regenerado ainda ajuda a reduzir as emissões de carbono, causadas pela fabricação, pela metade. Isso é muito importante”

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A Aquafil fornece o Nylon regenerado para diversas empresas. No campo da moda, por exemplo, a empresa atua ao lado da Gucci, Prada e Stella McCartney. A Prada lançou recentemente a primeira linha com o Econyl e anunciou que em 2020, todos seus produtos serão produzidos com esse material.

(Divulgação/Casa.com.br)

No campo do design de interiores, não poderia ser diferente. “Os consumidores estão pedindo por soluções e as empresas estão entendendo que no fim vale a pena utilizar um material ecologicamente correto”, continua Martina. É aí que entra o trabalho da Decoralle Tapetes.

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Tapete assinado por Paulo Alves. (Divulgação/Casa.com.br)

Há 17 anos no mercado, a Decoralle carrega a inovação em seu DNA. “Buscamos sempre inovar e estamos constantemente atrás de novidades. Quando conhecemos a Aquafil, decidimos investir no Econyl na mesma hora”, diz Leandro Marques, diretor comercial da marca.

Tapete assinado por Giacomo Tomazzi. (Divulgação/Casa.com.br)

Neste ano a marca estreia na High Design e lança a coleção “Brasil: um colar de cores”. Cinco designers assinam a linha de tapetes, totalmente desenvolvida com o nylon regenerado. Daniela Ziegler, Giacomo Tomazzi, Marcelo Caruso, Nadia Rezende e Paulo Alves homenageiam o Brasil e o meio ambiente com um produto sustentável e repleto de histórias. Cada um imprime sua visão do Brasil nas peças.

Tapete assinado por Nadia Rezende (Divulgação/Casa.com.br)
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