Em São Paulo, apartamento tem atmosfera rústica, inspirada em hotéis
Couro, madeira e fibras naturais criaram o clima de férias que os moradores pediram à arquiteta Júia Guadix
O casal de moradores deste apartamento, na Granja Julieta, em São Paulo, queria se sentir em férias mesmo quando não estivesse. Assim, comparam um imóvel espaçoso, com 186 m², e chamaram a arquiteta Júia Guadix, do escritório Liv’n Arquitetura, para criar um projeto que priorizasse uma atmosfera de bem-estar e relaxamento.
Apaixonados por viagens, os clientes trouxeram muitas referências de hospedagens pelas quais passaram. Entre elas está o Hotel São Lourenço do Barrocal, na região do Alentejo, em Portugal, e o Vila d’Este, em Búzios, no Rio de Janeiro. “Ao imergir por esses destinos, detectei que ambos remetem a uma atmosfera leve, com predomínio do branco e da utilização de materiais naturais”, explica Júlia. O casal também queria que o apartamento tivesse elementos rústicos e elegantes, principalmente na área social e íntima. E um décor contemporâneo na cozinha.
O apartamento já tinha uma estrutura, que contava com marcenaria nos quartos e cozinha, além do piso de cumaru, instalado na área social e íntima. Esses materiais foram mantidos e a arquiteta elaborou uma paleta neutra para acompanhá-los, que incluiu peças como tapetes de fibra natural, pufe de couro, sofá de linho, vasos de terracota, cesto de sisal e muitas plantas.
Júlia fez algumas mudanças estruturais, apesar do prazo apertado para a reforma. Em três meses, a obra promoveu a inversão da abertura da porta de entrada e eliminou a parede que dividia a sala e a varanda. A área de serviço também passou por mudanças com a alteração na posição do tanque e da máquina, que ainda recebeu uma bancada de granito.
Na sala de estar, tijolinhos brancos trazem o toque rústico, como queriam os moradores. O rack horizontal esconde os equipamentos eletrônicos, deixando o ambiente ainda mais elegante. E para o mobiliário, as escolhas exibem tons neutros e formas aconchegantes, como o sofá cinza de linho, as cadeiras de balanço Charles Eames, os pufes de couro e a mesa de centro Noguchi.
Para a sala de jantar, Júlia escolheu uma mesa redonda, modelo Saarinen, com tampo de mármore Carrara. O tapete segue o formato do móvel e ajuda a demarcar o espaço, que tem, ainda, duas adegas climatizadas e uma área de bar montada sobre a bancada de madeira de demolição.
Já a varanda, com fechamento de vidro, foi inspirada nas áreas externas de casas de fazenda. O piso ganhou revestimento terracota, que remonta ao hotel português onde o casal se hospedou. Para o mobiliário deste ambiente, a madeira foi o material escolhido. E, para completar, louças e objetos comprados em viagens decoram a mesa de centro.
Espaçosa, a varanda ainda acomodou uma churrasqueira portátil, que foi a saída encontrada pela arquiteta já que o prédio não tem infraestrutura para um modelo tradicional. E para conter a fumaça e odores durante o preparo do churrasco, o armário superior conta com um depurador. Um detalhe interessante: uma das portas ripadas do armário é, na verdade, um carrinho criado para ser movido e permitir o encaixe da churrasqueira no lugar dele. “A churrasqueira tem exatamente esse espaço. Depois que os moradores usam, é só encaixá-la no lugar”, explica a profissional.
Cozinha e área de serviço ganharam piso novo. O revestimento escolhido foi um piso de porcelanato que remete ao cimento queimado para dar um toque industrial aos ambientes. Seguindo a mesma ideia, para as paredes, Júlia escolheu um revestimento no estilo subway tiles na cor cinza, que cobriu a área do backsplash. A bancada de granito preto São Gabriel, por sua vez, foi restaurada e a cuba dupla, que estava desgastada, foi substituída. Na marcenaria, só alguns ajustes foram necessários e a maior mudança aconteceu nos armários sob a bancada, que ganharam laca no tom azul.
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