Um imóvel é um reflexo das tantas fases de nossas vidas. Desde o início da jornada de fase adulta, desenvolvemos um estilo próprio, gerenciamos as primeiras escolhas e as mudanças a partir das necessidades do dia a dia. Na terceira idade, o modus operandi não poderia ser diferente: a morada precisa contemplar o bem-estar e a segurança adaptados às novas demandas que o ciclo requer.
Foi pautada nessa reflexão que a arquiteta Mari Milani realizou o projeto de arquitetura de interiores de sua cliente, uma senhora de 65 anos. Com o desejo de mudar para um imóvel menor, ela, que mora sozinha, decidiu partir para uma nova configuração: um pequeno apartamento com 53m².
“É bastante comum que pessoas nessa faixa etária, depois de viverem por muito tempo em grandes residências, queiram habitar imóveis compactos depois que os filhos se casam”, ressalta a profissional.
Em busca da facilidade e um volume menor de tarefas para a manutenção do novo lar, sua cliente pediu um layout otimizado, aconchegante e com um quartinho para sua neta.
O cuidado com a terceira idade
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Com uma planta enxuta, o primeiro passo foi melhorar a circulação entre a sala e a cozinha por meio da integração dos ambientes. “Para isso, realizamos a demolição de apenas uma parede, que nos entregou essa fluidez”, explana.
“Um atributo que sempre prestamos atenção em projetos para moradores idosos diz respeito à largura das portas e passagens”, diz Mari Milani. Ela explica que esse requisito é fundamental para assegurar a mobilidade e a locomoção das pessoas com essa faixa etária.
Ainda de acordo com a profissional, essas adaptações, em nada, descaracterizam o estilo escolhido para o design de interiores. Durante o planejamento do projeto, Mari Milani ressalta a importância de conhecer as preferências do morador para prestigiar suas atividades preferidas. “Pode ser desde o prazer de assistir TV, o hábito da leitura, costura, artes manuais ou a culinária”, destaca.
Na equação realizada pela arquiteta, a distribuição coesa do mobiliário foi muito bem determinada para ampliar as potencialidades do apartamento e não se tornar um impedimento na vida cotidiana de sua cliente. Além de avaliar a distribuição do layout em função da área enxuta, a ausência de uma varanda reforçou a exigência por um excelente aproveitamento dos 53m².
Na escolha dos móveis para a sala de estar, Mari privilegiou a inclusão de formatos apropriados para a fisiologia dos idosos: na mesa de centro, o formato redondo elimina o risco de machucados nas pernas que acontecem em modelos com quinas pontiagudas.
“No que diz respeito ao sofá, além de uma densidade mais firme do assento, é importante que o morador possa apoiar os pés no chão e não corra o risco de tropeçar no tapete. Por isso, sempre prolongo uma parte para ser encaixada embaixo da peça para não haver quedas em função das pontas que podem se enrolar nos pés”, orienta.
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Como um contraponto para minimizar a percepção de espaços pequenos, o projeto de interiores incorporou uma paleta neutra composta por tons de cinza, amadeirado e toques de rosa em pontos específicos. “Sem dúvidas, a ambientação ficou super gostosa e a parede com a estética do cimento queimado agregou um contraponto leve e interessante”, avalia Mari.
Acompanhando a unidade em todo o projeto, o efeito ripado marcou presença tanto no painel da TV, que se une à cozinha, como também no móvel do banheiro. O mesmo pensamento se reflete na aplicação do mármore, que é encontrado em ambos os ambientes.
Quarto com espaço vertical otimizado
Para o quarto, a arquiteta definiu a verticalidade como o sistema que permitiu, por meio da marcenaria inteligente, dispor armários que ocuparam as paredes até o teto. Seguindo a cabeceira estofada, o ‘L’ incluído abriu espaços adicionais para acomodar itens menos acessados pela moradora.
Um quartinho especial
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Um segundo dormitório foi planejado para uma visita frequente: a netinha da moradora. Assim, o décor compreende sofá-cama, armários e ares delicados para que sua hóspede preferida possa ser sempre bem recebida. Assim como no quarto principal, a estrutura vertical da marcenaria entregou a expectativa desejada: um incrível aproveitamento para a oferta de espaços.
Confira todas as fotos na galeria abaixo:
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