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Este prédio é literalmente um poema

Pavilhão assume a forma de um gigante instrumento musical cônico de madeira

Por Luiza Cesar
Atualizado em 29 out 2021, 11h08 - Publicado em 28 out 2021, 19h00
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(Es Devlin/Designboom)

A artista e designer, Es Devlin, foi contratada para concluir o UK Pavilion para a Expo 2020 Dubai. The Poem Pavilion é o primeiro desenhado por uma mulher, desde o início do evento em 1851, e foi lançado este mês, durante a exposição.

Inspirado em um dos projetos finais de Stephen Hawking, intitulado Breakthrough Listen, a enorme estrutura cônica de madeira convida os visitantes a contribuirem com suas palavras. Composto por inteligência artificial, ele coleta palavras e soletra poemas que iluminam sua fachada de 20 m de altura. Um novo poema é exibido a cada minuto.

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(Es Devlin/Designboom)

O objetivo de Devlin é expressar a Grã-Bretanha como um caldeirão cultural que reúne pessoas de todo o mundo – está previsto que vinte e cinco milhões de convidados passem pelo evento durante sua jornada de seis meses.

Cada um é convidado a dizer uma palavra no ‘porta-voz’ do pavilhão e mergulhar no coração da estrutura, rodeado por inúmeras palavras iluminadas escritas em árabe e inglês. Sendo assim, o desempenho do poema coletivo é uma colaboração internacional. A estrutura foi pensada como uma expressão de encontro cultural e seu resultado é a colaboração de arquitetos, designers, engenheiros e técnicos.

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(Es Devlin/Designboom)

Ela foi produzida pela agência Avantgarde, de Londres e Dubai, que uniu forças com os engenheiros estruturais do Atelier One, os engenheiros de sustentabilidade do Atelier Ten e os arquitetos executivos do Veretec para entregar o projeto.

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Como uma alternativa sustentável ao concreto e ao aço, a madeira laminada cruzada – proveniente de florestas europeias geridas de forma sustentável na Áustria e na Itália – foi escolhida como o principal material da criação.

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A madeira foi posicionada em torno de telhas de LED elaboradas na Bélgica e fabricadas na China, instaladas por equipes locais da Inglaterra e dos Emirados Árabes Unidos, enquanto o algoritmo de geração de poesia foi desenvolvido por tecnólogos criativos na Califórnia.

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(Es Devlin/Designboom)

A paixão de Es Devlin pela poesia gerada por máquina começou anteriormente com retratos de poemas na Serpentine Gallery, em 2016, uma resposta ao convite do curador Hans Ulrich Obrist, para considerar a ideia de uma “escultura social”.

Em 2017, ela continuou no Victoria and Albert Museum, transformando sua árvore de natal anual concebida por um artista em um “canto coletivo”. E, um ano depois, os visitantes enfiaram palavras na boca de um dos leões da Trafalgar Square e testemunharam o texto ao longo do monumento Nelson’s Column.

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(Es Devlin/Designboom)

A composição gerada no UK Pavilion usa um modelo de aprendizado de máquina denominado GPT-2, definido por 1,5 bilhão de parâmetros. Ele foi originalmente treinado em um amplo espectro de texto da Internet e, para este projeto, foi ajustado em uma seleção diversa e cuidadosamente selecionada de mais de cinco mil poemas.

“Algoritmos estão entre nós, eles são uma parte cada vez maior de nossa cultura, sua produção é baseada no que eles são treinados e em quem os treina. O pavilhão é, ao mesmo tempo, uma expressão do ideal de uma Grã-Bretanha culturalmente diversa com a qual cresci, temperada com nossa crescente consciência do papel que os algoritmos desempenham na formação do futuro de nossa cultura”, disse Devlin.

*Via Designboom

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