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Casa de vidro é remotamente construída no Lago Ontário

Montada em outro lugar e em seguida transportada, a casa se localiza em um espaço acessível apenas por água

Por Yara Guerra
Atualizado em 17 fev 2020, 15h51 - Publicado em 10 set 2019, 14h11
(David Whittaker/Divulgação)

O escritório de arquitetura canadense Building Arts Architects transportou, através de pequenas embarcações, elementos pré-fabricados a fim de construir esta casa às margens do Lago Ontário (Canadá), em um local acessível apenas por água.

A três horas de carro de Toronto, a estrutura remota – devido a sua configuração – foi montada fora do local e depois transportada.

(David Whittaker/Divulgação)

O projeto compreende uma estrutura de aço e de vidro, construída fora do local durante o inverno e rapidamente montada nos meses mais quentes, depois que a neve derreteu. No total, foram necessários dois anos para que a casa fosse construída – durante os finais de semana, entre os meses de maio e outubro, quando o tempo permitia.

“O projeto foi construído à mão e levado ao local por pequenas embarcações e barcaças”, disse Jason Smirnis, co-fundador do estúdio com David Jensen. “Projetamos a estrutura de modo que todas as conexões fossem parafusadas e pudessem ser levantadas e montadas manualmente com apenas duas pessoas”, conta ele.

(David Whittaker/Divulgação)

O bloco retangular de dois andares possui um armazém para barcos de deslizamento seco acessível por uma ferrovia marítima. Além disso, uma ponte para pedestres leva ao nível superior de vidro da casa, que fica em um terreno montanhoso e arborizado.

Como base para este piso, foram usados suportes de aço escolhidos por sua estética, durabilidade e desempenho nas condições de congelamento e descongelamento típicas da região. O nível inferior, por sua vez, foi revestido por tapume de madeira recuperada – sobra de uma antiga casa de barcos no local que havia caído em desuso.

“Reutilizamos o máximo de madeira possível da estrutura existente, devido aos desafios de trazer e remover materiais do local”, disse Smirnis.

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Todo o trabalho de usinagem e revestimento foi feito na oficina do estúdio em Toronto. (David Whittaker/Divulgação)

Uma sólida porta frontal de carvalho e de vidro branco dá acesso ao andar superior, enquanto os degraus do lado de fora levam ao armazém de barcos fechado, que abriga um barco de pesca, canoas e caiaques. Localizados também no nível inferior, fica um pátio, uma lareira ao ar livre e a doca.

No andar de cima, há um espaço aberto de 42 metros quadrados, quase todo envolto em janelas do chão ao teto, que oferecem vistas amplas do lago Kawagama.

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(David Whittaker/Divulgação)

“As características da moradia são muito básicas e a intenção era criar um espaço que intensificasse a experiência de viver na água através da localização, vista, som e cheiro”, disse o escritório.

Uma meia parede com armazenamento separa a área de estar da íntima, com duas camas queen size de cobertores vermelhos. Estantes, armários deslizantes e prateleiras para toalhas foram incorporadas ao ambiente, além de uma geladeira branca e retrô que fica no andar superior.

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(David Whittaker/Divulgação)

Para o revestimento do piso, foram escolhidos azulejos cinza-escuros de uma pedra natural dura chamada Bluestone. Três paredes na área do quarto são revestidas por uma espécie de conífera (Douglas fir), a fim de garantir privacidade. Como ela, o teto também recebeu o revestimento, que deu um tom quente e dourado ao espaço.

A casa não possui banheiro e chuveiro, pois os estatutos locais não permitiam instalações de encanamento tão próximas ao lago. Em vez disso, há uma torneira externa montada em uma laje de granito próxima à entrada frontal. 

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A cerca de 91 metros, fica uma cabana principal – a casa de barcos foi projetada como uma cabine de descarga.

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