Ladrilho hidráulico e tinta epóxi renovam apartamento dos anos 70
Antigo, o imóvel paulistano reunia qualidades: boa localização, muito sol… Ficou ainda melhor ao receber um toque de design em materiais e superfícies
Por Marília Medrado
Atualizado em 9 set 2021, 12h29 - Publicado em 2 out 2017, 18h47
A reforma deste apartamento de 150 metros quadrados em São Paulo não poderia ser mais personalizada. Da definição da planta ao desenho do mobiliário, tudo passou pelas mãos da moradora e arquiteta Nabila Sukrieh e de sua sócia Camila Stump, ambas do Estúdio Minke.
“Foi bem interessante projetar o lugar onde iria morar, tive total liberdade para escolher o que queria. Por isso mesmo, a tarefa ficou até mais difícil”, conta Nabila.
Entre tantas possibilidades, um norte: o novo projeto deveria ser integrado e flexível, praticamente o oposto que se via no imóvel compartimentado da década de 70.
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Ao longo dos quatro meses de empreitada, inúmeras divisórias vieram abaixo, proporcionando maior fluidez da iluminaçãonatural, boa ventilação cruzada e amplidão espacial. Entraram nessa dança partes do living em L e as divisórias que delimitavam o quarto próximo à sala, incorporado ao – enfim enorme – espaço de receber e descansar.
“Como a ideia era eliminar um bom número de paredes, introduzimos alguns elementos arquitetônicos para ajudar a definir os ambientes e tornar a área social mais acolhedora”, diz Camila.
A curiosa prateleira para vasos de plantas, instalada em uma das vigas de concreto reveladas durante a reforma, é um dos exemplos, assim como o forro de tauari aplicado apenas no cantinho reservado ao relax.
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O quebra-quebra continuou para converter o então quarto de hóspedes em suíte principal. “Ali, fizemos valer a possibilidade de transformar parte da lavanderia em closet”, conta Nabila. A velha distribuição ajudou e o banheiro destinado ao cômodo vizinho também foi revertido, dando forma à inédita suíte.
Tudo pronto? Quase. Ao remover o carpete de madeira, as arquitetas encontraram lindos tacos de peroba-rosa, espécie rara. Restaurados, eles agora escancaram com orgulho a idade do apartamento.
Aqui e ali, a proposta ainda reservava toques de contemporaneidade. Basta notar o piso com inserções de ladrilhos hidráulicos azuis ou cobertura epóxi verde. Ou ainda as amplas esquadrias de vidro. “Acreditamos que adotar transparências e uma certa variedade de materiais consiga renovar a percepção de alguém sobre um mesmo espaço”, resume Nabila.
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Como se não bastasse tanta autenticidade nas estruturas e nos acabamentos, criações do próprio Estúdio Minke ganharam vez entre móveis e objetos. “Valeu quase como um manifesto daquilo em que acredito”, constata a moradora e uma das autoras da obra.