Impossível não notar o revestimento que cobre a cozinha do chão até o alto – literalmente
Por Texto Cristiane Teixeira
Atualizado em 19 dez 2022, 21h16 - Publicado em 11 abr 2016, 18h45
Dois pendentes Mega Bulb SR2, da dinamarquesa &Tradition (Scandinavia Designs), iluminam a área de refeições na extensa bancada. O tampo repete o cumaru do assoalho, porém em réguas estreitinhas.
(Foto: Alain Brugier/)
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A advogada paulistana Juliana Martines morava com os pais quando comprou na planta este apartamento. Ainda não pensava como gostaria que ele fosse nem imaginava que estaria casada ao mudar-se. “Eu era inexperiente e escolhi muitos revestimentos por catálogo, sem prestar a atenção necessária.” As primeiras ideias trocadas com o arquiteto Diego Revollo, contratado para finalizar o imóvel de 130 m², levaram Juliana a perceber o erro de decisões anteriores. “Perdi dinheiro”, reconhece. Segundo a moradora, conforme o projeto de Diego evoluía, ela foi descartando vários itens já instalados, como os acabamentos dos banheiros, além dos pisos da cozinha e da varanda. Só restou o assoalho de cumaru da sala e dos quartos. “A Juliana desejava manter os ambientes integrados, então expliquei que era preciso um porcelanato mais nobre para a cozinha”, lembra Diego. “Os outros revestimentos foi ela quem preferiu substituir.” Para negociar com a mão de obra e os fornecedores, entrou em campo o marido da moça, o administrador Ricardo Eisenmann.
A planta também sofreu modificações, somando metade da varanda ao living, sem alterar a fachada do prédio. Já que havia mais espaço interno, o arquiteto sugeriu alargar o setor íntimo, alinhando-o com a porta da varanda. Assim nasceu um extenso painel de madeira com panos fixos e largas portas de correr, as quais dão acesso às duas suítes. Diego analisa: “A divisória de folha de nogueira americana é um elemento estrutural que faz parte da decoração e manda nela”.
O painel impacta, porém quem rouba o olhar é a cozinha. “Pela configuração original, ela já era uma caixa separada da sala. Essa ideia ganhou reforço quando o forro dos dois ambientes foi desnivelado, a fim de que cada um alcançasse o pé-direito máximo possível”, explica o arquiteto. O protagonismo da área evidenciou-se no momento em que ela foi inteiramente coberta de porcelanato, inclusive no teto. Questionada se temia um visual cansativo, Juliana nega: “Fiquei foi com medo de morte instantânea caso alguma placa caísse! Mas o Diego e nosso mestre de obras conversaram a respeito, pesquisaram a argamassa e fizeram testes, o que me deixou segura”. Segura e feliz com o resultado. “A estampa é cheia, mas apenas em tons de cinza. E os móveis neutros ao redor equilibram o conjunto. Ficou atemporal.”
1/13 Varanda e cozinha compartilham o mesmo revestimento, em placas (60 x 60 cm) com oito estampas coordenadas. (Foto: Alain Brugier)
2/13 A madeira é outro elemento unificador, presente no piso interno, nos caixilhos e na bancada de refeições. (Foto: Alain Brugier)
3/13 Dois pendentes Mega Bulb SR2, da dinamarquesa &Tradition (Scandinavia Designs), iluminam a área de refeições na extensa bancada. O tampo repete o cumaru do assoalho, porém em réguas estreitinhas. (Foto: Alain Brugier)
4/13 O porcelanato italiano Frame Carpet RND, da Refin (Exbra), impera sobre a marcenaria com acabamentos neutros: vidro e laminado em dois padrões, gelo e Still Silver (Formica), lembrando o inox. (Foto: Alain Brugier)
5/13 O tamanho final da varanda é suficiente para compor um agradável estar, desfrutado nos dias de pouco vento. (Foto: Alain Brugier)
6/13 A porção externa acrescida à sala recebeu o mesmo piso de cumaru (Madel) do restante do apartamento. Na varanda, sobressaem duas luminárias Juyce Pendant (Scandinavia Designs), criadas pela dupla dinamarquesa Salto & Sigsgaard para a Lightyears. (Foto: Alain Brugier)
7/13 Note como o módulo envidraçado da cozinha fica pendurado no forro de gesso, que tem estrutura reforçada. Se o sofá divide tenuamente o living, o painel de madeira o integra, num trabalho da Inovart, responsável por toda a marcenaria. (Foto: Alain Brugier)
8/13 A fim de que a janela não parecesse tão alta, Diego Revollo projetou um bufê baixo e da mesma cor para essa parede da sala de jantar. (Foto: Alain Brugier)
9/13 Um exemplo de como a arquitetura pode interferir na decoração é o tapete liso: assim que Juliana testou um modelo estampado na sala, notou que conflitava com o porcelanato da varanda e da cozinha. (Foto: Alain Brugier)
10/13 A área pequena entre o estar e o jantar acomodou duas compactas poltronas Redondo, da designer Patricia Urquiola para a Moroso (Micasa). (Foto: Alain Brugier)
11/13 O banheiro exibe bancada de Silestone Yukon (MSA), misturador monocomando Focus (Hansgrohe) e pastilhas Cúbicas (Portobello), com efeito tridimensional. (Foto: Alain Brugier)
12/13 Quando aberto, o painel de madeira deixa ver as suítes. (Foto: Alain Brugier)
13/13 Após parte da varanda virar sala, o hall emparedado, que antes dava na cozinha, tornou-se desnecessário e foi aberto. Como a área íntima estendeu-se até a divisória de madeira, sobrou espaço para um bom closet na suíte do casal. (Foto: Alain Brugier)