Slow living: sala de estar é refúgio com materiais naturais e artesanato
O Refúgio Conexão, projeto de Isabella Nalon para a CASACOR SP, propõe momentos de relaxamento e reflexão com décor aconchegante
Ter um olhar mais atencioso para consigo e com a forma como se lida com o próprio ritmo é fundamental para uma existência onde os pequenos momentos de desacelerar e administrar o tempo de acordo com os próprios princípios e objetivos seja uma ideia viável.
Com essa premissa, a arquiteta Isabella Nalon, à frente do escritório que leva o seu nome, comemora 25 anos de carreira ao marcar sua estreia na CASACOR São Paulo 2023.
Ligada ao tema Corpo & Morada da edição 2023, Isabella se inspirou no conceito Slow Living, termo que vem do inglês e que pode ser traduzido como ‘vida lenta’, para conceber o seu primeiro espaço no maior evento de arquitetura das Américas.
Intitulado Refúgio Conexão, o projeto de 76m² tem como essência o propósito de revelar um novo olhar sobre o uso do tempo, proporcionando momentos de relaxamento e reflexão.
Espaços Harmoniosos e Circulação Fluida
Concebido como uma grande sala de estar, o ambiente equilibrado e propício para o relaxamento denota um cenário perfeito para reconectar-se consigo mesmo e com outros indivíduos. Dentro da ampla área, a disposição do mobiliário definida por Isabella é acolhedora e possibilita a prática de múltiplas atividades como a leitura de um livro, conversas agradáveis, relaxamento e até mesmo o trabalho.
“Na minha opinião, é primordial pensar a casa como uma extensão de nós mesmos. Nosso olhar se volta em compreender como os ambientes podem contribuir para a nossa saúde física e mental e, dessa maneira, cada espaço deve refletir aquilo que mais funciona para cada um”, enfatiza a profissional.
Materiais confortáveis e acolhedores
A profissional adotou materiais naturais como lã, juta, algodão, barro, palha, entre outros, para compor uma estética delicada e agradável por meio de texturas que convidam ao toque.
Logo na entrada, é possível observar como a arquiteta aplicou cada elemento de forma inteligente: a divisória de palhinha é um bom exemplo, uma vez que tem a função de separar o ambiente dos demais de forma sutil. Com seu frescor, a palha não fica limitada apenas a entrada e pode ser vista nos encostos de cadeiras e em alguns outros elementos decorativos.
A naturalidade da madeira pode ser conferida com a magnitude de sua textura, que nos remete ao aconchego. No mobiliário, ela deu forma à mesa de centro, à mesa de chá, à base para sofá e aparador. “Buscamos valorizar o feito à mão e o artesanato brasileiro, que traz personalidade e autenticidade ao nosso projeto”, lembra a arquiteta.
Mobiliário leve
Isabella buscou nuances calmas e, com êxito, conquistou a sensação de bem-estar através da combinação de um mobiliário aconchegante, diferentes materiais naturais, vegetação nativa e obras de arte artesanais, criando assim uma ode ao respiro que muitas vezes pode melhorar os nossos sentidos.
Sofás, poltronas e mesas, por conta de sua cor e forma, dão o toque de leveza ao espaço e suavizam a decoração, sem perder personalidade. “Além da questão estética, a escolha também foi pensada no conforto. A mesa redonda integrada ao sofá, por exemplo, permite receber mais pessoas para um bate papo, um chá, ou até mesmo trabalhar, por ter uma altura confortável”, explica Isabella.
Iluminação natural
A iluminação natural, um dos pontos altos do projeto, permeia todo o ambiente e foi destacada e emoldurada por pórticos de madeira, reforçando a sensação de bem-estar e tornando tudo ainda mais agradável. O tecido leve das cortinas é combinado com os brises de madeira e a vegetação, que filtram a luminosidade com delicadeza e frescor, evidenciando a atmosfera de refúgio.
Peças Artesanais e Memórias Afetivas
As peças artesanais trazem charme para a grande sala de estar, garantindo um interessante jogo de cores e texturas com muita personalidade. Com elas, o ambiente segue sua proposta de visual natural, com os jarros e vasos de barro exibidos na estante de nichos de drywall, a madeira nas caixas da década de 1950 e nas esculturas, o colar de sementes e o prato de cerâmica.
A técnica de pintura aplicada na parede é outro elemento decorativo que deixa o local mais acolhedor, pois o efeito “velvet” remete ao natural. “Criamos um espaço sereno para a mente, um convite para meditar, ouvir uma música, conversar, entre outras atividades prazerosas”, conclui Isabella.