Gongocompostagem: opção vantajosa para produção de adubo orgânico

O adubo da gongocompostagem pode ser utilizado em hortas, vasos de plantas, além de repor matéria orgânica em áreas degradadas.

Por CicloVivo
Atualizado em 10 out 2024, 21h10 - Publicado em 30 out 2021, 19h00
Gongocompostagem: opção vantajosa para produção de adubo orgânico
(Karolina Grabowska/Pexels)

Os gongolos, também conhecidos como piolho-de-cobra e embuá, são excelentes trituradores de resíduos sólidos e podem produzir um adubo orgânico que não deixa nada a desejar do composto gerado pelas minhocas. Quem descobriu a novidade foram pesquisadores da Embrapa Agrobiologia, no Rio de Janeiro, e agora a tecnologia está sendo difundida aos produtores de Roraima.

A gongocompostagem funciona por meio da parceria entre o gongolo e os microrganismos presentes no solo e nos resíduos. Os gongolos trituram os materiais, facilitando a decomposição por esses microrganismos. É por meio desta decomposição que os resíduos são transformados em adubo orgânico.

Em uma área externa, uma pessoa deposita terra em um vaso de barro com uma pá para jardinagem
(Markus Spiske/Pexels)

“Conhecemos a pesquisa da Embrapa Agrobiologia e achamos bastante interessante replicar em Roraima. É uma tecnologia simples, rápida e barata, e pode ser uma boa alternativa, não só para áreas rurais, mas também para moradores de terrenos urbanos realizarem o reaproveitamento de restos culturais, corte de grama, folhas secas e podas”, comenta o analista de transferência de tecnologia da Embrapa Roraima, José Alberto Mattioni.

O Agrônomo explica que o processo de gongocompostagem pode levar de 90 a 120 dias, dependendo do material utilizado e da umidade do local. “Quanto mais tempo os resíduos ficarem em contato com os gongolos, melhor será a sua qualidade. Também não há necessidade de revirar o material durante o processo”, esclarece.

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Vantagens

Gongocompostagem: opção vantajosa para produção de adubo orgânico
(Lara Jameson/Pexels)

Segundo Mattioni, uma das vantagens da gongocompostagem está no produto final gerado. O húmus do gongolo não precisa ser misturado a outros materiais, e já pode ser aplicado diretamente para a produção de mudas e também em hortas. Já no composto da minhoca, é recomendado ainda adicionar palha de arroz carbonizada ou pó de carvão para melhorar a textura do adubo.

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Outra vantagem está na oferta desses animais no meio ambiente, facilmente encontrados embaixo de folhas, galhos e troncos. Na compostagem com minhocas o produtor precisa adquirir espécies específicas, como a vermelha-da-califórnia ou a gigante-africana, o que torna a atividade um pouco mais onerosa.

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Visual descontraído e montagem fácil são os trunfos desta horta (Renata Côrtes/Minha Casa)

Quanto à qualidade do húmus gerado, são praticamente iguais, diz o agrônomo. Mas, em relação aos benefícios, há vários outros pontos a favor dos gongolos, além dos já citados. Por exemplo, o número de predadores desses animais é menor que os das minhocas, que são atacados por diversos insetos e pássaros. Assim, a perda do produtor também é menor. A gongocompostagem reduz ainda o volume dos resíduos em até 70%, sendo uma ótima opção para utilização em lixões.

Experimentos na Embrapa Roraima

Na Embrapa Roraima, a gongocompostagem está reaproveitando os resíduos orgânicos gerados na Sede da Empresa, como restos culturais e de podas. O substrato produzido é utilizado em mudas e aplicado nos canteiros da Unidade.

Gongocompostagem: opção vantajosa para produção de adubo orgânico
(Markus Spiske/Unsplash)
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“O que fazemos é juntar os resíduos que já foram semidecompostos na composteira, transferindo o material para o gongolário, que é uma área com proteção, para que os gongolos não saiam. Lá, eles continuam com a trituração dos materiais, gerando o húmus”.

A construção do gongolário é simples, pode ser montada com uma cerca de tábuas ou sombrite e lona embaixo, com caixas de madeira ou caixas d’água avariadas, materiais que o agricultor tem na propriedade. Uma vez por semana é preciso checar a umidade e, se estiver muito seco, é necessário molhar o composto, explica Mattioni. Não há necessidade de revirar a pilha.

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(Phuc Long/Unsplash/Casa.com.br)

Além da aplicação em hortas, vasos de plantas e para a produção de mudas, o adubo produzido por meio do húmus do gongolo pode ser também utilizado em áreas degradadas para reposição da matéria orgânica do solo.

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A tecnologia está disponível a visitação de produtores, técnicos, estudantes e demais interessados. Para conhecer a gongocompostagem, basta agendar sua visita a Embrapa Roraima pelo telefone (95) 4009-7135.

*Via Embrapa

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