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Foster + Partners lança manifesto de sustentabilidade

O Foster + Partners calcula que o acordo de Paris não será atendido pelos padrões ambientais atuais e elaborou uma metodologia própria para avaliar projetos

Por Yara Guerra
Atualizado em 17 fev 2020, 15h37 - Publicado em 23 jan 2020, 16h03
(Divulgação/Casa.com.br)

Projetar edifícios com os padrões ambientais atuais não reduzirá as emissões de carbono o suficiente para atender aos requisitos do acordo climático de Paris. É nisso que acredita Norman Foster, líder do estúdio Foster + Partners.

Tendo isso em mente, Foster decidiu desenvolver uma metodologia própria para o projeto e que vai além dos atuais esquemas de certificação ambiental. Os métodos de avaliação do estúdio estão descritos em um manifesto de oito páginas.

(Foster+Partners/Divulgação)

O Foster + Partners calcula que, mesmo que os prédios sejam projetados para atender aos padrões estabelecidos atualmente, estas condições ainda levarão a um aumento de 3°C nas temperaturas globais.

Para cumprir a meta do Acordo de Paris de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C, seus edifícios precisam ser mais eficientes em termos ambientais.

Emissão de carbono. (Divulgação/Casa.com.br)

A nova metodologia será oferecida a todos os futuros clientes e foi projetada para quantificar as emissões totais de carbono produzidas ao longo de toda a vida útil de um edifício, incluindo projeto, construção, instalação e reforma futura. Ela se concentra na redução do carbono incorporado no projeto, e não na energia usada pelos ocupantes do edifício.

“O método fornece aos arquitetos ferramentas para entender e reduzir o carbono incorporado ao longo do ciclo de vida de um projeto – isso geralmente é ignorado por outros esquemas de classificação, além de fornecer ferramentas para prever e monitorar as emissões operacionais de carbono”, afirma Chris Trott, chefe de sustentabilidade do Foster + Partners.

“Isso nos permite fazer julgamentos para reduzir as emissões de carbono no início do processo de design”, diz.

Cartaz em protesto pelo meio ambiente que alerta “não há Planeta B”. (Divulgação/Casa.com.br)

Mas o estúdio britânico não é pioneiro na atenção com a sustentabilidade. No início deste ano, o Foster + Partners foi um dos muitos escritórios, incluindo Zaha Hadid Architects e David Chipperfield Architects a se juntar ao Architects Declare e declarar uma emergência de clima e biodiversidade.

Além deles, instituições de arquitetura, como RIBA e AIA, também se posicionaram. O primeiro declarou emergência climática e o segundo tornou a crise em questão sua “principal prioridade”. No entanto, após o anúncio, Donald Trump decidiu retirar os EUA do acordo de Paris.

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Gráfico do Foster+Partners que informa que países são os maiores emissores de carbono devido à geração de energia. (Foster+Partners/Divulgação)

Assim como arquitetos, um grande número de outras instituições planeja reduzir seu impacto no carbono. Em junho, a Finlândia anunciou que planeja ser neutro em carbono até 2035 e, nesta semana, a União Europeia apresentou um plano para ser neutro em carbono até 2050.

Segundo Trott, o maior papel que os arquitetos podem ter na criação de mudanças é influenciar outras pessoas a lidar com as mudanças climáticas. “O dispositivo mais crucial que temos é o de defesa de direitos”, diz ele.

“Precisamos trabalhar em conjunto com nossos clientes e outros parceiros para criar uma maior conscientização sobre como podemos trazer mudanças significativas”, finaliza.

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