Em 2022, um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) revelou que o Brasil desperdiçou, até então, 27 milhões de toneladas de alimentos por ano, sendo 80% destes provenientes de mau manuseio, transporte e problemas nas centrais de abastecimento. Ainda de acordo com a ONU, outro levantamento mostrou que, no mundo como um todo, 60% dos alimentos descartados vêm do consumo das famílias.
“Para entender o desperdício, é preciso mergulhar nas origens. O conceito da ‘fartura’ que o brasileiro tanto usa, do ‘melhor sobrar do que faltar’, vem de uma época em que não havia consciência da finitude dos recursos. Hoje temos dados suficientes para entender que quase um terço do alimento produzido no mundo vai para o lixo. Esse prejuízo afeta a todos nós de forma direta e indireta”, diz Gigi Vilela, influenciadora, comunicadora e apresentadora do podcast Eureka com Gigi.
“O armazenamento correto de frutas, legumes e ovos faz com que eles durem mais. Dessa forma, você não precisa toda hora ir ao mercado ou à feira para garantir produtos frescos para suas refeições. Além disso, tem a questão do reaproveitamento: podemos preparar pratos muito deliciosos com casca de maçã ou de laranja, por exemplo, de forma a aproveitar toda a fruta e só descartar aquilo que realmente é impróprio para o consumo humano”, ensina ela.
Não jogue estas dicas fora!
Para ajudar na conscientização e evitar desperdício, Gigi explica a seguir quatro atitudes básicas, porém importantes. “Você sabia que limões e cenouras podem durar mais se conservados na geladeira, dentro de um pote com água? No entanto, batatas e cebolas devem ficar em cestas afastadas do frio, senão correm o risco de estragar mais rápido”, adverte.
1. Faça uma lista antes de fazer compras
“Estamos acostumados a fazer comida a mais e depois pensar em como aproveitá-la. Na maioria dos casos, o alimento fica na geladeira até estragar e depois vai para o lixo. Quando fazemos uma lista, pensamos se realmente estaremos em casa todos os dias, quantas pessoas vão comer e se teremos tempo para cozinhar. Não adianta comprar alimentos para sete refeições se você tiver dois eventos fora de casa, por exemplo”, explica.
2. Não vá ao mercado com fome
“Tomamos uma decisão com base na emoção e não na razão. Quando sentimos fome, nossa percepção fica prejudicada e provavelmente acabamos comprando – e gastando – muito mais do que precisamos. Acima de tudo, quando estamos com fome, todos os alimentos parecem muito mais gostosos, especialmente os considerados ‘junk food’. Por isso, é importante, além de manter a lista de compras atualizada, evitar ir ao mercado quando ouvimos a ‘barriga roncar’”, entende Gigi.
3. Use as cascas e as folhas
“Quase todas as frutas e verduras podem ser consumidas por inteiro, além disso, na maioria das vezes, as vitaminas e nutrientes estão próximos à casca. Para isso, é importante higienizar tudo com uma mistura de água e cloro. Vale lembrar que vinagre e limão não matam bactérias.
Cascas de melancia podem ser picadas e cozidas no açúcar com limão e manjericão, resultando num delicioso doce. Cascas de banana desfiadas servem para uma caponata. Folhas de brócolis e de beterraba vão bem nas saladas e refogados. Cascas de limão podem ser usadas no preparo de um produto de limpeza. Pão adormecido é perfeito como farofa”, ensina.
4. Use o freezer
“É importante pensar com antecedência, antes da comida estragar.
- As frutas podem ser congeladas em pedaços para usar em sucos;
- As ervas, misturadas com azeite em cubinhos de gelo.
- Vale deixar um pote no freezer para colocar cascas e talos e, quando estiver cheio, usar essas ‘sobras’ para fazer um caldo. No meu dia a dia, vou colocando casca de cebola, de alho, de vegetais e até de queijo, como aquela parte dura do parmesão”, exemplifica.
E sabe aquela ideia de que uma laranja podre pode estragar todas as outras do cesto? “Frutas soltam gás etileno, que as ajuda a amadurecer. Por isso, se ficam todas juntas, podem apodrecer mais rapidamente. E sabe quais frutas contribuem mais para que isso aconteça? Maçãs e laranjas”, conclui Gigi Vilela.
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