Norman Foster assina curadoria de mostra na França
Curador de mostra francesa, o arquiteto britânico revela seu jeito de compor obras de arte.
Como relacionar arquitetura, e sua natureza funcional, com arte?
A arte, ao contrário da arquitetura, é livre dos constrangimentos funcionais. No entanto, ambas compartilham a dimensão estética: o conceito do belo. A arte valoriza a arquitetura, hoje e sempre. Aliás, o Brasil tem uma tradição excepcional em casar tapeçarias, esculturas e painéis com edifícios – trata-se de uma herança moderna que remonta à década de 50.
O que considerou em seu papel de curador?
Posicionei pessoalmente cada peça, centímetro por centímetro. E me perguntava: “Eu gostaria de conviver com esta obra em minha casa?” Outro critério era o quanto me sentia tocado emocional ou intelectualmente, ou ambos, pelo objeto. Também resolvi concentrar-me na tradição abstrata e, finalmente, enfatizei os artistas menos conhecidos – em minha própria casa, para cada nome famoso, tenho cinco ou seis trabalhos de gente mais jovem.
O modo de viver contemporâneo ainda favorece o prazer estético?
Com certeza! Arquitetura, como arte, deve tocar o espírito.
Serviço: as obras selecionadas pelo arquiteto-curador estão na mostra Moving. Norman Foster on Art, em cartaz no museu Carré d’Art, em Nîmes, França, até 15 de setembro.