Masp troca equipamentos hidráulicos e economiza 40% de água
Em tempos de crise hídrica na maior cidade do Brasil, o Museu de Arte de São Paulo (Masp) dá bom exemplo com um efetivo projeto de contenção do gasto de água
Com nove banheiros públicos, além de oito nos camarins e quatro nos vestiários, o Masp, ícone da arquitetura brasileira criado por Lina Bo Bardi (1914-1992) em São Paulo, consumia a média mensal de 1,7 mil m³ de água até junho do ano passado. Preocupada com essa marca num momento de estiagem sem precedentes na metrópole, a instituição resolveu trocar seus equipamentos hidráulicos dos anos 90 por dispositivos mais eficientes. O resultado veio rapidamente. No primeiro mês, a economia já foi de 40%. “Diante do panorama atual, pensamos cada vez mais na gestão da água em edifícios e residências, e não apenas nos produtos isolados. Por isso, sugerimos esse projeto para o Masp, na época ainda um piloto para nós”, explica Bruno Basile Antonaccio, gerente de marketing da Deca, marca responsável pela parceria. Batizado ProÁgua, o programa, agora oficial e coordenado por Osvaldo Barbosa de Oliveira Jr., engenheiro da empresa, incluiu detecção de vazamentos e manutenção, além da aposentadoria de itens antigos, substituídos por 40 torneiras de fechamento automático e cinco eletrônicas com sensor, 14 válvulas automáticas de mictório e 37 bacias sanitárias com descarga de ciclo fxo de 6 litros. “Só as novas bacias já geraram enorme diferença. Muito se discute sobre o sistema de descarga, mas a peça determinante para o desperdício é a bacia. A norma brasileira hoje pede aos fabricantes modelos de até 6,8 litros/fuxo. As tradicionais engolem de 9 a 14 litros”, explica Osvaldo, cujos mestrado e doutorado focaram o uso eficiente desse bem natural tão precioso.