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Novo relatório detalha o que deu errado na noite do incêndio de Notre-Dame

Além da falha na identificação do local do incêndio, o sistema de alerta possuía eficiência duvidosa e extintores não foram encontrados

Por Yara Guerra
Atualizado em 17 fev 2020, 15h59 - Publicado em 22 jul 2019, 15h31
(Divulgação/Casa.com.br)

Aparentemente, a Catedral de Notre-Dame estava mais propensa ao colapso do que fomos levados a acreditar em 15 de abril. Neste dia, um incêndio histórico levou Paris e o resto do mundo a um estado de luto sobre a perda potencial de um marco da arquitetura.

The New York Times revisou centenas de documentos e entrevistou oficiais da igreja e líderes da companhia responsável pela segurança de incêndio de Notre-Dame. A análise dos dados revelou que houve uma grande falta de comunicação sobre onde, exatamente, as chamas haviam começado.

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De acordo com o relatório, quando o alarme de incêndio disparou às 18h18, o guarda enviado para verificar a advertência foi para o prédio errado – a sacristia, não o sótão – o que atrasou seriamente o esforço de resposta.

Levou 30 minutos até alguém perceber o que estava acontecendo. No momento em que o guarda subiu para a “floresta” (famoso sótão construído de vigas de madeira envelhecidas que sustentam o telhado), o fogo era invencível. Mas a falha em identificar a localização do incêndio foi apenas o primeiro passo em falso de uma série de erros naquela noite.

(Divulgação/Casa.com.br)

O NYT encontrou outro motivo crítico pelo qual o dano foi tão ruim: o sistema de alerta de incêndio era “tão misterioso que quando era chamado a fazer a única coisa que importava – avisar ‘fogo!’e dizer onde – produzia uma mensagem quase indecifrável”.

Os repórteres descobriram documentos detalhando que os funcionários da catedral e especialistas em proteção contra incêndios tinham levado mais de seis anos para colocar o alarme no lugar, mas que este era simplesmente muito velho e lento. Como se não bastasse, o sótão de Notre-Dame também não possuía extintores.

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Talvez a causa mais infeliz do incêndio tenha sido a falta de experiência do funcionário que comunicou a localização do incêndio ao guarda – de acordo com o NYT, ele vivia o seu terceiro dia de trabalho.

Há um debate sobre se ele entendeu o alerta e se ele comunicou corretamente. Cortes recentes de funcionários em Notre-Dame o deixaram sozinho, de acordo com o The Telegraph.

(Divulgação/Casa.com.br)

Ao narrar os acontecimentos da noite, hora a hora, o relatório do NYT mostra como a catedral era realmente frágil e como estávamos perto de perdê-la para sempre – e, segundo algumas estimativas, ainda estamos.

Como a catedral era antes do incêndio. (Divulgação/Casa.com.br)

Uma investigação oficial do governo francês ainda está em andamento para determinar a causa do incêndio, embora se acredite que nada foi intencionado.

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Ontem, o parlamento aprovou um projeto de lei para reconstruir a Notre-Dame até 2024, o que significa que os US$ 954 milhões arrecadados em doações após o desastre irão diretamente para a restauração.

De acordo com o Senado, o prédio será reconstruído com precisão histórica, embora demore um pouco até que se possa começar. O trabalho de reforço da estrutura está avançando devagar e o arquiteto-chefe do projeto afirma que ela ainda pode entrar em colapso se os arcobotantes não forem devidamente instalados, segundo a CNN.

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