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Meu primeiro royalty: empresa fabrica móveis de estudantes de design

Projeto Meu Primeiro Royalty, da Meu Móvel de Madeira, fabrica protótipos de estudantes selecionados. Os melhores produtos já estão à venda

Por Por Nilbberth Silva
Atualizado em 20 dez 2016, 21h50 - Publicado em 13 jun 2013, 22h11
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Desde 2011 a empresa Meu Móvel de Madeira produz e vende móveis criados por estudantes de design dos estados do Paraná e Santa Catarina. É o projeto Meu Primeiro Royalty. Além de verem suas criações saírem dos programas de computador, os estudantes ganham os royalties de suas criações – 4% do preço de cada item. Tudo é vendido na loja online da empresa e na Loja Minha Casa, do Casa.com.br.

Até agora o projeto contemplou alunos da Universidade Positivo, Universidade da Região de Joinville e Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Paraná, que já viram 20 de seus móveis serem executados. Entre esses, oito produtos já foram colocados à venda – desde a Bug, uma mesa multicolorida com pés dispostos em X, à cadeira Anis, que faz referência a móveis da década de 1970. 

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Podem participar do Meu Primeiro Royalty estudantes do segundo ou terceiro ano – nessa época, os alunos já estão dando os primeiros passos no mundo do design, mas ainda não chegaram à correria do trabalho final de graduação, segundo Ronald Heinrichs, o dono da Meu Móvel de Madeira. A fábrica entra em contato com as universidades que têm disciplinas de design de produto. Os estudantes criam os projetos de acordo com um tema proposto pela empresa. Os briefings são amplos. “Chulé bem guardado”, por exemplo, foi o tema dado aos estudantes da Universidade da Região de Joinville em 2011. Com o tema, Alexsandro Alexandre, criou o aparador Xadrez, um móvel cujos nichos em forma de losango permitem guardar os sapatos na sala ou no hall do apartamento. Hoje a peça virou sucesso de vendas. “Quarto de solteiro” e “Apartamentos pequenos” foram outros briefings. 

Enquanto os alunos desenvolvem os móveis, a empresa dá retornos constantes: algumas vezes os profissionais da MMM reúnem-se com os professores duas vezes por mês. Ao final do semestre – ou do mês, o período varia de acordo com a universidade – a empresa escolhe projetos para virarem protótipos em tamanho real. Nesse processo, recebem sugestões de mudança dos fabricantes. Se os protótipos forem considerados de bom apelo comercial, viram produtos à venda na loja online. Em 2012, 7% de todos os produtos vendidos pela empresa foram criados por estudantes.

Choque de gerações

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Produzir móveis para o mercado não é tão fácil assim para os estudantes. Na hora da prototipagem, os alunos trocam ideias com o marceneiro da empresa – um senhor com 30 anos de experiência. E acabam descobrindo que nem tudo é possível no universo da madeira.

Mas difícil, mesmo, é conviver com as críticas durante o processo de criação. “Tentamos mostrar sem meias palavras onde estão os erros”, conta Ronald. “Queremos que a pessoa olhe com a maior criticidade possível o próprio projeto e descubra onde pode mudá-lo”.

Às vezes, as críticas são bem duras. Foi assim quando a turma de sétimo período da Universidade Positivo propôs móveis para o tema “Apartamentos pequenos”. Havia erros de português na apresentação e nenhuma das oito propostas agradou os representantes da empresa. Ronald pegou pesado e os estudantes saíram da sala de aula sem ouvir um elogio sequer. Foi um choque. Dois meses depois, criaram do zero a bancada Tate, um armário engenhoso que vira bancada de laptop. O móvel anda fazendo bastante sucesso: às vezes o caminho mais curto começa com uma meia-volta.

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