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Em nome do vinho

Montar uma adega em casa não é tão complicado quanto parece. O importante é fugir da luz e do calor, inimigos de qualquer safra

Por Da redação
Atualizado em 14 fev 2024, 15h43 - Publicado em 8 Maio 2007, 13h06
Um título para uma foto sem titulo

Mesmo com a novidade das adegas portáteis, há quem prefira guardar vinhos e espumantes nos moldes tradicionais: um cômodo da casa onde as garrafas permanecem em condições ideais de temperatura e iluminação. O sonho pede várias precauções. São elas: Isolamento térmico. Para adegas previstas na construção, levante paredes simples de tijolos maciços. Use tijolos comuns ou blocos para erguer paredes duplas, recheadas de placas de poliestireno extrudado. Quem tem o imóvel pronto precisa forrar as paredes com as mesmas placas de poliestireno extrudado, ou ainda com mantas de polietileno expandido aluminizadas. Fernando Miranda, engenheiro e professor de degustação da Associação Brasileira de Sommeliers do Rio de Janeiro, também sugere fazer um barroteamento de madeira nas paredes e preenchê-lo com placas de isopor com 4,5 cm de espessura. O isolante pode então ser coberto com réguas de madeira ou tijolos, cortados longitudinalmente para não ocupar muito espaço. Se houver janelas, feche-as com os mesmos materiais. Temperatura constante. Melhor uma temperatura acima do ideal – o máximo indicado são 21 ºC -, porém estável, do que choques térmicos. Sem verba para investir em equipamentos industriais que mantêm o termômetro entre 13 ºC e 18 ºC? Instale um aparelho de ar condicionado – o split é mais silencioso e causa menos vibração -, mas não esqueça que ele gasta muita energia e sofre desgaste, pois não é fabricado para funcionar ininterruptamente. Umidade e ventilação. Se não for possível comprar uma evaporadora (ou forçadora de ar, tipo de climatizador), abra uma janelinha de 20 x 20 cm no alto de alguma parede. Assim, evitam-se fungos e mofo. Um midificador ou desumidificador deve ser previsto caso a umidade esteja longe de 70%.

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Iluminação: A luz solar é totalmente proibida, e a artificial jamais deve focar as garrafas: ambas interferem no envelhecimento do vinho. “Opte por lâmpadas sem filamento, como as fluorescentes, ou por leds”, diz Marcello Marcassa, da B’Block Adega Inteligente, empresa que planeja adegas. As lâmpadas devem ficar distantes das bebidas, bem como todo tipo de aparelhagem elétrica, pois suas vibrações afetam a bebida. Marcenaria. As madeiras de lei são as mais indicadas, pela durabilidade: vá de peroba, cumaru, cedro ou freijó. “No desenho, prefira losangos, que permitem às garrafas rolarem quando se retira uma unidade colocada embaixo”, ensina Fernando Miranda, autor do projeto à cima.

GUARDAR E DEGUSTAR

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O antigo porão desta casa paulistana tinha os quesitos ideais para ser transformado em adega na reforma operada pelo arquiteto Mario Gallo. Para isso, o espaço de 20 m2 teve o reboco das paredes descascado, deixando à mostra os tijolos, que, aliados ao chão de terra batida coberto de pedriscos, criam o isolamento térmico necessário. “Dispensamos

climatização, pois os elementos naturais garantem temperatura estável”, diz Mario. Desenhado pelo arquiteto, o móvel de sucupira escura (Agai Artesanato em Madeira) acomoda 400 garrafas.

Esta matéria foi publicada no especial Churrasqueiras na edição de abril de 2007 da revista Arquitetura & Construção

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