O equilíbrio dos 10,50 m² se dá pelo canto particular organizado de cada morador, demarcado pelos móveis
Por Texto Daniella Grinbergas | Reportagem Visual Fernanda De Castro Lima | Fotos Luis Gomes | Ilustração Alice Campoy
Atualizado em 9 set 2021, 19h32 - Publicado em 5 jan 2018, 16h10
O centro do ambiente acolhe a bancada principal. “A posição é estratégica para dividir as áreas da artesã e do advogado. E o móvel ainda se beneficia da luz natural que chega pela janela”, comenta Carla. Notou a estrutura metálica sob a bancada? A tela, encomendada a um serralheiro e parafusada na madeira, suporta até 25 kg e foi planejada de acordo com o tamanho dos papéis (0,85 x 1,04 m) que acomoda. Calcule a altura conforme o estoque, cuidando para que não atrapalhe quando for se sentar. Como assento, invista em uma banqueta alta, regulável e leve, que possa ser movida.
(Luis Gomes/Minha Casa)
Continua após publicidade
Ele é advogado. Ela, especializada em cartonagem, técnica de criação de produtos com papelão. Imaginada por MINHACASA, essa dupla trabalha no próprio lar. Mas o que fazer quando o home office pede áreas específicas para contemplar profissões tão diferentes? A resposta vem no projeto feito em dobradinha com os arquitetos Carla Prado Dadazio e Ruan Lacerda, de Valinhos, SP. Eles tiraram o melhor partido da situação, inserindo tudo o que ambos precisam sem que um invada o território do outro. Ordem e conforto foram determinantes. A artesã possui uma mesa alta e lugar de sobra para guardar seus materiais. “Como a atividade exige mobilidade, ela dispõe da porção maior”, diz Carla. Ao marido foi reservado um canto sossegado, que agrupa escrivaninha, gaveteiro e espaço para os livros.
1/8 Para ter uma mesa com dimensões adequadas, sem gastar muito, a ideia é somar cavaletes e uma porta de madeira cortada com 1,02 x 1,80 m – os grandes papelões e a superfície necessária para a atividade ditaram a medida. “Os 90 cm de altura não prejudicam a postura, já que algumas etapas do serviço são feitas de pé”, ensina Maria Cecília Pini, artesã paulista que ministra cursos de cartonaria. Além da iluminação geral, Carla e Ruan pediram luz direta sobre o tampo. São três pendentes centralizados, com lâmpadas globo de 45 w, que geram o mínimo de sombra. Monte uma luminária semelhante: conecte o soquete no fio elétrico e passe o conjunto por dentro do carretel de linha. (Luis Gomes/Minha Casa)
2/8 A fim de deixar masculina e aconchegante a parte do escritório destinada ao homem, os profissionais pensaram em usar tijolos aparentes. “Mas a instalação é trabalhosa, e a mão de obra, cara. Então optamos pelo papel de parede que reproduz o material”, justifica Carla. O visual não ficou sobrecarregado, pois apenas uma superfície foi coberta. Para arrematar e também aquecer o conjunto, os arquitetos indicaram rodapé amadeirado, inclusive na parede decorada. O gaveteiro vizinho à escrivaninha passou por uma customização rapidíssima: originalmente de madeira, ganhou adesivo Con-Tact nas frentes das gavetas. (Luis Gomes/Minha Casa)
3/8 O centro do ambiente acolhe a bancada principal. “A posição é estratégica para dividir as áreas da artesã e do advogado. E o móvel ainda se beneficia da luz natural que chega pela janela”, comenta Carla. Notou a estrutura metálica sob a bancada? A tela, encomendada a um serralheiro e parafusada na madeira, suporta até 25 kg e foi planejada de acordo com o tamanho dos papéis (0,85 x 1,04 m) que acomoda. Calcule a altura conforme o estoque, cuidando para que não atrapalhe quando for se sentar. Como assento, invista em uma banqueta alta, regulável e leve, que possa ser movida. (Luis Gomes/Minha Casa)
4/8 Nas prateleiras, há lugar para cestos de bambu Hawai, trio de bonecas Kokeshi de 13 cm, caixa aramada Zena, caixas floridas de 25 x 25 cm. Os rolos de fitas são encaixados no varão Plus D19, que se apoia no alongador de 8 cm. Todos os aviamentos são da Armarinhos Fernando. A fim de que estilete e cola não danifiquem o tampo, proteja-o com um papelão, o mesmo usado nas produções. (Luis Gomes/Minha Casa)
5/8 O mobiliário é preto, porém a parceria com cores vivas basta para eliminar qualquer sombra de sisudez. O abajur vermelho sobressai, assim como as prateleiras pintadas de amarelo, tons que se repetem em um dos quadros. Nas molduras Toldo, de MDF, vão retalhos dos tecidos Chevron branco e preto e Chita moderna. A composição se completa com o relógio Chic. (Luis Gomes/Minha Casa)
6/8 Quem faz cartonagem precisa de uma mesa de apoio. Nela vão a prensa e outros equipamentos que tomariam muito espaço na bancada. Acima do móvel secundário, outra solução prática: o apoio das fitas. “Cortamos e fixamos um varão de cortina sob a prateleira. O manuseio dos rolos fica fácil, assim como sua troca”, afirma a arquiteta. E anote a dica da repórter visual Fernanda de Castro Lima: “As distâncias entre a prateleira e o varão e entre este e a parede devem ser compatíveis com o diâmetro dos rolos para que eles possam girar. Se for preciso, use ganchos alongadores”. (Luis Gomes/Minha Casa)
7/8 Ao redor da bancada de trabalhos manuais (1) foram deixados 80 cm livres para a circulação. Alocada em um dos cantos, a mesa da prensa (2) tem a mesma profundidade do recuo previsto para um armário embutido. O advogado acomoda-se na parede oposta, onde ficam escrivaninha (3), gaveteiro (4) e duas estantes – uma delas é destinada a ele (5). De forma sutil, a rusticidade alcança reforço com o piso de porcelanato no padrão cimento queimado. A escolha foi motivada pela cartonagem, a qual envolve cola e outros materiais que poderiam danificar alguns revestimentos ou dificultar a limpeza. (Alice Campoy/Minha Casa)
8/8 Como a moradora utiliza artefatos cheios de cores e vive carregando-os para a decoração (repare nos quadros com tecido estampado e nas caixas das estantes), os arquitetos optaram por uma base neutra, mas aconchegante, formada pelo papel de parede imitando tijolo, pelo piso cinza e pelo mobiliário em preto e madeira. O tempero vem do amarelo, que empresta sua personalidade calorosa à ambientação. (Luis Gomes/Minha Casa)