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Alto-astral e praticidade

Cores cheias de energia, mobiliário bem pensado e excelente área de circulação são os predicados desta cozinha de 9 m²

Por Texto: Juliana Duarte / Reportagem Visual: Mario Mantovanni
Atualizado em 10 set 2021, 01h12 - Publicado em 31 ago 2015, 14h00

A equipe de Minha Casa propôs ao arquiteto paulista Décio Navarro o desafio de criar uma cozinha com uma sutil referência a nossa bandeira. Mas nada de exageros! Décio apostou em nuances de verde e azul, que proporcionam uma atmosfera tranquila, e em um amarelo quente na medida, bem mais rebaixado do que nosso canarinho. Provando que nem só de azulejos vive este ambiente, a parede da pia foi a única que recebeu peças cerâmicas, escolhidas a dedo para compor um mosaico charmoso. Para as demais superfícies, a solução foi escalar a pintura com tinta látex acrílica, que é lavável. “Esse acabamento ainda se mostrou mais econômico em comparação com o azulejo”, aponta o profissional. 

Conforto também foi prioridade: na contramão dos cômodos pequenos que não comportam uma mesa de refeições, aqui, ele conseguiu encaixar o móvel e duas cadeiras, deixando espaço de sobra para a circulação. Ficou curioso? Os segredinhos de planejamento você confere a seguir.

Jogo de quente e frio

❚ Pano de fundo, o amarelo ilumina e alegra a decoração.

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❚ Com uma base aquecida como essa, foi preciso recorrer a tons frios para contrabalançar: verdes e azuis entraram em campo, principalmente no mosaico de peças cerâmicas. Misturadas, essas cores marcam presença com uma boa dose de turquesa. 

❚ O amadeirado do piso e o branco do mobiliário têm a importante função de neutralizar o conjunto.

Revestimentos marcantes são a alma da cozinha

❚ Um painel de azulejos coloridos valoriza qualquer espaço. Partindo dessa premissa, Décio foi atrás de um bom mix de cerâmicas em um cemitério de azulejos, que vende peças fora de linha. Como os valores por unidade partiam de R$ 4,90, o arquiteto teve a grande sacada para baratear: comprou apenas os modelos estampados e os que tinham cores lisas e difíceis de encontrar atualmente. Os demais – branquinhos e azuis-claros básicos – foram adquiridos novos e, fazendo os cálculos, custaram menos de R$ 0,50 cada.

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❚ O truque para combinálos? Testar, no chão, as mais diversas possibilidades.

❚ Nem mesmo a porta que liga a cozinha à área de serviço escapou da tinta amarela. Como a parede inteira seria pintada, o arquiteto achou que a estrutura de madeira também deveria entrar na dança. “Ela fica quase invisível quando fechada e não pesa visualmente”, comenta.

❚ O piso vinílico com aparência de madeira contrasta com os tons eleitos, exibindo uma padronagem escura e os veios bem marcados – com ele, o cômodo ganhou ainda mais personalidade! O material é indicado para áreas molhadas, mas sem a presença direta de água, e tem manutenção simples, feita com pano úmido.

Tudo em nome da boa circulação

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❚ Quando não está em uso, a mesa (1) de 90 cm de largura fica encaixada em um vão calculado entre os móveis. Dessa forma, toma apenas 45 cm da área de passagem. Na hora das refeições, basta puxá-la o quanto precisar e colocar as cadeiras, que ficam guardadas entre a geladeira e a parede (2).

❚ Décio se preocupou em deixar o trecho de ligação entre as duas portas, a de entrada e a da lavanderia, completamente desimpedido.

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Mobiliário esperto misturado às prateleiras

❚ Atento para não deixar o projeto muito carregado com o uso excessivo de armários, o arquiteto lançou mão de prateleiras de MDF pintadas do mesmo tom de verde das paredes. “Com leveza, elas interligam os módulos brancos e são ótimos suportes para equipamentos eletrônicos e objetos de uso cotidiano”, conta. A cor ainda ajuda a camuflá-las. Repare que não há mãos-francesas apoiando as pranchas por baixo – as ferragens estão sobre as placas para que o metal não fique em evidência. 

❚ Os móveis foram posicionados de forma a ocupar as duas maiores paredes da cozinha, aproveitando toda essa área. As peças inferiores ficam elevadas do piso, o que facilita a limpeza. 

❚ Como o pé-direito é generoso, acima do módulo mais alto foi colocada uma prateleira contínua, que limita visualmente a altura do cômodo – solução repetida do outro lado. Dali pra cima, a pintura é branca. 

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❚ O básico só tem vez no acabamento dos armários. Décio deu um jeito de vestir a geladeira de acordo com o clima: as portas receberam adesivo amarelo. 

❚ As cadeiras dobráveis são verdadeiros curingas – podem ser fechadas e guardadas no vão entre a parede e a geladeira.

Fotos: Luis Gomes

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