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Projeto de estádio de Zaha Hadid para Olimpíadas de Tóquio é cancelado

O governo japonês não quer construir o projeto de Zaha Hadid para as Olimpíadas de Tóquio em 2020. O motivo? É caro demais

Por Jéssica Michellin
Atualizado em 19 jan 2017, 14h16 - Publicado em 17 ago 2015, 13h28

O novo estádio de Tóquio, projetado para as Olimpíadas de 2020, não deve sair como o planejado — pelo menos não com o projeto original de Zaha Hadid. Isso porque o primeiro ministro do Japão, Shinzo Abe, anunciou que a construção do estádio será refeita do zero por causa dos altos custos deste projeto. A arquiteta iraniana, que ganhou o concurso para a construção do estádio, informou que o projeto inicial já foi alterado, devido a preço dos materiais, mas ainda assim enfrenta resistência do governo japonês. O projeto também é criticado por vários arquitetos japoneses, entre eles Toyo Ito, Sou Fujimoto, Kengo Kuma e, principalmente, Fumihiko Maki, um dos ganhadores do Pritzker (maior prêmio do seguimento). Para Maki, o estádio é desproporcional em relação ao espaço onde está inserido, o parque Yoyogi. Em entrevista ao Deezen, a arquiteta rebateu às críticas. “Toda essa situação é embaraçosa para eles. Eu entendo que a cidade é deles, mas eles estão sendo hipócritas”, afirmou. A polêmica não para por aí. Recentemente, o arquiteto britânico Richard Rogers afirmou que o governo japonês “perdeu seu rumo” ao abandonar o projeto inicial, acrescentando que a decisão pode prejudicar a credibilidade do país. Rogers, que estava no júri que selecionou o projeto de Hadid para o estádio, está inconformado com a decisão do governo japonês. “Eu gostaria de expressar a minha preocupação com a decisão de cancelar o projeto Zaha Hadid nesta fase. Para o Japão, perder a cabeça agora e abandonar um projeto desenhado por uma das arquitetas vivas mais importantes do mundo, um projeto que foi selecionado por um júri internacional, não só irá resultar em um estádio de pior qualidade para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, mas também em danos à credibilidade internacional do país e sua reputação como um um pólo de design e arquitetura”, explicou em comunicado. Para ele, projetos e obras enfrentam desafios, mas arquiteto e o governo devem trabalhar juntos para enfrentá-los. “Se o projeto precisa mudar para cortar custos ou devido a outras questões, tenho certeza que o time de Hadid estará disposto a realizar essas mudanças”, finalizou Rogers.  Confira imagens do projeto inicial de Hadid:

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