Florais, grafismos e brilho: história das estampas e jeitos de combinar
Um breve relado sobre os veludos, o sucesso dos tecidos gráficos e a durabilidade dos arranjos florais
Arranjos de flores
O ambiente de estar integrado à varanda ganha ares de jardim na concepção da arquiteta Cristina Bozian
Os padrões florais são reproduzidos em tecidos há milênios. “Esse motivo era o preferido na Índia, o berço da arte de estampagem”, conta Dinah Bueno Pezzolo, no livro Tecidos, História, Tramas, Tipos e Usos (ed. Senac). Dinah explica ainda que o fl oral foi o tema predominante na estamparia mundial até o fi m do século 18. Se depois ele ganhou concorrência, nunca caiu no esquecimento. Pelo contrário, cada época pode ser reconhecida pela forma que apresenta as versões fl oridas na tecelagem. “As flores dos tecidos de hoje não estão definidas num único estilo e permitem misturar em um mesmo ambiente padronagens pop, românticas, exóticas e folclóricas”, diz Cristina Bozian.
Glamour com veludos e brilhos
“Adoro esse veludo moderno, que brilha e inspira a felicidade”, declara a designer de interiores Neza Cesar.
Acredita-se que o veludo chegou ao Ocidente pela lengendária Rota da Seda, transposta por caravanas que ligavam comercialmente o extremo Oriente e a Europa. Originalmente feito de seda, o tecido começou a ser produzido por cidades italianas, como Veneza, Florença, Lucca, Gênova e Milão, por volta do século 12 e se tornou um fenômeno de geração de riquezas. “No século 20, o veludo passou a ser fabricado com acetato, raiom e algodão, tornando-se um artigo mais popular”, afirma a pesquisadora Dinah Bueno Pezzolo. E ele está de volta. “O veludo liso ou com relevo e outros tecidos brilhantes são pontos altos da decoração contemporânea”, diz Neza Cesar.
Estampas multiculturais
“Para uma composição de diferentes estampas como essa dar certo, é preciso trabalhar a afinidade de tons”, ensina o arquiteto Marco Aurélio Viterbo.
Os padrões geométricos caminharam ao lado dos florais na história da estamparia de tecidos, visto que compõem uma das mais antigas formas de expressão do homem. Segundo a pesquisadora Dinah Bueno Pezzolo, eles dividiam com a padronagem de fl ores a preferência do consumidor nos séculos 17 e 18. A partir de 1925, com a explosão do movimento art déco, os traços geométricos voltaram a predominar. Mesmo sem nunca sair de moda, eles surgem agora em desenhos marcantes, que permitem belas composições. “Não é necessário o casamento temático dos grafismos. Vale apostar na harmonia de cores usando no máximo dois tons”, propõe o arquiteto Marco Aurélio Viterbo.