Novas lâmpadas eficientes e econômicas tiram incandescentes de cena

Conheça os prós e contras dos modelos que promete muito mais economia

Por Texto Patricia Bernal | Direção de arte Camilla Frisoni Sola | Design Luciana Giammarino | Ilustrações Camilla Frisoni Sola
Atualizado em 19 jan 2017, 13h45 - Publicado em 14 Maio 2012, 18h40
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É bem provável que em sua casa exista mais de um tipo de lâmpada. Desde o apagão, em 2001, fontes de luz mais econômicas como as halógenas, as fluorescentes e, recentemente, as de LED viraram visitantes permanentes de espaços íntimos da morada, das áreas externas e dos escritórios. Se num primeiro momento a busca por novas formas de iluminar a casa foi uma alternativa para diminuir a conta no fim do mês ou reduzir a onda de desperdícios, em 2016, isso se tornará lei.

Nova lei para as incandescentes

 

A partir deste ano, a comercialização e a fabricação das lâmpadas incandescentes comuns, que não atingirem o mínimo de eficiência exigida pelo governo, serão proibidas no Brasil. A ideia é reduzir a zero a utilização das “amarelinhas”, ao menos no uso doméstico, uma vez que elas ainda são maioria nas residências do país. “Mesmo com uma maior conscientização por parte do consumidor desde a crise energética, cerca de 300 milhões de lâmpadas comuns ainda são comercializadas no país”, diz Isac Roizenblatt, diretor técnico da Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux). Ou seja: o baixo custo e a boa luminosidade desse tipo de lâmpada ainda pesam na decisão de compra. Porém, como veremos adiante, sua durabilidade é baixíssima e a energia gasta é elevada – mau para o bolso e para o planeta que precisa produzir mais energia para suprir a demanda. Mas, a ideia não é somente adotar as versões econômicas que, nem sempre, trazem o conforto e o aconchego emitidos pela luminosidade das amarelas. É preciso conhecer as características de cada modelo, para então decidir pela melhor opção. “É importante fazer um planejamento e avaliar o local que será iluminado”, explica Adriana Fernandes, coordenadora do departamento de designer da loja La Lampe, em São Paulo. O ideal é mesclar luzes e tipos diferentes, tendo a consciência de que não há uma única melhor em todos os sentidos, pois cada espaço tem uma demanda diferente de iluminação.

Alternativas de reciclagem para lâmpadas

 

Além da economia, é claro, um importante aspecto que deve ser levado em conta na hora de comprar uma lâmpada são as alternativas de reciclagem disponíveis no mercado. “Por serem compostas basicamente de alumínio e vidro, as incandescentes devem ser descartadas preferencialmente como material reciclável”, orienta Eduardo Sebben, diretor superintendente da Apliquim Recicle Brasil, empresa especializada em descontaminação e reciclagem de lâmpadas. Como ainda não existem procedimentos e tecnologia específicos para o descarte das lâmpadas de LED, elas devem ser descartadas como lixo eletrônico, pois contêm diversos componentes eletrônicos.

O maior problema reside nas lâmpadas fluorescentes, cujo uso tem crescido ano a ano e que podem oferecer danos à nossa saúde e ao meio ambiente. “O mercúrio inorgânico presente nessas lâmpadas não está em sua forma mais tóxica, mas em contato com o meio ambiente (aterros e lixões) pode se transformar na forma orgânica contaminando o solo e os lençóis freáticos”, explica Bruno Carneiro, engenheiro químico do Departamento de Meio Ambiente do Instituto de Pesquisa Evandro Chagas, no Pará. Segundo ele, esse mercúrio orgânico chega a nós por meio dos alimentos (em especial os peixes) podendo, em excesso, causar doenças relacionadas ao sistema nervoso central.

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Não é à toa que o descarte correto é um dos itens importantes da chamada logística reversa obrigatória, que faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos, aprovada em 2010. Nela, o fabricante, o distribuidor e o importador do produto são responsáveis por recolher e destinar o material usado para as empresas de reciclagem.

A forma como será feito todo esse trabalho ainda está em estudo. “A previsão é de que no futuro haja pontos de coleta para facilitar o descarte das lâmpadas, e esse custo extra da coleta esteja embutido no preço final do produto, o que hoje ainda não ocorre”, informa Isac Roizenblatt, diretor técnico da Abilux. Mas, se quiser ajudar, você pode separar essas lâmpadas e procurar os pontos que recebem esse material voluntariamente. “Supermercados, shoppings, lojas de construção e empresas de reciclagem e descontaminação oferecem esse serviço, mas é preciso se informar e ver se há essa possibilidade”, sugere Zilda Maria Faria Veloso, gerente do Departamento de Resíduos Perigosos do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Uma lâmpada para cada nescessidade

 

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Comum

Como ela é: possui um filamento de tungstênio que, ao ser aquecido pela corrente elétrica, transforma energia em luz e calor. O problema é que apenas cerca de 6% a 8% são transformados em luminosidade – o restante é dissipado na forma de calor. Isso faz com que haja um gasto energético desnecessário, encarecendo a conta no fim do mês. Entre todos os tipos é o que dura menos, cerca de nove meses (ou 750 horas). Seu Índice de Reprodução de Cor (IRC) é 100%, ou seja, os objetos iluminados por ela se aproximam bastante de sua cor natural, e o tom da luz é amarelado. É a mais barata à venda no mercado.

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Halógenas

Como ela é: tem o mesmo princípio de funcionamento da incandescente comum. Ela também possui filamento e ainda gás halógeno – composto de iodo e bromo – que faz com que sua vida útil gire em torno de dois anos (ou 2.000 horas), bem mais do que a da incandescente comum. A conversão da energia em luz varia de 10% a 12%. A qualidade da iluminação é similar à da comum tanto no que diz respeito ao IRC quanto ao tom da luz, chamada pelos especialistas de temperatura da cor.

Na decoração: por emitir uma intensidade de luz bastante agradável tanto a incandescente comum quanto a halógena são indicadas para locais como salas de estar, quartos, home theaters. Além disso, como tem bom IRC, deve ser usada em locais onde precisamos enxergar as coisas nas cores originais, tais como espelho de banheiro (para maquiagem), salas (especialmente os locais de refeições), quartos, closets (para escolher a roupa certa) e assim por diante. A lâmpada halógena está disponível com diferentes refletores acoplados que proporcionam iluminação com foco dirigido ideal para destacar quadros, objetos e coleções.

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Fluorescente

Como ela é: a maior parte da luminosidade dessa lâmpada vem de uma reação química dos gases mercúrio e argônio, contidos em seu interior, e não da corrente elétrica. Resultado: menos gasto de energia e conta mais barata. Nessa categoria existem dois tipos: a compacta que, em uma residência, dura em média de seis a 12 anos, e a tubular que dura de sete a 15 anos. O IRC varia de 65% a 90% e pode ser encontrado com temperaturas de cor amarelo suave e azul. Hoje em dia, a oferta de lâmpadas de qualidade aumentou muito, se comparada ao início de sua inserção no país.

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Na decoração: por ser uma lâmpada econômica e eficiente, é perfeita para locais em que seja necessária muita luz geral e para espaços que demandem iluminação constante, como cozinhas, banheiros, áreas de serviço, garagens e corredores. Como não possuem um bom IRC, os objetos iluminados tendem a ficar com uma aparência mais “artificial”. Na cozinha, lâmpadas desse tipo podem ser usadas desde que não sejam colocadas sobre locais como pia e fogão, em que os alimentos são manipulados. Nesses casos, fique com a incandescente comum ou a halógena, que realçam a cor natural do objeto iluminado.

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Lâmpada LED – (Diodo Emissor de Luz)

Como ela é: dentre todas é a que possui tecnologia mais eficiente. Isso se traduz numa maior durabilidade (algumas podem chegar a até 50 anos ou 50.000 horas), economia e luminosidade. Em contrapartida, é uma das mais caras do mercado, seu IRC não é bom (comparado ao das outras) e, no Brasil, está disponível apenas na temperatura de cor azulada, ou seja, mais fria. O funcionamento dessa lâmpada é complexo e totalmente diferente do dos outros tipos: a luz é resultante de uma reação energética desencadeada por elétrons (cargas negativas).

Na decoração: é perfeita para locais em que é necessária uma grande economia de energia, para áreas que precisam de um “ponto” de luz, como corredores, escadas, prateleiras pequenas, jardins ou pontos de destaque que ficam acesos a noite inteira. Outra vantagem é a possibilidade da troca dinâmica de cores, usada com frequência na cromoterapia e em salões de festa. Além do uso doméstico, são ideais para iluminação de ruas e avenidas.

Fontes: Adriana Fernandes, coordenadora do Departamento de Designer de La Lampe, de São Paulo; César Pagan, chefe do Departamento de Máquinas, Componentes e Sistemas Inteligentes, da Faculdade de Engenharia Elétrica e da Computação, da Unicamp; e Isac Roizenblatt, diretor técnico da Abilux.

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Conheça o selo de eficiência energética

 

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Para saber a eficiência energética de cada modelo (boa luminosidade, qualidade do produto e baixo gasto energético), o Inmetro criou a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (Ence) para lâmpadas incandescentes comuns e halógenas, e para fluorescentes compactas. A etiqueta possui sete classes de eficiência, que vai de “A” (a mais eficiente) a “G” (a menos eficiente). Por exemplo, as fluorescentes compactas geralmente são “A” e “B”, as incandescentes são classificadas de “D” a “G” e as “C” são as halógenas. Já as fluorescentes tubulares e as LED devem estar regularizadas e etiquetadas a partir de 2013.

Fonte: Marcos Borges, responsável pelo Programa Brasileiro de Etiquetagem, do Inmetro.

 

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