20 tipos de vidros: ecoeficiência, beleza e segurança
Tecnologia é a palavra de ordem na hora de escolher vidros para boxe, fachadas, escadas, janelas e coberturas.
De 4000 a.C. até hoje, pouca coisa mudou na composição do vidro: a mistura básica ainda funde sílica (areia) e outros minerais. Mas no resultado final… Quanta diferença! Impulsionada por novos processos de fabricação e beneficiamento, essa indústria deu um salto em números e qualidade no país. E, quanto maior a demanda, maior o investimento em tecnologia graças a ela, produtos como chapas autolimpantes e de controle solar já são uma realidade incorporada ao repertório nacional.
Ecoeficiência
Dentre as novidades verdes, despontam os vidros seletivos, capazes de refletir mais calor que luminosidade. Nas versões atuais, diminuiu-se o aspecto espelhado. Obter o resultado ideal, porém, exige conhecer cada produto: Os vidros low-e funcionam bem em países frios, pois permitem a entrada de radiação solar e não a deixam sair, mantendo os interiores aquecidos. Nos trópicos, vale apostar nos modelos com controle solar associado, diz a arquiteta gaúcha Lisandra Fachinello Krebs, consultora da Krebs Sustentabilidade e profissional acreditada pelo LEED (selo americano de green building). Nestes, a mesma chapa combina camadas de substâncias com as duas propriedades, tornando-a apta a diminuir a incidência de calor de um lado e evitar a perda de refrigeração do outro.
Segurança
Anteriormente tímido em sua participação na construção civil, o vidro agora compõe degraus, guarda-corpos, vigas e outras estruturas até então entregues a materiais como concreto e madeira. Uma vez identificados os problemas que aumentavam a fragilidade do vidro, buscou-se neutralizá-los, diz Paulo Duarte, referindo-se aos métodos tradicionais de corte e lapidação que intensificavam a presença de microfissuras intrínsecas ao material e diminuíam seu desempenho. Além do aperfeiçoamento dessas tecnologias já conhecidas, novas técnicas surgiram como o corte com laser e jatos dágua, alternativas ao bom e velho diamante. Outro fator que colaborou para a maior presença do vidro na arquitetura foi a melhora no beneficiamento. Na laminação, sobressai a busca por películas de maior segurança para o recheio entre as folhas.
Para saber as características de cada tipo de vidro
Monolítico: vidro comum. Temperado: ganha cinco vezes mais resistência com choque térmico as folhas são aquecidas no forno e resfriadas rapidamente. Na quebra, forma estilhaços sem pontas cortantes. Laminado: duas ou mais chapas unidas por uma película de segurança (de PVB, EVA ou resina). Na quebra, os cacos ficam grudados a esse recheio. Insulado (ou duplo): duas placas ligadas nas bordas por um perfil selado e separadas por câmara de ar ou gás argônio. Promove isolamento termoacústico. Serigrafado: colorido com tinta e levado ao forno de têmpera, não permite recortes depois de pronto. Pintado a frio: a secagem da tinta ao natural propicia cortá-lo já tingido. Acidado: um banho de ácido deixa sua aparência opaca. Impresso: adquire relevos na superfície já na fabricação das chapas.
Estética
Não faz muito tempo que as opções em vidros impressos se resumiam a padrões canelados e martelados, aqueles comumente vistos nas janelas de banheiros e lavanderias de antigamente. Surgiram pontilhados, estrias, quadriculados e outros acabamentos de visual moderno, com outra vantagem: o incremento na fabricação garante uniformidade à face lisa das chapas, característica fundamental para que a maioria delas aceite beneficiamentos como laminação, têmpera e serigrafia. A laminação, aliás, é outro segmento repleto de possibilidades: além da cartela de cores infinita, o processo avançou a tal ponto que tornou possível rechear os sanduíches de vidro com reproduções de fotos, cortes de tecido e lâminas melamínicas, entre outras opções bem como preparar folhas de até 6 m de comprimento (na têmpera, o limite atual é de 5,20 m), para a felicidade do arquiteto paulista Arthur Casas. Quanto menos emendas, melhor, afirma ele, que sonha com placas ainda maiores, já corriqueiras em outros países.
Para saber como acertar na escolha do vidro
Contar com a orientação de um profissional especializado é sempre a melhor pedida fatores como a exposição a ventos e umidade influenciam na determinação da espessura e do tipo mais adequado de vidro para cada situação. Pergunte ao vidraceiro se ele tem conhecimento da norma NBR 7 199, sugere Silvio Ricardo Bueno de Carvalho, coordenador de normalização técnica da Abravidro. Essa regulamentação da ABNT especifica que guarda-corpos e coberturas devem ser feitos apenas com vidros laminados ou aramados, cuja capacidade de manter os fragmentos no lugar em caso de quebra diminui o risco de acidentes. Preocupada em divulgar essa e outras regras de segurança, a Abravidro tem promovido cursos para bombeiros de diversos estados, já que são eles os responsáveis por liberar o habite-se das construções.