Madeira, aço e cimento desenham casa no topo de uma montanha
Para a total conexão com a paisagem de Araras, na serra fluminense, esta morada conjuga ares contemporâneos e acabamentos calorosos
Por Simone Raitzik (reportagem visual e texto)
Atualizado em 9 set 2021, 11h30 - Publicado em 9 mar 2018, 17h00
O terreno de 26 mil m² no alto de um condomínio em Araras, bairro de Petrópolis, RJ, já estava definido e comprado no primeiro encontro entre a equipe do escritório carioca Ao Cubo Arquitetura e o cliente. Mas a implantação no lote e o partido estético – o visual do que viria a ser construído ali – permaneciam incertos.
Várias reuniões se sucederam até que Pedro de Hollanda, Lessa Carvalho, Edna Maeda e Paula Paiva, os sócios contratados para a tarefa, conseguissem traduzir em cimento, ferro e madeira os desejos e expectativas do futuro dono da casa. “Ele chegou inclinado a erguer no local algo com jeitão colonial, mas percebeu que poderia sair meio ‘falso’ e optou por uma linguagem contemporânea”, diz o arquiteto.
Depois de quatro meses e muitos estudos, os profissionais chegaram à conclusão de que o melhor formato seria basicamente horizontal, acomodado no relevo de modo a atender ainda aspectos como insolação, vistas e privacidade. A planta se dividiria em dois trechos: um englobando a área social e a suíte master e outro com sala de TV e quartos de hóspedes.
Toda a ala de serviços e o lazer, incluindo piscina e sauna, restaria embaixo, em meio a pilotis delgados, capazes de manter o pavimento aberto e sustentar a edificação. Afinal, a ideia era alterar o mínimo possível a topografia do lugar apostando em movimentações de terra pontuais. Mas engana-se quem pensa ter sido irretocável o plano zelosamente concebido até então.
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Como a equipe do Ao Cubo assumiu também o acompanhamento da obra – um meio de assegurar a correta execução, avaliam os integrantes –, alguns itens mudaram durante os 16 meses subsequentes. “Já com o estudo definitivo aprovado, nos demos conta de que a casa poderia parecer esticada demais e flexionamos parte do pavilhão num ângulo de 15°. Essa medida ainda permitiu assentar melhor a construção no solo”, continua Pedro de Hollanda, revelando como as respostas surgiram aos poucos e o tempo de maturação contou a favor.
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No final do processo, deu-se ainda uma pacificação de estilos: colonial, contemporâneo, moderno. “Vimos que o cliente garimpava móveis dos anos 50 e 60 e o ajudamos nessa tarefa, além de criarmos interiores contemporâneos onde tais peças caberiam perfeitamente.” Isso sem esquecer o típico telhado cerâmico, claro, que cobre o bloco principal.