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Uma Reserva Particular com 6 mil m² de mata nativa em Curitiba

O Arquiteto Osvaldo Navaro criou um oásis e virou dono de um bosque nativo. Com isso mudou, para melhor, o cenário urbano da cidade

Por Reportagem Alessandra Okazaki (texto) e Edson G. Medeiros (visual) | Design Júlia Blumenschein | Fotos Alessandra Okazaki
Atualizado em 29 ago 2018, 11h48 - Publicado em 10 ago 2012, 19h50

Diversas espécies de pássaros, como o tucano-de-bico-verde, frequentam essa varanda. Pudera: o arquiteto Osvaldo Navaro e sua mulher, Maria José, moram numa porção de 6 mil m² de mata nativa no Pilarzinho, arborizado bairro de Curitiba, pertinho do centro e do Parque São Lourenço

Como nasceu esta Reserva Particular

Neste ano, a propriedade de Osvaldo transformou-se na quinta Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal da cidade, por meio de uma lei criada em 2006 para incentivar a preservação de bosques privados. Ao zelar por seu parque, a família recebe isenção fscal e outros benefícios. “Aqui não é só uma casa. É um estilo de vida”, fala ele, que pretende criar ali um centro de estudos de arquitetura sustentável e contribuir para que a capital paranaense siga oferecendo a cada um de seus habitantes 64,50 m2 de área verde, cerca de cinco vezes o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

 

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De passagem por Curitiba na fase de implantação de seus projetos na cidade, o paisagista Roberto Burle Marx (1909-1994) visitou o terreno de Osvaldo e o aconselhou a não fazer nenhum tipo de paisagismo. “O bosque é lindo. Deixe como está”, disse. Entusiasmado com a área adquirida, o arquiteto sonhou com uma morada que estabelecesse uma simbiose perfeita com a natureza e causasse o mínimo impacto ambiental. O resultado é uma construção camufada no bosque, graças à escolha de materiais naturais e à estrutura de troncos aparentes, reaproveitados de antigos postes de luz. O layout nada convencional lembra um bolo em que as fatias são os cômodos (veja a maquete). “Como o entorno é escuro e úmido, consegui, dessa forma, garantir iluminação e ventilação.” A solução do arquiteto desperta o interesse de estudantes de escolas e universidades, costumeiros visitantes do local.

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