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Revestimentos táteis e recursos sensoriais marcam apê acessível de 130m²

A arquiteta Giseli Koraicho, do Infinity Spaces Arquitetura e Interiores, criou o projeto para o palestrante Guilherme Bara, deficiente visual, e sua filha

Por Redação
1 ago 2023, 13h00
Sala de estar com poltrona azul, mesa de jantar com banco e cadeiras laranja, espelho.
 (Dotta/Divulgação)
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Este apartamento da década de 1970 de 130m² é a morada a do palestrante Guilherme Bara, deficiente visual, e sua filha Clara, de 10 anos. O desafio da designer de interiores Giseli Koraicho, do Infinity Spaces Arquitetura e Interiores foi criar um projeto elegante e sofisticado, que contemplasse as questões de acessibilidade em um prazo enxuto.

Para esta reforma, a profissional aplicou a neuroarquitetura, que visa a maior compreensão dos impactos nos ambientes, no cérebro e nos comportamentos humanos, contemplando os vários aspectos que influenciam na percepção do meio por parte dos indivíduos.

Sala de estar com poltrona azul, mesa de jantar com banco e cadeiras laranja, espelho.

“Aqui, em particular, estimulamos nosso cliente a interagir mais com seu espaço através da arquitetura sensorial, com revestimentos táteis de diferentes texturas”, explica.

Soluções olfativas como aroma específico para o espaço do morador, linhas verticais e horizontais facilitando a locomoção com maior independência também foram adotados no projeto. Toda essa preocupação e cuidado é para impactar positivamente na qualidade de vida do cliente e de outros usuários.

Ainda de segundo ela, foi preciso adequar a planta original para criar um layout com uma circulação adequada ao morador, de forma a facilitar e eliminar qualquer risco de acidentes no seu dia a dia.

Living multifuncional

Sala de estar e jantar com mesa com banco, sofá cinza e trilho de spot.
(Dotta/Casa.com.br)
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Ao entrar no apartamento, já é possível ver as soluções que fazem a diferença na rotina do morador. A integração entre os ambientes sociais foi imprescindível, pois ele adora receber os amigos e familiares.

Na sala de estar, as cores neutras são predominantes, entregando ares de sobriedade. Entretanto, na especificação dos materiais, Giseli teve o cuidado de selecionar materiais capazes de contribuir para a autonomia de Guilherme. É o caso do papel de parede com acabamento que evidencia texturas e relevos.

Conectada com o estar, a sala de jantar conta com uma mesa de jantar em laca preta com cadeiras e banco com assento estofado.

Evitamos quinas e apostamos em um mobiliário com curvas e formas orgânicas, que além de atemporais, cooperam para atender as especificidades da vida autônoma que o Guilherme pode levar”, comenta Giseli, que ainda enfatiza a praticidade desses espaços tanto no que diz respeito à montagem, limpeza, manutenção e claro, ergonomia e muito conforto.

Cozinha planejada

Cozinha com copa de refeições, piso de porcelanato, marcenaria cinza.
(Dotta/Divulgação)
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Dando acesso a cozinha, a porta de correr tornou a circulação com a sala melhor, ao mesmo tempo que propicia privacidade entre os dois cômodos. Pensada para uma pessoa com deficiência visual, ela não contém trilho no piso, evitando o risco de tropeços e acidentes cotidianos.

Cozinha com piso de porcelanato, marcenaria cizna.
(Dotta/Casa.com.br)

No interior do ambiente, não poderia faltar praticidade e funcionalidade evidentes por meio dos revestimentos práticos e fáceis de limpar. A marcenaria bem pensada auxilia na organização e faz com que o morador saiba exatamente onde cada coisa está guardada.

“Nossa dedicação em dispor tudo no seu lugar certo era fundamental, já que ele precisa ter tudo de fácil acesso e próximo ao que ele precisa fazer, como os itens de cocção próximos ao cooktop”, detalha a profissional.

Lavabo bem aproveitado

Banheiro com revestimento de madeira e cuba esculpida preta.
(Dotta/Casa.com.br)
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Último cômodo da área social, o lavabo é outro local que conta com marcenaria planejada, que não só ‘veste’ o ambiente com elegância, como faz as vezes de roupeiro para acomodar o enxoval de banho em seu interior.

Quarto infantil atemporal

Quarto infantil com cama de solteiro, cabeceira acolchoada, bancada de estudos e cortina.
(Dotta/Casa.com.br)

O primeiro cômodo da ala íntima do apartamento é o quarto da da filha. Neste ambiente, Giseli manteve a paleta de cores do apartamento, apenas personalizando alguns pontos com o objetivo de atender o jeitinho e os sonhos da menina. Ela criou uma bancada para estudos integrada com uma penteadeira com direito à iluminação frontal.

Quarto infantil com bancada de estudos clara e prateleiras verdes.
(Dotta/Casa.com.br)

“Também tivemos um certo cuidado com iluminação do quarto, que além de geral, recebeu um ponto indireto na cabeceira da cama”, explica.

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“Assim como na sala de estar, o papel de parede revela a textura para facilitar a sensibilidade ao toque e, na estrutura, além da cama da Clara, ainda incluímos uma adicional para os dias que receber suas amiguinhas para dormir”, completa.

Banheiro da Clara

Banheiro pequeno com marcenaria verde, bancada branca, pintura na parede e box de vidro.
(Dotta/Casa.com.br)

Com a leveza dos tons claros adotados, em uma das paredes está a pintura realizada pela artista plástica Erika Brasil, que não só contribuiu para o bem-estar da pequena, como tornou-se uma solução criativa para ‘vestir’ o ambiente.

Quarto com revestimento que estimula o tato

Quarto com cama de casal, cabeceira de couro e cortina.
(Dotta/Casa.com.br)

O quarto do Guilherme foi executado com muitas texturas e relevos que estimulam o toque, permitindo uma experiência sensorial no seu ambiente de descanso.

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Na cabeceira, a profissional investiu na aplicação de couro sintético e, no painel da TV, o MDF cinza acompanha a proposta de tons neutros no ambiente.

Quarto com painel em marcenaria preta para tv.
(Dotta/Casa.com.br)

“Uma curiosidade do quarto é a mesinha do lado da cama. Além da função de apoiar objetos, ela também é uma adega. Assim, unimos o útil ao agradável”, confidencia Giseli.

Banheiro Prático

Banheiro com bancada branca, marcenaria cinza e box de vidro.
(Dotta/Casa.com.br)

Com circulação generosa, o banheiro do Guilherme é um espaço que não causa nenhum acidente e favorece o dono do apartamento para a realização de suas tarefas.

“O estímulo ao toque, por meio de texturas e relevos, também se faz presente neste banheiro. Dentro do box, por exemplo, aplicamos um revestimento 3D”, conta.

Home Office

Home office com bancada ampla em tons escuros
(Dotta/Casa.com.br)

Ergonomia é a palavra que define o home office do Guilherme: No local de trabalho do morador, prateleiras, armários, cadeira e outros elementos foram trazidos para o maior conforto. “Todos os detalhes atendem as proporções exatas que definem um ambiente de trabalho funcional e confortável para ele”, conclui Giseli.

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