Reforma não descaracterizou a sede de fazenda
A casa foi erguida pelo avô do atual proprietário e ganhou 80 m² e conforto de sobra para reunir a família e os amigos nesta fazenda no litoral gaúcho.
Por Por Denise Gustavsen e Edson Medeiros | Fotos: Luis Gomes | Ilustrações: Campoy Estúdio
access_time
19 Jan 2017, 15h35 - Publicado em 27 Sep 2010, 19h40
Em busca de momentos de relax em meio ao verde, os moradores decidiram revitalizar a construção, fincada em terreno próximo ao mar, com soluções simples e baratas.
Convocaram José Miguel Cabral e Márcia Braga para assinar o projeto e dar forma aos novos sonhos da família. A vontade de recuperar a casa semiabandonada e experimentar memórias queridas da infância vivida ali levou o proprietário, que mora em Porto Alegre, a 120 km da fazenda, a devanear com momentos serenos, regados a pão quentinho saindo do forno de barro, chimarrão, churrascos, pizzas de queijo e manjericão fresco. Silêncio e deliciosa bruma da manhã deixam tudo perfeito para os exercícios de ioga e meditação do casal. Ele queria preservar as feições originais do lugar, lembra José Miguel. Desejo prontamente atendido pela dupla de arquitetos.
As paredes e aberturas externas foram mantidas, só a área interna ganhou novo desenho, com cozinha e sala integradas ali, a lareira e o fogão a lenha deixam um tom de aconchego no ar. A maior novidade, porém, é o anexo pensado com espaço de lazer e ala íntima para os amigos. Assim, a planta antiga de 90 m² cresceu 80 m². Do custo total de R$ 90 mil (em 2007), quase metade foi gasto com mão de obra. O suficiente para garantir conforto extra ao cenário. Em volta da construção, generosos decks convidam a momentos de contemplação, quando o olhar corre por entre as árvores.
-
1.
zoom_out_map
1/9 (Divulgação)
A preocupação com sustentabilidade e economia norteou o projeto, que determinou novo desenho à fachada: a pérgula de troncos de eucaliptos retirados da própria fazenda, o deck de pínus certificado (Flosul) e o anexo com área de convivência e dois quartos de hóspedes.
-
2.
zoom_out_map
2/9 (Divulgação)
O reboco das paredes do anexo levou areia de grãos maiores e tinta com textura (Tintas Kresil) para seguir o visual rústico presente na estrutura do telhado (toda de eucalipto reaproveitado). As vigas, tratadas com uma mistura de inseticida Jimo, querosene e emulsão asfáltica no local da obra, estão livres de pragas naturais e dos efeitos da umidade do mar. O piso é de tijolos maciços encerados colocados com cimento cola sobre contrapiso
-
3.
zoom_out_map
3/9 (Divulgação)
A cada três meses o chão é limpo com pano embebido em aguarrás para receber nova camada de cera. Um deck de pínus de reflorestamento autoclavado respeitou a árvore nativa na hora de unir a casa principal ao anexo. Janelas de itaúba executadas pela Marcenaria João Braga tomaram o lugar das antigas. São tingidas com esmalte acetinado no tom verde 3-0908T (Tintas Kresil).
-
4.
zoom_out_map
4/9 (Divulgação)
Desejo da família, o fogão a lenha da casa foi desenhado pelos arquitetos e executado pelo empreiteiro (João Carlos Gonçalves). Colado à bancada que divide sala e cozinha, ganhou um forno para assar pão, revestido de cerâmica. Como a fazenda fica em Palmares do Sul, pertinho do mar, os profissionais escolheram uma chaminé de manilha de barro (30 cm de diâmetro) para evitar a maresia. Mais pesada que um modelo de chapa metálica, a peça precisou ser presa com arames à estrutura do telhado para não balançar.
-
5.
zoom_out_map
5/9 (Divulgação)
No banheiro, chama a atenção o aquecedor a lenha de aço inox, original da antiga construção, que foi restaurado durante a reforma. Veio de um antiquário da capital gaúcha o móvel de madeira que apoia a cuba. Piso de plaquetas cerâmicas (Armazém Cerâmico). Ripas de pínus pintado no tom creme cobrem parte das paredes e trazem aconchego.
-
6.
zoom_out_map
6/9 (Divulgação)
No teto da sala, o pínus de reflorestamento autoclavado aparece em harmonia com o piso de tijolo maciço comum feito em uma olaria da vizinhança. A vistosa lareira ganhou frontão e prateleiras laterais de eucalipto.
-
7.
zoom_out_map
7/9 (Divulgação)
Uma das atrações do projeto, o teto da sala se destaca. Os arquitetos não só tomaram cuidado para preservar o trabalho de marcenaria assinado pelo avô do atual proprietário como realçaram as tesouras de madeira da estrutura com pinceladas mais escuras. É o único ponto da casa onde o pé-direito, na parte mais alta, alcança 5,40 m e confere uma agradável sensação de amplitude ao lugar. Deixamos esta lembrança da família à vista, diz Cabral.
-
8.
zoom_out_map
8/9 (Divulgação)
Com orientação solar sul-sudoeste (entrada da casa), os 90 m² reformados se juntaram aos 80 m² construídos e aos 70 m² de pergolados. Note como os quartos da casa antiga foram distribuídos na parte de trás da construção para aproveitar o sol da manhã (leste) e a vista para o pomar.
-
9.
zoom_out_map
9/9 (Divulgação)
Novo projeto, com o pergolado que une a casa e o anexo.