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Reforma acrescenta um caixote de arenito à casa paulistana

Elementos arquitetônicos típicos dos anos 40 convivem, agora, com intervenções atuais, como o caixote de arenito que reveste externamente um dos blocos da casa

Por Por Daniel Salles (texto) e Mayra Navarro (visual) / Projeto FGMF Arquitetos /Fotos Cacá Bratke
Atualizado em 19 jan 2017, 15h50 - Publicado em 23 set 2014, 21h03

Como atualizar uma casa do início do século 20 sem colocá-la abaixo? Eis o desafio imposto aos três sócios do escritório FGMF Arquitetos na reforma deste sobrado paulistano dos anos 40. Ele ocupa um terreno de 650 m², sombreado por duas velhas figueiras – sentinelas de 7 m de altura junto ao portão de entrada. Talvez tenha sido para observá-las que os autores do projeto original previram a sacada arredondada no primeiro andar. Cerca de 70 anos depois, foi justamente este púlpito barroco o que mais chamou a atenção dos profissionais contratados pelos atuais proprietários para remoçar a residência. “O elemento causa enorme estranheza”, admite o arquiteto Fernando Forte. “Mas, por ser tão marcante, fomos incapazes de eliminá-lo.” Testemunha da revitalização do imóvel, a tribuna agora divide a cena com um vigoroso paredão de arenito vermelho, rocha escolhida para ressaltar o novo bloco da morada. Dotado de amplas portas de correr envidraçadas, o módulo abriga uma das salas de estar. Mais precisamente, o ambiente onde fica a adega com capacidade superior a 600 rótulos. Esse era um dos principais pedidos dos clientes, um casal de economistas com dois gêmeos de 5 anos. Eles também requisitaram um espaço de degustação a céu aberto. Aí, nasceu o deck: cercado de palmeiras, antúrios, jasmineiros e outras plantas selecionadas pelo paisagista Gil Fialho, virou lugar dos mais aconchegantes, inclusive em dias frios, graças à fogueira. As obras começaram em agosto de 2011 e terminaram em setembro do ano seguinte. Entre as demais mexidas na planta, destaque para a migração da cozinha, que deixou os fundos a fim de integrar a ala social. “O ambiente passou a fazer parte do dia a dia dos moradores, o que antes era impossível por causa de sua localização desfavorável”, diz Fernando. Outra mudança radical foi transpor a escada de acesso ao piso de cima. Agora, quando se entra pela porta principal, ela é o primeiro elemento que se apresenta. Há, ainda, uma área de lazer na varanda voltada para a edícula, na qual o forno a lenha é o grande atrativo. Assim, entre a pizza feita com capricho lá atrás e o vinho saboreado aos poucos na parte da frente, a família habita todos os cantinhos de sua casa em versão devidamente revista e ampliada.

 

Tudo pelo social

A casa ganhou outro ambiente de estar e um deck, e a cozinha mudou de lugar. O objetivo? Dar um empurrãozinho para que os moradores aproveitem mais as áreas comuns.

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Área: 478 m²; Estrutura: Benedictis Engenharia; Luminotécnica: Castilha iluminação; Paisagismo: Gil Fialho.

 

 

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